domingo, 5 de outubro de 2008

RESUMO DAS SETE INSTRUÇÕES

Resumo das Sete Instruções

“Pai se vedes que estou trilhando o caminho que conduz à Verdade e ao Bem, que não me faltem os recursos necessários!”

Limitado pela escassez de espaço e de meus conhecimentos para resumir em duas páginas as Sete Instruções obrigatórias recebidas, apresento itens inclusos nas mesmas.
São elas tão importantes que mesmo não havendo Aprendizes, em uma sessão de Grau I, a Instrução será ministrada para recapitulação e recordação de seus ensinamentos.
. É imprescindível, porém, que os Irmãos, ao receber seu Ritual, façam dele seu “livro de cabeceira”, não apenas acompanhando sua leitura na “Ordem do Dia”, mas acima de tudo, praticando os ensinamentos nele contidos.
O título de Aprendiz significa em qualquer dos ritos, “um que aprende”. Eis porque os Irmãos desse Grau não têm direito de discutir e votarem os assuntos em debate dentro da Loja, salvo os que referirem à admissão de profanos, filiações ou regularizações de outros Irmãos. Enquanto não alcançar a plenitude dos seus direitos, a missão do Aprendiz resume-se em estudar, ouvir¸ ver e calar.
Ao iniciar este trabalho, verifiquei logo no início da primeira instrução um ensinamento muito profundo que é: O aperfeiçoamento humano, desvencilhando-se o homem de seus defeitos e paixões, para poder igualmente junto com seus irmãos dedicar-se à construção do edifício da moral da humanidade, obra primeira da Maçonaria.
A união da família maçônica, fraterna, leal e sincera, forma uma corrente de elos tão fortes, capaz de remover montanhas.
Citada tantas vezes, ”desbastar a Pedra Bruta”, de grande e elevado significado, consiste em trabalhar no desbastamento das arestas da mesma para adquirir conhecimentos do simbolismo e da respectiva interpretação filosófica orientados pelos nossos Mestres.
As três colunas de nossa Loja, Sabedoria, Força e Beleza, são a nossa orientação e a sustentação perante todas as dificuldades apresentadas no dia-a-dia. Paralelamente, irmanadas do mesmo espírito de divindade, encontramos três palavras de grande significado moral: Fé, Esperança e Caridade que devem ornar o espírito e o coração de qualquer ser humano e principalmente dos maçons, cujos ensinamentos de moral, de amor ao próximo, de fraternidade, devem ser espalhados aos quatro ventos da Terra.. A sinceridade, a coragem e a perseverança, deverão ser companheiros inseparáveis do maçom.
A existência do Grande Arquiteto, Criador do Universo e de tudo que existiu, existe e existirá é uma verdade comum entre nós. Crer num ente superior não é exclusivo do maçom, mas de qualquer um que consiga observar ou sentir a natureza.
A Maçonaria é um culto para conservar e defender a crença na existência de DEUS, para ajudar o Maçom regular a sua vida e conduta sobre os princípios de sua própria religião.
A Maçonaria tem tido todo o cuidado de não definir o G.’.A.’.D.’.U.’., deixando plena liberdade aos seus adeptos para que dele façam uma idéia, de acordo com a sua fé e a sua filosofia. Nada se inculca aos neófitos, nem se lhes pede menhum ato de fé, em relação a qualquer revelação sobrenatural.
O Pavimento de Mosaico (ou simplesmente Pavimento Mosaico) formado de ladrilhos quadriláteros, alternados em branco e negro, símbolo de relevante importância. O significado simbólico compreende várias interpretações, sendo a mais comum a mistura das raças, das condições sociais¸do dualismo em todoxs os aspectos exotéricos e esotéricos.
A rigor todo o piso da Loja deveria ser ladrilhado com alternância do branco e negro; por comoididade e economia, é feito apenas um símbolo e colocado na parte central e nobre.
