quarta-feira, 23 de julho de 2008

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 2 - A CHINA

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
2
A CHINA

A China é aquela que entre as mais longínquas civilizações, a que nos apresenta os mais velhos e conhecidos documentos, na sua antiguidade certa. É uma civilização poderosa. Seus livros sagrados remontam a uma data difícil de ser determinada.
O mais antigo sábio que a história nos tem transmitido a memória, é sem dúvida, Fo-hi. Ele teria reinado na China, talvez, na qualidade de imperador a partir de 3.468 A . C.Com o seu poder divulgou os dons morais entre o povo. A ele é creditado o livro sagrado Yi-King (mudança na revolução circular), onde estão contidos os mais altos e puros ensinamentos.
Fo-hi naquela época já se referia a outros sábios. Matgioi diz a seu respeito: “ele compreende que um dia, pelas raças futuras, a sua época será um passado igualmente abstruso e difícil de ser percebido. Ele não data a sua obra de uma época convencional ou do nome de um soberano que o tempo apagará da memória, mas de um estado solar e estelar que ele descreve com todos os detalhes”.
A obra de Fo-hi e de sua escola deveria, comportar três tratados, dos quais dois estão perdidos.
Resta só o Yi-King. Com 64 figuras da criação formando um círculo em hexagramas ou trigramas duplos.
Comentaram a sua obra: O príncipe Wanwang (1154 A . C) , Tsheukong (1122 A . C) e Kongtse (Confúcio), em (571 – 478 A . C). Ale já existia a dualidade de pensamento, Exotérico e Esotérico.
O livro dos Ritos de Tshéou, se exprime assim, “antes de traçar os trigramas, Fo-hi olhou o céu, depois abaixou os olhos para a terra, observou particularidades, considerou os caracteres do corpo humano e de todas as coisas exteriores”. Vê-se aqui a relação do microcosmo e do macrocosmo.
Confúcio instaurou um culto ao Céu (thian) e adoração do Imperador Superior (shangti), criador de diferentes espíritos.O culto dos antepassados é a base da religião chinesa, a crença na imortalidade da alma.
Confúcio dá uma direção moral a seus discípulos, ensina sobre o respeito, a franqueza, o orgulho, o infortúnio, a benevolência, a modéstia, a justiça, o devotamento e o culto da família. Havia ensinamentos destinados ao público e ensinamentos secretos através de pensamentos metafísicos. Foi o primeiro a formular a máxima: “não faças a outrem o que não queres que te façam”.
Lao-Tsé nasceu em 604 A . C . É o mais importante sábio depois de Confúcio. Suas obras mais importantes são três opúsculos: o Tão ou Livro da Senda, o Te, Livro da Virtude ou da Retidão e o Kang-Ing ou livro das Sanções. Ele ensinou que a Senda só se alcança pela totalidade das práticas das virtudes.
A descoberta da Senda, se pode ser dirigida, não pode ser feita senão pelo próprio indivíduo.
Quangdzu autor do Livro o Tratado das Influências Errantes, fala sobre as relações com o Ser Supremo e do aperfeiçoamento do espírito do iniciado.
A mais alta imagem do adepto foi formulada na China, na legenda do Dragão alado, cheio de mistério e de poesia.
O Dragão, animal fabuloso, cujo corpo de serpente alada é coberto de escamas e as patas armadas de garras terríveis, ele representa o Verbo Divino ou o iniciado à sua imagem.Este Dragão pode viver na água, sobre a terra e no ar.
Conhece todos os segredos da matéria e do espírito.A lenda conta que, um dia, o Dragão saiu do Rio Amarelo.
Conduzia desenhado sobre as suas escamas, círculos de cor clara ou escura. A tradição afirma que isso foi para Fo-hi a revelação dos trigramas do Yi-King, imagem perfeita da natureza que se desvenda diante do Sábio, quando tem merecido esta revelação.
As seis imagens do Dragão:
1 – O Dragão oculto: O animal sagrado está metido no fundo das águas, o espírito está oculto na matéria. Não conhece o espírito que o criou. Está ligado ao mundo físico.
2 – O Dragão no arrozal: Saiu das águas; tomou a consciência do mundo exterior. Está sobre a terra lamacenta que afunda sob o seu peso. É o primeiro despertar da natureza espiritual. Ele começa a compreender que tem asas, entrevê como um sonho, a alvorada do céu espiritual.
3 – O Dragão visível: Segundo a lenda, o Dragão eleva-se ao cimo das águas gementes. É, sem dúvida, um desses períodos que fazem transbordar todos os rios e que inundam os campos. É quando ele nada à superfície em vez de deslizar ao fundo. Vê o conjunto do mundo; por mais restrita que seja a vista, ela o instrui da vida exterior. Percebe a existência do Espírito que fez este mundo admirável.
4 – O Dragão saltitante: Ele encontrou a terra firme, que lhe permite levantar, mas não tem a mínima consciência de suas asas. Aspira a este mundo celeste do espírito do qual compreendeu a beleza, mas o ar o atrai tanto quanto como a terra. Só pode dar saltos que recaem sem cessar na vida material. A luta que sustenta é penosa e dolorosa. A vitória exige a continuidade do esforço.
Duas sendas se abrem diante da alma humana em trabalho:
a) Apelo do espírito: Depois de mil ensaios infrutíferos, o Dragão, cansado de seus saltos inúteis pode sentir subitamente as suas asas, abri-las completamente e subir em pleno céu, arrancando-se para sempre as coisas da terra. É a perfeita união com Deus que, em via de cumprimento, revela ao ser seus verdadeiros meios de ascensão.
b) Apelo da matéria: O Dragão está cansado ainda de seus saltos, mas não tenta abrir as asas; não padece tão violentamente o apetite do céu para abrir de um só golpe, e desce para a lama; entra na água primitiva: renuncia ao céu do espírito. É o jogo da grande luta que todos devem sofrer.
5 – O Dragão volante: Enfim achou a sua Senda no domínio do espírito. Voa e plana nos ares. Goza a profunda alegria do iniciado. Pode colocar-se sobre a terra; mas subirá sempre, como o verdadeiro iniciado que não pode abandonar um momento o reino do espírito senão para socorrer aqueles que sofrem, mostrar a vida àqueles que a procuram, curar aqueles que estão doentes, praticar, em uma palavra, este altruísmo que é um dos fins práticos da alta iniciação.
6 – O Dragão planejante ou nivelador: Enfim, ao sexto e último o iniciado venceu todas as provas; sua missão não é mais da terra; Plana no éter sobre o coração do sol, e o sol não o atrai. Sua alegria é infinita e contínua; está livre de entraves; achou, enfim, a sua Senda; vive plenamente a vida do Espírito. Concebeu a Unidade divina. Aqui termina o ciclo humano. Aqui termina o ensinamento dos iniciados chineses.
Depois, quando o espírito do homem atingiu a esta esfera de harmonias, entra ele em um Nirvana, na fusão completa com o Criador, nessas claridades diante das quais todos os sóis não são senão sombras.
È a paz definitiva, o inacessível Nirvana.

Site maçônico: www.pedroneves.recantodasletras.com.br

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