terça-feira, 29 de julho de 2008

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 4 - A ÍNDIA BRAMÂNICA

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS

4
A ÍNDIA BRAMÂNICA

A lei das castas dá a Índia uma feição particular. Ela não tem perdido rigor, estabelece a hierarquia cujas barreiras são praticamente intransponíveis. Não se permite que se saia de uma casta, quem sai por um motivo qualquer, vem a ser sem casta.
A origem das castas, baseada sobre uma visão das reencarnações, é expressa por esta imagem onde Brama as tirou de partes de seu corpo.
A primeira casta se origina da cabeça de Brama, é a dos Brâmanes, dos Sacerdotes e dos Iniciados. O Brâmane ensina a doutrina, entregam-se à meditação que lhe abre a senda perfeita. É o iniciado, o Mestre.
A segunda casta se origina dos braços de Brama, é a dos Kshatriya ou o guerreiro. É o príncipe, que não conhece outros trabalhos senão os da guerra. É o único a correr o risco da batalha, mas também o que possui todas as honras mundanas e vantagens materiais.
A terceira casta, se origina das coxas de Brama, é a dos Vaiçyas, são os trabalhadores cujo prêmio é o de terem todos os títulos, são os mercadores e os trabalhadores ricos.
A quarta casta se origina dos pés de Brama, é a dos Çudras(sudras), eles constituem a multidão, os criados, os pequenos cultivadores e pequenos comerciantes.
Não existe nem uma penetração de casta em casta; os próprios deuses são diversos.
Não basta nascer Brâmane, é preciso cumprir os trabalhos que conduzem à iniciação.
O Brâmane começa o seu aprendizado aos 7 anos, como criado do seu mestre.
A segunda etapa é a constituição de uma família, casa-se, cria e ensina os filhos.
A terceira etapa, é quando renuncia aos prazeres mundanos, absorve-se na idéia de Deus.
A Quarta etapa, torna-se um anacoreta, deixando à mulher o direito de segui-lo ou de ficar em casa com seus filhos. Passa a viver em meditação, a caridade e a piedade do povo provêm as suas mínimas necessidades. Torna-se um “dwija” ou duas vezes nascido; nascido Para a vida espiritual e sua força psíquica, sabiamente concentrada e dirigida, dá-lhe os supremos poderes. Este é o lado exotérico. Mas o Bramanismo não se contentaria com horizontes tão vagos e estritos.
Um grande e poderoso esoterismo acha-se dissimulado no Mânava Dharma Sastra (as Leis de Manú), é o legislador primordial, a quem são atribuídos os dados absolutos do direito indú até nossos dias.
As leis de Manú dizem “este livro deve ser estudado com perseverança por todo Brâmane instruído e ser explicado por ele aos seus discípulos, porém nunca por outro homem de uma casta inferior”.
É o governo teocrático; o rei não sabe da Lei senão o que o Brâmane entende que lhe deve dizer.
A lei de Manú prega uma alta moral; o conhecimento dos “Sastras” (livros sagrados), é uma das dez virtudes em que consiste o dever. (VI, 92).
O Brâmane não se espanta com a morte, a considera como uma nova vida, um novo nascimento.
A submissão do discípulo ao mestre é inteira e sem variantes. Ao noviço não é permitido dirigir a palavra a seu mestre senão com o consentimento deste.
O conhecimento do Brâmane não é estéril, pois lhe mostrará que Deus está presente em sua alma, assim como está presente em todas as coisas, e aqui está como conclui este livro sagrado onde se encontram formulados a mais alta afeição e o mais alto pensamento das raças arianas.
Assim o homem que reconheceu, na sua própria alma, a Alma Suprema, presente em todas as criaturas, mostra-se o mesmo em presença de todos e obtém a sorte mais feliz daquele ser que está enfim, absorvido em Brama (XII, 125).
Os Upanishads (oculto, secreto), muito sensivelmente menos antigos que os Vedas, revelam-nos mais diretamente o Bramanismo. Mostra que a iniciação é longa e penosa. Que o fim da vida é a libertação, é a procura da paz é diluir-se em Deus.
O Brâmane que segue o caminho do conhecimento deve instruir-se para adquirir o conhecimento do Universo, ele sabe que o homem é idêntico ao Atman, que é o princípio de todas as coisas.
O Brâmane sabe que a morte do corpo, no estado de espírito cessa de ser um objeto de aflição; pelo contrário, é a libertação da alma, chamada a radiosos destinos.
Quando se morre, passa-se do não-ser ao ser, da obscuridade à luz.
Os princípios contidos nos Upanishads, e que fomos obrigados a resumir, mostra-nos um sistema filosófico mais completo.