Os Irmãos das suas colunas observam frontalmente esse pavimento para ter sempre presente o simbolismo do dualismo. O dualismo impõe uma escolha; não se pode abarcar ao mesmo tempo a presença e a ausência, o dia e a noite.
A Solidariedade, ou seja, “União”, correspondência daqueles que estão unidos por um ideal, de modo que, o que afeta um, afeta também o outro.
A Solidariedade é ação recíproca. Na Ética, é o dever moral de assistência entre os membros de uma sociedade, que se julga formando um todo.
Em Maçonaria, a idéia de solidariedade é apresentada com maior ênfase e como a própria base da fraternidade que deve existir entre os Maçons.
O maçom cultiva a Solidariedade, não apenas no aspecto da solidariedade, mas na forma do misticismo, na permuta dos pensamentos, na Cadeia de União, nos bons e maus momentos. Este sentimento é continuamente lembrado pelo giro do Tronco de Solidariedade que circula em todas as Reuniões Maçônicas.
Um templo maçônico é sustentado por 12 colunas que representam os 12 signos, assim, fica claramente demonstrado o quanto que simbólicamente o nosso Templo representa o Universo. Temos também as romãs, que mostram os bens produzidos pela influência das estações, representam as L ojas e os maçons espalhados pela superfície da terra; suas sementes intimamente unidas nos lembram a fraternidade e a união.
Mas, para podermos estar em condições de receber a Luz da verdade, cuja doutrina tem por base O Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, é necessário desvencilharmo-nos dos defeitos e paixões, simbolizados no desbastar das asperezas da Pedra Bruta.
Trabalhando do meio-dia à meia-noite, com o maço, que representa a inteligência e o cinzel, a razão; inteligência e razão nos tornam capazes de discernir o Bem do Mal.
Na Maçonaria, para só falarmos de um número, dizemos que tudo gira em torno do número três; é empregado em variadas facetas dos trabalhos, dos embremas e dos escritos maçônicos; desde a bateria do Grau, de sua idade simbólica. A entrada do Templo, na marcha deste Grau, o maçom desenvolve três passos terminados por três esquadrias; em seguida faz três saudações às três Luzes que representam três virtudes: Sabedoria, Força, Beleza. Simboliza esotericamente os três pontos que apomos ao nosso nome, as qualidades trinárias que devem ornar todo coração formado na forja maçônica¸ quais seja o Amor (Sabedoria), a Virtude (Força) e a inteligência (beleza).
Convém se ter em vista o lema principal da Ordem, definido em três palavras inspiradoras de três princípios: Liberdade, Igualdade, Fraternidade.
Concluindo – Procuramos selecionar e apresentar, dentro de cada uma das sete instruções, o tema que mais nos cativou o espírito, louvado em nosso julgamento ou apreciação pessoal. Se nos fosse perguntado qual o critério adotamos para opção dos assuntos abordados em duas páginas, diria que foi o mesmo que usaria para fazer um retrato falado em sete minutos, das regiões de meu Brasil.
Falaria das belezas naturais do Pantanal, a maior bacia inundável do mundo, de sua vegetação e fauna variadas; da arquitetura de Brasília; discorreria sobre os grandes rios das bacias Amazônicas e Tocantins, do “Rio Mar”, da vegetação, da floresta tropical, do estrondo da pororoca; realçaria a contribuição do negro escravo e de sua contribuição; dos imigrantes estrangeiros e da migração dos nordestinos, das atrações de Campos do Jordão/SP, de Ouro Preto/MG, das praias catarinenses, do Parque Nacional do Iguaçu; das Serras gaúchas; da pradaria que se perde no horizonte do Rio Grande do Sul; da Imagem do Cristo Redentor, engastado no alto Corcovado/RJ; do Sol de ouro, do céu de anil, onde desponta o Cruzeiro do Sul e assim resumiria o amor que devoto a Maçonaria e ao meu País.

Valdemar Sansão – M.’.M.’.
vsansão@uol.com.br

Fonte de Consulta – Obra “Benvindo à Maçonaria” - Valdemar Sansão (aguardando publicação).

NOSSA LOJA

NOSSA LOJA
Colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia.
Cometemos grandes erros, mas quem é tão perfeito que não falta com seu juramento em pequenas coisas? Eventualmente todos erram, mas não desistimos de continuar trabalhando. No decorrer dos tempos perdemos grandes amizades, mas aprendemos que aqueles que realmente são verdadeiros maçons nunca estarão perdidos.
O importante é que neste mesmo tempo se construiu a confiança, o respeito, a tolerância e o carinho. Continuamos plantando a semente da fraternidade.
Hoje nos sentimos fracos, mas amanhã recomeçaremos. Talvez não aprendemos todas as instruções necessárias, mas temos consciência que os verdadeiros ensinamentos já estão gravados em nossas almas.
Talvez algum de nós esteja deprimido por olhar ao lado e não ver presente aquele Irmão; mas ficamos felizes com os outros que aqui estão. E alguns que se foram, desertaram e não nos procuram com assiduidade, basta-nos saber que eles existem, mas não podemos dizer-lhes a viva voz o quanto gostamos deles. Eles não iriam acreditar.
E às vezes, quando os procuramos, notamos que eles não têm noção de como eles são necessários, de como são indispensáveis ao equilíbrio da Loja, porque eles fazem parte desta Oficina que construímos e se tornaram seus alicerces. Por isso é que, sem que eles saibam, nós rezamos pela vida deles. Sentimos porque não estão compartilhando conosco do prazer da convivência. A gente não faz Irmãos, reconhece-os. Provavelmente foi por isso que o Mestre Maior ensinou: “Onde houver dois ou mais em meu nome, ai eu estarei”.
Talvez não tenhamos motivos para grandes comemorações. Mas não deixaremos de nos alegrar com as pequenas conquistas.
Talvez, às vezes, tivéssemos a vontade de abandonar tudo, mas, quando as feridas são curadas, ao invés de fugir, corremos atrás do que almejamos e qualquer realização passa a ser possível.
Talvez não sejamos quem gostaríamos de ser, mas, mesmo assim, nos admiramos do que somos. Porque no final sabemos que, mesmo com incontáveis dúvidas, somos capazes de construir um mundo melhor.
E se ainda há os que não se convenceram disso, é porque: “ainda não chegou o momento”. Porque se alguém não tem a certeza de que a fundação de nossa Loja valeu a pena é porque não tocamos seu coração, mas fizemos o melhor que pudemos.
É na Loja maçônica que se olvidam as preocupações, que se calam receios, se perdoam os agravos, se consolam os muitos sofrimentos e se avivam as esperanças. Ali se conciliam desencontradas idéias, interesses opostos, contrárias crenças, suavizando as asperezas da vida (desbastando a pedra bruta) com a temperança. Ali está a Oficina permanente do bem.
Na Loja maçônica se educa o modo de ser, o gênio, o humor, o caráter, se aviva a inteligência e se cultiva o espírito do indivíduo ou do grupo. É ela o refúgio aonde vamos à busca da paz, aonde o amor continuamente floresce e a bondade perdura. É o centro de solidariedade, onde todos sofrem as aflições e comemoram o justo regozijo.
Uma Loja feliz é o que mais importa já. É fisicamente pequenina, mas tem muito amor para dar. Fizemos tudo que esteve ao nosso alcance para criar um ambiente tranqüilo e de harmonia.
E mesmo quando a tristeza insiste nada pode ser triste quando se tem esperança...!
Tenhamos em mente que cada um dá o que tem e todos são importantes, desde que façam o seu trabalho com amor e seriedade.
Nestes trinta e quatro meses não conseguirmos nos fixar em um Templo adequado, não foi obstáculo para o nosso crescimento de espírito e de conhecimento. O inconformismo não invalida à busca da felicidade.
O trabalho maçônico deve ser de total união e fraternidade. Pouco importa o número de participantes. Aliás, os pequenos grupos costumam ser mais eficientes porque é mais fácil harmonizar sete do que setenta e sete pensamentos. Aí devemos olhar o céu e ver aquele mundão de estrelas, todas juntinhas sem competir, sem se esbarrar e sem nenhuma empanar o brilho da outra..Isto é milagre? ou exemplo do Criador do Universo?
Não é sequer a simultaneidade de palavras; o processamento dos trabalhos maçônicos nos diversos Ritos (Ritualística), da música conduzida pelo trabalho do mestre de harmonia ou de atos exteriores como o “bate papo” do “copo d água”, que constitui a Sessão maçônica, mas a base, a parte essencial, consiste na comunhão de nossos pensamentos.
Quando tivermos, o que é normal segundo a lei das afinidades, alguma rejeição, ojeriza ou antipatia de um obreiro, passamos a descobrir as qualidades que aquele Irmão fatalmente terá; mesmo porque, se não as tivesse, não teria sido iniciado. Somos um conjunto de qualidades e defeitos. Se em vez de criticarmos ou destilarmos veneno mental na direção de alguém, desculpássemos a sua ignorância e valorizássemos o seu esforço, veríamos que ninguém é tão mau como parece, nem tão irresponsável ou imbecil como muitas vezes o definimos. Afinal, a mente das pessoas é terra onde ninguém passeia. Desconhecemos o que há lá dentro, suas dores e traumas, e, portanto, não devemos ser juízes apressados e levianos. É possível que se estivéssemos na mesma situação da outra pessoa nós seriamos ainda mais ridículos!
Amar ao irmão que nos ama é fácil! Difícil é amar aquele que se declara inimigo. Mas este, observadas certas circunstâncias, é o melhor irmão, porque é franco e honesto em demonstrar isto. Muito difícil mesmo é aquele que elogia, bajula e usa a amizade para dar vazão a sua vaidade, tirar vantagens e colocar-se acima dos outros. É aquele que na hora de trabalhar está cheio de compromissos inadiáveis e urgentes, e na hora de colher o resultado do trabalho quer ser o primeiro para receber o aumento de salário. O irmão verdadeiro busca afinidades, faz despertar sentimentos que atraem espontaneamente para si, simpatia , união e amor fraterno.
Antes de estarmos em desarmonia na Sessão, pois isso prejudica todo o conjunto e os trabalhos não se realizam satisfatoriamente, procuremos colaborar ensinando com paciência, sem orgulho, aquele que vai aprendendo a se deixar orientar sem se sentir melindrado ou humilhado. E todo aquele que ensina também tem algo a aprender. Não há ninguém tão sábio e perfeito que não tenha algo mais a conhecer e a corrigir.
Caríssimo Irmão faça o que ama, pois quem faz o que ama, está caminhando para o sucesso que chegará quando for a hora, porque o que deve ser será, e chegará de forma natural.
Não devemos fazer nada por obrigação ou por compromisso; apenas por AMOR.
Louvada seja a Maçonaria que nos fez Irmãos. Bendita seja nossa Loja que o escolheu para ser seu Obreiro. Sinta orgulho de fazer parte dela. Seus Irmãos precisam de você!