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MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 3 - A ÍNDIA VÉDICA

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ORIGENS INICIÁTICAS

3
A ÍNDIA VÉDICA

Assim como a China, a Índia possui um passado imemorial.
É difícil precisar a data original dos Vedas (saber), existem avaliações que dizem sobre 1.200 A . C, outras a 2.000 A . C.
Os Vedas são os livro da ciência sagrada, seriam de origem, teriam sido revelados por Brama.
Os Vedas são constituídos de quatro livros:
1º - O Rig-Veda (livro do fogo), poemas religiosos.
2º - O Yadjur-Veda(livro do ar), leis dos sacrifícios e fórmulas sagradas.
3º - O Soma-Veda (livro do sol), cantos litúrgicos e textos religiosos.
4º - O Atharva-Veda (livro dos cantos e sentenças mágicas), é posterior aos outros.
Estão ligados aos Vedas outros livros sagrados: o Itihâsa e os Purânas.
Os vedas contêm os cantos esotéricos, especialmente os Mantrans.
Os Mantrans são ritmos e palavras que penetram e harmonizam o ritmo universal, e conferem um poder sobrenatural àqueles que os pronunciam com conhecimento de causa.
A iniciação é conferida por uma longa ascese, práticas morais e meditações, que unem o homem a Brama.
O Atharva-Veda ensina que a maldade e as faltas dos homens lavam-se com água e se purificam com o fogo.
Um grande número de superstições, são causadas por deformações de iniciações corrompidas por práticas mal dirigidas e mal compreendidas.
Diversos livros sagrados são textos de magia. Assim como o Atharva-Veda.
Após os Vedas vêm os Sutras (leis), que abordam os assuntos de conhecimentos práticos.
O Rig-Veda e o Atharva-Veda, falam sobre o ensino da magia.
Hoje, muitos que se acham sábios, criticam o que ignoram. No futuro quem sabe, uma surpresa, a de encontrar nos Vedas a definição das forças ocultas da natureza, que a ciência moderna está a caminho de redescobrir.
Os Vedas não se contentam em dar ao homem os ritos e fórmulas, e contém assim, em seus livros, ensinamentos de uma alta moral.

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quarta-feira, 23 de julho de 2008