Valdemar Sansão – M.’.M.’.
vsansao@uol.com.br

QUEM É MEU IRMÃO?

QUEM É MEU IRMÃO?

“Senhor, se meu Irmão pecar contra mim, quantas vezes eu deverei perdoar-lhe? Até sete vezes? – Disse-lhe Jesus: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mat. l8:21-22)

É sabido que só os Irmãos de sangue possuem características comuns que conduzem ao afeto sólido e desinteressado, cultivando o amor familiar.
A Maçonaria resolveu sugerir aos seus iniciados o tratamento cordial e afetuoso de “irmão”, que o receberam com todo o agrado, sem nenhuma restrição, passando a ser uma norma obrigatória nos diversos Corpos da Instituição.
Já no Poema Regius, também chamado de “Manuscrito de Halliwell’ do ano de 1390, o mais antigo que se conhece, recomenda o tratamento de “caro irmão” entre os maçons. Por isso o tratamento de Irmão dado por um Maçom a outro, significa reconhecimento fraternal, como pertencente à mesma família. De fato, traduz uma maneira de proceder muito afetiva e agradável a todos os corações dos que militam em seus augustos Templos. Assim passaram os iniciados ao uso desse tratamento em todas as horas, quer no mundo profano, quer no maçônico. Há um certo grau de satisfação quando nas Lojas maçônicas, partilhamos de momentos gratificantes de bem estar espiritual para o convívio em união. É na verdade uma extensão da nossa própria família e os laços de amizade e fraternidade ali estabelecidos, só poderão ser comparados aos do mesmo sangue.
A essência da Fraternidade é o amor; os maçons dedicam muito amor uns para com os outros; é essa prática que funde o sangue para que haja no grupo uma só criatura.
O bem-querer, a tolerância e a Fraternidade dentro da Loja transformam o homem em criatura dócil, espontânea e fiel, apta a desempenhar a cidadania no mundo profano.
A rigor, o amor fraternal deveria estender-se a toda a humanidade; no entanto, ainda não estamos preparados para isso.
Fisiologicamente, os Irmãos provindos dos mesmos pais são denominados de “germanos”, que em latim significa “do mesmo germe”. Na Maçonaria não há esse aspecto; porém, a Fraternidade harmoniza os seres por meio da parte espiritual; diz-se que os maçons são Irmãos porque provêm da mesma Iniciação, os mesmos modos de reconhecimento e foram instruídos no mesmo sistema de moralidade; morrem na Câmara da Reflexão para renascerem produzidos ou procriados por meio do germe filosófico que transforma integralmente a criatura, refletindo-se no comportamento posterior.
Os Maçons, qualquer que seja o seu grau, dão-se o tratamento de Irmão. Este tratamento existe em todas as sociedades iniciáticas e nas confrarias, onde o seu significado é a condição adquirida com a participação de um mesmo ideal baseado na amizade. É o tratamento que se davam entre si os Maçons operativos.
Além da amizade fraternal que deve uni-los, os Maçons consideram-se irmãos por serem, simbolicamente, filhos da mesma mãe, a Mãe-Terra, simbolizada pela deusa egípcia Ísis, viúva de Osíris, o Sol, e a mãe de Hórus. Assim os Maçons são, também, simbolicamente, irmãos de Horus e se autodenominam Filhos da Viúva.
Os membros de nossa Ordem são estimulados a praticarem um modo de vida que produza um nível elevado em suas relações com seus Irmãos, assim como, com toda a humanidade. Em outras palavras, é preciso não perder o significado e emprestar dignidade a expressão IRMÃO, desprezando as futilidades mundanas e amando o próximo; que cada um de nós se torne útil segundo as capacidades e os meios que o Grande Arquiteto do Universo nos colocou nas mãos para nos provar; que o forte e o poderoso devem apoio e proteção ao fraco, pois aquele que abusa de sua força e de seu poder para oprimir seu semelhante faz desaparecer o sentimento da personalidade.
Quando os homens tiverem se libertado do egoísmo que os domina, viverão como irmãos, não se fazendo nenhum mal, ajudando-se mutuamente pelo sentimento natural da solidariedade; então o forte será o apoio e não opressor do fraco, e não se verão mais homens desprovidos do indispensável para viver, porque todos praticarão a lei da justiça.
Para melhor descrevermos a importância do tratamento “Irmão”, é preciso mencionar a egrégora, atuação da força-pensamento coletiva de pessoas reunidas num local, emitindo vibrações fortes e idênticas, pensamentos da mesma natureza, animado de força boa ou má, conforme o gênero dos pensamentos emitidos. Cada Loja possui a sua egrégora. Em muitas Lojas se forma uma antiegrégora. É quando os Irmãos lá vão para aparecer, disputar primazia, brigar, discutir cargos, assumir a postura divina de donos da verdade, etc., etc..
Membro ativo é o maçom que freqüenta assiduamente a Loja e cumpre com as obrigações estatutárias. A Loja conta com a presença assídua de seus associados. É dever do maçom dar assistência à sua associação, sob pena de enfraquecê-la e até adormecê-la.
Membro adormecido é o maçom que deixa de freqüentar a Loja, licenciado ou eliminado, com a chance de sempre poder retornar à freqüência.
Outro elemento de vida e valor que deve ser observado e ocorre com muitos Maçons em Lojas e Potências podemos chamá-lo “chorão”. É o que vê a vida como um terremoto: o chão ameaçando a abrir, o mundo caindo sobre ele. Corre desesperado para lugar algum ao encontro do nada. Não devemos receber esses estados depressivos, com a idéia de que estaremos ajudando o Irmão a carregar seu fardo.
Há, também, o “desagregador” criador da discórdia e do sofrimento. Sua atmosfera mental fica carregada de uma força destruidora. Vai a Loja dominado por sentimento de angústia, de obrigação institucional, com ódio, melindres e ressentimentos para gerar culpa ou acusações ou tentar criar tensões nos demais e jamais se entender com os que divergem de suas opiniões. Planta a semente da desintegração nos que são suscetíveis às suas influências. Sua mente se torna como que uma nuvem escura que encobre a luz e o poder da verdade. Ele abafa sua alma com pensamentos maus. Regozija-se com o mal de seus irmãos, pois, no seu orgulho, imagina que o não afetará. Aqueles que se deixam fascinar pelas suas falsidades, não podem ver a verdade e são levados a crer que o falso é justo, que só a vontade egoísta triunfa. Suportar este tipo de Irmão em Loja não é aconselhável, pois ele está tirando o valor da vida dos Irmãos e impondo a sua. Não os condenem, esses por si se destroem.
Outro problema na Loja maçônica são Irmãos “Cometas” com aparições inesperadas, trocam a festa, a TV, o passeio, a viagem, pela tarefa que assumiram livremente. Quando o Venerável lhes cobra comportamento responsável, zangam-se. O argumento usado é que eles dão a sua colaboração à Loja e têm o direito de comparecer quando lhes convier. Afinal, trabalham de graça e têm seus compromissos particulares para atender. Se o dirigente for rigoroso, é comum que se afastem da Oficina, procurando abrigo no pedido de licença ou até do quite placet. É da máxima importância que todos aprendamos a conhecer o poder dos que podem causar males, assim como para fazer o bem.
Estamos todos sujeitos a cometer erros. Ninguém alcançou a alta posição em que se ache tão livre do erro, que possa julgar com retidão todas as causas que levaram seu Irmão ao erro, e quando alguém chega a esse estado, não condena; compadece-se das condições limitadas de seu Irmão e procura fazer-lhe mais fácil a vida pela alegria e a bondade. Perdoemos nossos erros, pois até o direito de errar é sagrado, desde que corresponda ao intransferível dever de assumir a conseqüência do que se praticou.
Saibamos reconhecer os nossos defeitos para vencê-los. É ao estudarmos o que nos desagrada em nossos Irmãos que chegaremos a eliminar os nossos defeitos, que são muitas vezes semelhantes. Isto nos incitará à benevolência. Sejamos tolerantes para com as opiniões e os atos dos nossos semelhantes. Aprendamos a perdoar as ofensas que nos são feitas. Não tenhamos senão sentimentos, atos e pensamentos positivos.
Esqueçamos nossas desavenças, nossas dificuldades, passemos ao entendimento mútuo, e nos irmanemos em torno do bem e da tolerância.