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 2 - A CHINA

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
2
A CHINA

A China é aquela que entre as mais longínquas civilizações, a que nos apresenta os mais velhos e conhecidos documentos, na sua antiguidade certa. É uma civilização poderosa. Seus livros sagrados remontam a uma data difícil de ser determinada.
O mais antigo sábio que a história nos tem transmitido a memória, é sem dúvida, Fo-hi. Ele teria reinado na China, talvez, na qualidade de imperador a partir de 3.468 A . C.Com o seu poder divulgou os dons morais entre o povo. A ele é creditado o livro sagrado Yi-King (mudança na revolução circular), onde estão contidos os mais altos e puros ensinamentos.
Fo-hi naquela época já se referia a outros sábios. Matgioi diz a seu respeito: “ele compreende que um dia, pelas raças futuras, a sua época será um passado igualmente abstruso e difícil de ser percebido. Ele não data a sua obra de uma época convencional ou do nome de um soberano que o tempo apagará da memória, mas de um estado solar e estelar que ele descreve com todos os detalhes”.
A obra de Fo-hi e de sua escola deveria, comportar três tratados, dos quais dois estão perdidos.
Resta só o Yi-King. Com 64 figuras da criação formando um círculo em hexagramas ou trigramas duplos.
Comentaram a sua obra: O príncipe Wanwang (1154 A . C) , Tsheukong (1122 A . C) e Kongtse (Confúcio), em (571 – 478 A . C). Ale já existia a dualidade de pensamento, Exotérico e Esotérico.
O livro dos Ritos de Tshéou, se exprime assim, “antes de traçar os trigramas, Fo-hi olhou o céu, depois abaixou os olhos para a terra, observou particularidades, considerou os caracteres do corpo humano e de todas as coisas exteriores”. Vê-se aqui a relação do microcosmo e do macrocosmo.
Confúcio instaurou um culto ao Céu (thian) e adoração do Imperador Superior (shangti), criador de diferentes espíritos.O culto dos antepassados é a base da religião chinesa, a crença na imortalidade da alma.
Confúcio dá uma direção moral a seus discípulos, ensina sobre o respeito, a franqueza, o orgulho, o infortúnio, a benevolência, a modéstia, a justiça, o devotamento e o culto da família. Havia ensinamentos destinados ao público e ensinamentos secretos através de pensamentos metafísicos. Foi o primeiro a formular a máxima: “não faças a outrem o que não queres que te façam”.
Lao-Tsé nasceu em 604 A . C . É o mais importante sábio depois de Confúcio. Suas obras mais importantes são três opúsculos: o Tão ou Livro da Senda, o Te, Livro da Virtude ou da Retidão e o Kang-Ing ou livro das Sanções. Ele ensinou que a Senda só se alcança pela totalidade das práticas das virtudes.
A descoberta da Senda, se pode ser dirigida, não pode ser feita senão pelo próprio indivíduo.
Quangdzu autor do Livro o Tratado das Influências Errantes, fala sobre as relações com o Ser Supremo e do aperfeiçoamento do espírito do iniciado.
A mais alta imagem do adepto foi formulada na China, na legenda do Dragão alado, cheio de mistério e de poesia.
O Dragão, animal fabuloso, cujo corpo de serpente alada é coberto de escamas e as patas armadas de garras terríveis, ele representa o Verbo Divino ou o iniciado à sua imagem.Este Dragão pode viver na água, sobre a terra e no ar.
Conhece todos os segredos da matéria e do espírito.A lenda conta que, um dia, o Dragão saiu do Rio Amarelo.