Valdemar Sansão – M.’.M.’.
vsansao@uol.com.br

OS TRÊS PONTOS MAÇÔNICOS

OS TRÊS PONTOS MAÇÔNICOS

A palavra ponto originou-se do Latim, punctus, significando um sinal ou uma mancha que se assemelha a picada de agulha.
Na matemática podemos exemplificar, classicamente, que uma reta é representada pela união de dois pontos eqüidistante, que se liga.
Na maçonaria os três pontos, simbolicamente, vieram a ter uma conotação histórica e tendo regra definida.
A regra dos três pontos maçônicos veio a ter uma metodologia própria e obedecendo a uma ordem para iniciar ou terminar um titulo ou um termo técnico maçônico, adquirindo a forma de triângulo. Exemplos: G.: A.: U., G.: L.: M.: M.: G.:, ETC.
1. Colocamos os três pontos após as primeiras silabas ou as primeiras letras dos vocábulos: Ap.:, Mac.:, M.:.
2. Para resumir algumas expressões, sem que haja confusão e prejuízo: S.:C.:R.:C.:(Soberano Capítulo Rosa Cruz).
3. Simbolizando alguns plurais: M.:M.:.
No século VI, o Imperador Justiniano, proscreveu obrigatoriamente os manuscritos abreviados, abrindo a procedência para as escolas usarem as escritas abreviadas.
E posteriormente Felipe, o Belo da França, decretou a Lei proibindo a escrita abreviada em todos os atos jurídicos e atos notórios, evitando a falsificação dos documentos.
A proibição da abreviatura em documentos e atos jurídicos até hoje procede.
Na maçonaria a prevalência dos três pontos, pelos maçons, é uma marca simbólica e permanente até hoje, nos tempos modernos.
Markely, Encyclopedia of Freemasony, afirma que: ”não é um símbolo, mas simplesmente uma abreviatura.Por conseguinte, a tentativa que se fez de ir buscar a sua origem nos três yods hebraicos, signo cabalístico do tetragramaton, ou em outro símbolo útil, é uma abreviatura e nada mais.”
Há indícios que os três pontos tiveram origem na maçonaria Francesa, alguns autores contradizem e relata que a maçonaria Inglesa é a que deu origem aos três pontos. A partir desta época inicia-se adoção dos três pontos pela maçonaria mundial.
Reagon revela “Ortodoxia Maçônica” “Os três pontos foi utilizado em uma circular de 12 agosto de 1774, onde se lia G.: O.: de FRANCE.” Felipe Chapuis contradiz Reagon, mencionando que os três pontos já eram encontrado em escritas nas atas da loja “La Sincerité”nas eleições de 3 de dezembro de 1764, dez anos antes da data cita por Reagon”. E encontram quadro tipos diferentes de abreviaturas.
1. Em forma de triângulo e repousando sobre a base
.:
2. Em ângulo reto, dois pontos um sobre outro e ao lado.
:.
3. Em triangulo sendo o vértice á direita.
. :
4. Em forma de reticência.
...
Há uma versão interpretativa que os três pontos é herança dos ROSA CRUZ, surgindo no século XVII.
Na Antiguidade e na Idade Média e até a Idade Moderna houve uma grande influencia da numerologia, com esta ciência veio o surgimento de grandes sábios, como Pitágoras (segundo a historia um grande maçom) que tinha os números como princípios de todas as coisas.
“Os antigos numerológos têm Deus como Unidade Absoluta e Primordial Mondadas dos Mondadas, A Matérias e a Díade (Dualidade) indefinida, Principio do Mal. Os antigos gregos consideravam o inimigo, o vocábulo díabolo originando do Cristianismo retrato do Diabo.”
O numero três, símbolo da Tríade, da criação, representa a transmutação, da manifestação e da renovação, esta ligada intimamente, maçonicamente, ao Aprendiz, representando simbolicamente as três viagens, as marcha, a idade, etc.
Ao colocarmos os três pontos após o nome temos que relembrar o compromisso feito na nossa iniciação onde juramos segredo sobre tudo que visse e ouvisse.