Conduzia desenhado sobre as suas escamas, círculos de cor clara ou escura. A tradição afirma que isso foi para Fo-hi a revelação dos trigramas do Yi-King, imagem perfeita da natureza que se desvenda diante do Sábio, quando tem merecido esta revelação.
As seis imagens do Dragão:
1 – O Dragão oculto: O animal sagrado está metido no fundo das águas, o espírito está oculto na matéria. Não conhece o espírito que o criou. Está ligado ao mundo físico.
2 – O Dragão no arrozal: Saiu das águas; tomou a consciência do mundo exterior. Está sobre a terra lamacenta que afunda sob o seu peso. É o primeiro despertar da natureza espiritual. Ele começa a compreender que tem asas, entrevê como um sonho, a alvorada do céu espiritual.
3 – O Dragão visível: Segundo a lenda, o Dragão eleva-se ao cimo das águas gementes. É, sem dúvida, um desses períodos que fazem transbordar todos os rios e que inundam os campos. É quando ele nada à superfície em vez de deslizar ao fundo. Vê o conjunto do mundo; por mais restrita que seja a vista, ela o instrui da vida exterior. Percebe a existência do Espírito que fez este mundo admirável.
4 – O Dragão saltitante: Ele encontrou a terra firme, que lhe permite levantar, mas não tem a mínima consciência de suas asas. Aspira a este mundo celeste do espírito do qual compreendeu a beleza, mas o ar o atrai tanto quanto como a terra. Só pode dar saltos que recaem sem cessar na vida material. A luta que sustenta é penosa e dolorosa. A vitória exige a continuidade do esforço.
Duas sendas se abrem diante da alma humana em trabalho:
a) Apelo do espírito: Depois de mil ensaios infrutíferos, o Dragão, cansado de seus saltos inúteis pode sentir subitamente as suas asas, abri-las completamente e subir em pleno céu, arrancando-se para sempre as coisas da terra. É a perfeita união com Deus que, em via de cumprimento, revela ao ser seus verdadeiros meios de ascensão.
b) Apelo da matéria: O Dragão está cansado ainda de seus saltos, mas não tenta abrir as asas; não padece tão violentamente o apetite do céu para abrir de um só golpe, e desce para a lama; entra na água primitiva: renuncia ao céu do espírito. É o jogo da grande luta que todos devem sofrer.
5 – O Dragão volante: Enfim achou a sua Senda no domínio do espírito. Voa e plana nos ares. Goza a profunda alegria do iniciado. Pode colocar-se sobre a terra; mas subirá sempre, como o verdadeiro iniciado que não pode abandonar um momento o reino do espírito senão para socorrer aqueles que sofrem, mostrar a vida àqueles que a procuram, curar aqueles que estão doentes, praticar, em uma palavra, este altruísmo que é um dos fins práticos da alta iniciação.
6 – O Dragão planejante ou nivelador: Enfim, ao sexto e último o iniciado venceu todas as provas; sua missão não é mais da terra; Plana no éter sobre o coração do sol, e o sol não o atrai. Sua alegria é infinita e contínua; está livre de entraves; achou, enfim, a sua Senda; vive plenamente a vida do Espírito. Concebeu a Unidade divina. Aqui termina o ciclo humano. Aqui termina o ensinamento dos iniciados chineses.
Depois, quando o espírito do homem atingiu a esta esfera de harmonias, entra ele em um Nirvana, na fusão completa com o Criador, nessas claridades diante das quais todos os sóis não são senão sombras.
È a paz definitiva, o inacessível Nirvana.

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terça-feira, 22 de julho de 2008

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS

1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Com o grande número de instituições que praticam as iniciações através de dramas, nada melhor que analisarmos várias obras que nos levam a uma seqüência lógica das origens dos mistérios. Sendo uma das mais completas a de Durville, só assim poderemos então, conhecer na realidade de onde e como surgiram as iniciações e onde foram buscados tais ensinamentos.
Os sábios, desde tempos imemoriais nos deixaram um grande legado de conhecimentos.
Eles nos abriram as portas de mundos desconhecidos onde reina a verdade.
Souberam dirigir a direção da força energética que o conhecimento fornece, aos cumes onde nasce a luz.
Estes guias da evolução, com pensamentos que nos levam ao conhecimento, são os responsáveis por diversas etapas de evolução da nossa civilização. Fo-hi, Rama, Zaratrusta, Crisna, Moisés, Maomé, Buda, Confúcio, Lao-tsé, Hermes, Orfeu, Pitágoras, Platão, Jesus, deixaram ensinamentos necessários em várias épocas, em uma cadeia mística que nunca foi quebrada e que a humanidade ainda não entendeu.
Por diferentes caminhos sempre tentaram nos levar para a luz, através de um sistema duplo de ensinamento: Exotérico e Esotérico.
O Exotérico é a teoria, para o povo sem condições de se conduzirem por si mesmos. Então temos, os mitos, os ritos e os símbolos, com a finalidade de ensinar veladamente.
Os ensinamentos exotéricos, ministrados pelos mestres, de formas acessíveis, por haver divergências inconciliáveis entre religiões e as iniciações, tiveram que se adaptar ao seu tempo, costumes da época e a diversidade de povos, com mentalidades diferentes.
O Esotérico é a prática, o segredo profundo, destinado a poucos preparados para o conhecimento. Na realidade, é a iniciação na ciência. Todas as correntes iniciáticas, filosóficas e religiosas, possuem o seu ensinamento exotérico, exterior, que velam interpretações ocultas. Foi assim no Egito, na Índia, na Pérsia e na Grécia, é assim até hoje.
Como todas as religiões, o Cristianismo no seu início, possuía uma tradição iniciática, revelada por São João nas figuras misteriosas do Apocalipse, hoje ela está abandonada.
Os ensinamentos esotéricos, com o fato de serem secretos, eram transmitidos oralmente para um pequeno grupo restrito, muito se perdeu, ficando apenas uma pálida idéia que poucos foram capazes de compreender, não permitindo a sua difusão.
Fica cada vez mais evidente ao procurarmos o conhecimento, a semelhança de todos os ritos e religiões. Com o espírito livre e sem idéias preconcebidas, vemos as mesmas necessidades em cada raça e povo, não pode haver sectarismo. Quando conhecemos estas verdades, descobrimos que todas as religiões nos levam ao mesmo Deus. A religião é uma necessidade do homem, uma necessidade do espírito.
Com a falta de conhecimento criou-se o fetichismo, que resulta em um período onde reina a mais baixa e mais obscura magia, a feitiçaria mais negra, com o fetiche criam-se ídolos.
Com o conhecimento passa a se reconhecer a ação de um ser superior.
A mitologia é a personificação de todas as forças. As lendas contam para os iniciados, as idéias abstratas ou fenômenos cósmicos que a multidão não podia atingir. Sob o véu harmonioso da lenda, os padres, os sábios, os diretores espirituais, ocultam as verdades para a multidão. Surge o reino do politeísmo.
Somente os espíritos esclarecidos não acreditavam em muitos deuses, sabiam que havia apenas uma única lei consciente.
A idéia de Deus já estava presente nos homens das cavernas, ela veio ao mundo com a humanidade.
O iniciado não está submetido a mitos e ritos, ele possui outra concepção de Deus, pai e criador. Ele segue a senda da ciência, os véus que ocultavam e dissimulavam a idéia caíram. Ele aprende a admirar Deus diretamente, tudo que é intermediário é para ele, inútil.
O iniciado necessita da fé, não a fé cega da multidão, ela é consciente e baseada no conhecimento. Ele passa a conhecer a aliança que deve existir entre filosofia, ciência e religião. Ele as coloca em cada ângulo de um triângulo. A filosofia necessita da ciência e da religião; a ciência necessita da religião e da filosofia; a religião necessita da filosofia e da ciência, elas são inseparáveis. Ele sabe que a variedade de caminhos conduz para a mesma luz.
O iniciado não tem necessidade de um culto para notar a presença de Deus, a natureza lhe basta como Templo perfeito, ali ele percebe o que é divino.
Todas iniciações oferecem aos adeptos todos os meios para se aperfeiçoar.
A religião se dirige à multidão, pela doçura de seus ensinamentos, os centros iniciáticos revelam a verdade pura para poucos escolhidos.
As religiões e os centros iniciáticos têm o mesmo fim, por meios diferentes, ou seja, libertar o espírito da matéria para aproxima-lo de Deus.
O conhecimento das energias e forças misteriosas que estão em torno de nós e em nós mesmos, é o ensinamento esotérico a ser compreendido, que o iniciado deve operar e apressar para o reino do bem.
E se o caminho é penoso e árduo, todos os adeptos, devem se sustentar, formando um coração e uma alma, infelizmente isso não está sendo muito freqüente.
A Doutrina Esotérica tem uma existência que se perde nas noites dos tempos, em épocas longínquas. A China, nos trigramas de Fo-hi nos revela a primeira idéia da trindade; as Índias, mãe de todo o saber europeu; ao Egito que instruiu Pitágoras; à Judéia, que nos legou a Cabala; à Caldéia, com as ciências de observação; à Pérsia e à Grécia, que rivalizam para nos fazer os deuses sob as mais belas formas.
A Doutrina Esotérica, tem, em todos os tempos, feito parte do tesouro intelectual da humanidade.
O ensinamento esotérico é transmitido apenas através de palavras orais, e é reservado a um pequeno grupo. O que é escrito e divulgado nos meios de comunicação é destinado a cair em todas as mãos, não tem finalidade esotérica. Mas aqueles que puserem em prática os conselhos, certamente desenvolverão a intuição que lhe permitirão conhecer, em parte ao menos, tudo que não é permitido revelar.
Só com o aperfeiçoamento espiritual, é que poderemos deixar ao longo da jornada as nossas imperfeições, deixar de praticar a revolução que destrói e fazer a evolução que constrói.
Os primeiros passos sobre a senda podem parecer penosos, mas a alegria é maior para aquele que avança com um passo mais seguro que a verdade esclarece e conduz à felicidade pelos caminhos da paz e da bondade.
Conhece-te a ti mesmo, não é sem causa que os antigos tinham feito deste conhecimento o primeiro estágio da sua iniciação.
Não é para si só que o iniciado recebe a luz. Recebe-a para difundi-la em torno de si. Ela não lhe pertence. Não sinta orgulho de saber o que vais adquirir. Espalhe a luz e sê feliz do bem que verás nascer.