CARLOS GOMES DA SILVA .’. M.’.M.’.
paloma@vet.ufmg.br

BIBLIOGRAFIA:
Aslan, Nicola. Cap. Estudo sobre os três pontos maçônico.In. Estudo Maçônico Sobre Simbolismo. RJ. Ed. Grande Oriente do Brasil, 1969. pág. 45-56.

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 7.6 - A GRÉCIA - ORFEU

7.6
A GRÉCIA
ORFEU

Orfeu passa por ser o mais antigo grego de cuja história conservamos a lembrança.
Não nos resta nem uma prova de sua existência material, e nós estamos no direito de perguntar se ele viveu realmente ou se este nome é de um grande iniciado ou mesmo de um grupo iniciático, destinado a espalhar na Grécia os ensinamentos necessários.Cícero pôs em dúvida a existência do maior dos poetas. Porém, Orfeu ficou sendo sempre a mais bela expressão do poeta iniciado que aplicou toda a magia de sua arte ao serviço da verdade!
Segundo a tradição, Orfeu teria nascido na Trácia. Desde sua infância, aquele que devia ficar sendo o protótipo da pureza e da harmonia, manifestou os dons mais empolgantes de espírito e de inteligência.
Chamado por sua vocação para ser o iniciador mais artista de todos os povos, Orfeu se dirigiu mais à sensação do que ao pensamento puro ou a juízo. Certamente, tinha que revelar verdades eternas e dar ensinamentos àqueles que deviam caminhar sobre os seus passos, guiando-os para uma compreensão mais alta e melhor da divindade.
É pela música e a poesia que Orfeu poderá vir a ser o grande mestre. São estes, pois, os meios que emprega o grande iniciado.
Uma das Musas inspira-o e é por isso que a tradição observa que ele era o filho da Musa Calíope, a virgem de belos cantos, porque nenhum dos recursos do Verbo lhe foi recusado.
Atribui-se a Orfeu o estabelecimento dos Mistérios de Dionisios, na Grécia.
Para dar-se crédito à lenda, foi ele que fundiu em uma só a religião Doria, que adorava a Zeus, com os mitos novos vindos do Mediterrâneo.
Sua lira de 7 cordas simbolizava, a ordem perfeita, a ordem do espírito, assimilada aos sete astros do céu.
Cada corda representava um modo de expressão intelectual: ciência, arte, etc. A chave deste simbolismo harmonioso está hoje perdida.
Parece certo que Orfeu tirara do Egito a Ciência Secreta que levava a seu povo.
Retomando a tradição iniciática, Ed. Schuré diz: “Subitamente, este moço, que se chamava filho de Apolo, desapareceu. Dizia-se morto, descido aos Infernos. Tinha fugido secretamente para a Samotracia, depois para o Egito, onde ele pedira asilo aos sacerdotes de Menfis”.
Tendo atravessado os seus Mistérios, voltou ao fim de 20 anos sob o nome de Iniciado, que ele havia conquistado por suas experiências e recebido de seus mestres, como sinal de missão.
Chamava-se, então, Orfeu ou Arfa, o que quer dizer: “aquele que cura pela luz”. (0s Grandes Iniciados).
Segundo a lenda órfica, o Inferno encantado cedeu ao poder de Orfeu; sua mulher Eurídice foi-lhe entregue. Foi pelo poder de seu ritmo que ele pôde penetrar no Tártaro, seduzindo os seus guardas inflexíveis.
Tanto quanto o sentimento de um trabalho é cumprido, ele é um guia e um sustentáculo; Orfeu continua a sua obra, a sua salvação; mas, na volta, não deve vencer senão a si mesmo. Ele jura, mas é vencido na formidável luta que sustentou contra a própria vontade. Não devia voltar-se para ver o rosto amado. Perdeu Eurídice e não pôde encontrar um consolo para a sua pena senão nos trabalhos e perigos de sua missão civilizadora.
Os trabalhos que a lenda atribui a Orfeu são aqueles que o iniciado deve cumprir.
O som de sua voz e da sua lira, simboliza este domínio sobre os ritmos sagrados que o iniciado de alta classe demonstra.
Ele sabia que o nosso dever é libertar a alma da prisão de seu corpo, e seu meio imediato era o entusiasmo para a beleza. Mas este meio é transitório e seus efeitos são efêmeros
A libertação vem lentamente, e não sem custo, porque a morte não faz senão levar a novas existências. É para expiar uma falta que a alma está ligada à matéria; é porque ela não soube eliminar o que tem de material que recomeça as suas dolorosas migrações nos corpos que lhe são impostos.
Como mais tarde Pitágoras, Orfeu admite a transmigração das almas, os males ou bens que lhes são dados segundo cada existência própria, e esta existência mesmo fixada pelo julgamento que segue a morte precedente, dizendo que se viveu bem ou mal.
A iniciação uniu o homem a Deus, representado aqui por Dionísio.
No domínio moral, o homem que quer elevar-se deve estar voltado para Deus, voltar para ele os seus pensamentos, destacar-se da matéria, respeitar Deus nas suas criaturas e, destacando-se de tudo o que é mortal, preparar-se para uma vida imortal que não será mais submetida à morte nem à conseqüência do renascimento.