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terça-feira, 15 de julho de 2008

MAÇONARIA ARTE E SIMBOLISMO -12 - HIRAM RESSURGIDO


12

HIRAM RESSURGIDO

“A grande obra foi concluída, da prisão material o mestre se eleva com o corpo da glória do espírito”.

Livre interpretação da obra do pintor Di Prinzio, por Pedro Neves.

O iniciado é aquele que trilha uma senda especial em direção a Deus, no “religare” ao Deus por meio de aperfeiçoamento espiritual. Ele passa por uma morte simbólica, nascendo então para uma nova vida.
Somos constituídos de matéria (corpo), Energia (alma) e consciência (espírito).
A morte é nada mais nada menos uma mudança de estado.
Os Anjos da vida ou Anjos lunares são os que ligam o cordão de prata no início da vida. Os Anjos da morte ou Anjos de saturno, cortam o cordão de prata na morte.
O raio da morte, é a energia que acontece quando do rompimento do cordão de prata. Com a morte do corpo físico, ocorre a dissociação dos corpos vital ou etérico e da personalidade.
Sobrevivem as essências ou alma eterna (fragmento da consciência divina), e o eu
psicológico ou Ego (energia mental). A essência (virtudes espirituais, éticas e morais), é energia positiva e eterna, é a presença da chama divina. O Ego é limitado, é uma energia negativa.
Alfa e Omega, Aleph e Tau, representam o início e o fim de todas as coisas.
A acácia simboliza a inocência e a imortalidade da alma. Representa a busca incessante para descobrir o mistério da morte e o segredo da imortalidade. Em muitas civilizações antigas, a acácia era considerada uma árvore sagrada.
O trigo que aparenta estar morto no inverno, desperta na primavera, fazendo germinar a semente e provocando a eclosão dos rebentos. Representa a iniciativa individual que se desenvolve sob o impulso de uma influência exterior, como a energia encerrada no germe entra em função sob ação do sol, frutificando e desenvolvendo. Depois torna a passar por esse encadeamento de transformações de que resulta o ciclo da vida.
Os três pontos, representação simbólica do triângulo. Simboliza a síntese espiritual e é a fórmula para a criação de cada um dos mundos. É o número da luz (fogo, chama, calor). Representa a tríade divina no processo de sua manifestação, a qual tem Três atributos: criação, conservação e destruição.. Os três pontos que o iniciado deve se orgulhar de apor a seu nome, é como o delta luminoso e sagrado, são emblemas respeitáveis. Representam as três qualidades inseparáveis e indispensáveis ao iniciado: amor ou sabedoria, inteligência e vontade. O ternário também representa: presente, passado e futuro; nascer, zênite e ocaso; mocidade, madureza e velhice; pai, mãe e filho; espírito, alma e corpo; Archêo, Azoth e Hilo; princípio, verbo e substância; keter, Hockma e Binah; pai, filho e espírito santo; Brama, Vishnu e Siva; Sat, Chit e Amanda; Tamas, Rajas e Sattya; Buda, Dharma e Sanga; Osíris, Isis e Hórus; Amon, Month e Khons; Hórus, Rá e Osíris; Ulomus, Olosurus e Elium.
O ser radiante está repleto de estrelas que emitem a luz, fenômeno da natureza, é símbolo universal do espírito e, em grau menor, da sabedoria, da intelectualidade, da força criadora, da energia cósmica e da irradiação solar. Psicologicamente, a luz é símbolo associado à aquisição de um maior grau de consciência de si mesmo e do mundo. Na simbologia cristã, a luz é o mais apropriado emblema da natureza divina do Cristo, já que as escrituras sagradas afirmam que Deus é luz ou fonte de luz, e Jesus disse: “ Eu Sou a luz do mundo: aquele que Me segue não caminha na escuridão, mas, terá a luz da vida” (João 8,12).
Os chacras, do Sânscrito, significam roda ou vórtice de energia – indução magnética.
O novo Hiram triunfou da morte, deve irradiar por toda parte a luz, símbolo universal do espírito, Irradiada pelas estrelas da perfeição, é a representa maior do amor.
Só então poderá dizer, até mesmo no momento em que as carnes se desprendam dos ossos. “Não! Eu não mentirei à minha missão! Não! A fraqueza não invadirá meu espírito! Não! Eu não pararei na senda do progresso e da perfeição, porque a acácia me é conhecida”!



PEDRO NEVES .’. M .’. I .’. 33
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segunda-feira, 14 de julho de 2008

MAÇONARIA ARTE E SIMBOLISMO - 11 - O LIVRO DOS SETE SELOS


11
O LIVRO DOS SETE SELOS

“O iniciante tem agora “sete anos ou mais” e prossegue o trabalho de escavação e de leitura do grande livro da natureza; alcançou os infernos de seu Saturno e tende ao seu Sol”.

Livre interpretação da obra do pintor Di Prinzio, por Pedro Neves.

A Bíblia Sagrada no livro do Apocalipse (que trata das revelações) do apóstolo S. João, capítulos 5, 6, 7, 8, 9 e 10, consta a descrição do livro dos sete selos e com sete anjos, que representam os sete espíritos de Deus enviados a toda a Terra.
Nas religiões monoteístas como o cristianismo, o judaísmo, o islamismo e o zoroastrismo, os anjos são considerados espíritos puros e inteligentes, de natureza sobre-humana, mensageiros ou intermediários da Divindade. Certas escolas esotéricas consideram que os espíritos planetários ou regentes de cada planeta do Sistema Solar têm embaixadores ou representantes angélicos na Terra. As funções simbólicas desses embaixadores são distribuídas da seguinte forma:
Sol – arcanjo Miguel, símbolo da autoridade, poder e dignidade de Deus.
Lua – arcanjo Gabriel, símbolo do nascimento e dos processos de geração.
Mercúrio – arcanjo Rafael, símbolo do poder divino de cura e da proteção.
Vênus – arcanjo Anael, símbolo do amor, a bondade, a arte e a virtude divina.
Marte – arcanjo Samael, símbolo da energia dinâmica de Deus, a da força construtiva e do entusiasmo.
Júpiter – arcanjo Zacariel, símbolo do altruísmo, generosidade e fraternidade humana.
Saturno – arcanjo Cassiel, símbolo da justiça, direito e Suprema Ordem Divina.
O candelabro de sete velas (Menorah), utilizado em muitas religiões para suportar velas, o candelabro é símbolo da luz espiritual como elemento de salvação. O número de seus braços tem significado preciso, aludindo a sentidos cósmicos, místicos e cabalísticos.
Os círculos, símbolos universais ou arquétipos da totalidade ou da eternidade, e simboliza o processo evolutivo do universo no sistema hieroglífico egípcio. O círculo denota as formas cósmicas em movimento, ou a relação entre a unidade e a multiplicidade, entre o centro e o círculo. Representa a perfeição divina e a perpetuidade de Deus. O círculo ou disco é emblema de tipo solar. Junto à roda e à esfera, simboliza também o dinamismo psíquico, o mundo manifestado, a unidade interna da matéria, tudo que é preciso e regular; a harmonia universal.
PEDRO NEVES .’. M .’. I .’. 33
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