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MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 7.5 - A GRÉCIA - OS MISTÉRIOS DE ISIS

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS

7.5
A GRÉCIA
OS MISTÉRIOS DE ISIS

Os Mistérios de Isis, que estudamos no Egito, sobreviveram na Grécia e exerceram uma grande influência.
É verossímil que estes Mistérios sofreram profundas modificações. As cerimônias magníficas foram suprimidas, os ritos simplificados. Isis, na forma egípcia, não foi jamais, propriamente falando, uma divindade adorada na Grécia.
Mas, o que é certo é que este culto foi a origem de novas formas religiosas e filosóficas. Pode-se afirmar que os cultos isíacos foram os inspiradores de numerosos cultos e de diversos agrupamentos secretos, de que os mais célebres foram os Mistérios de Eleusis que, com elementos, completamente transformados, haviam conservado a fórmula religiosa e um ritual tão complicado quanto harmonioso. São os Mistérios que guardam os ensinamentos do grande Orfeu. Os ensinamentos de Pitágoras, ainda que profundamente penetrados de ensinamentos do Egito iniciático, foram exclusivamente laicos. Seus iniciados não rendiam a Deus um outro culto senão o de seu próprio aperfeiçoamento e sua adoração não se traduzia por cerimônias de espécie alguma.
Veremos, em seguida a este estudo, que Pitágoras não veta seu ensinamento propriamente dito, mas restringe, por diversas medidas e experiências severas, o número daqueles que se tornam seus discípulos, não guardando senão aqueles que eram verdadeiramente dignos.
Consideramos hoje este conhecimento como uma idéia das mais simples e naturais, porém homens foram mortos – Sócrates é o mais célebre – por terem falado abertamente em uma época onde esta certeza não se confiava senão aos iniciados dos Templos.
O iniciado recebia comunicação da doutrina dos renascimentos corroborando a da imortalidade da alma.
Plutarco resume este ensinamento com a legítima altivez do iniciado, quando diz: “O vulgo crê que não existe mais nada além da morte. Para nós, iniciados como todos somos nos ritos secretos de Baco e testemunhas destas cerimônias santas, sabemos que existe um futuro”.
Este futuro era muito explicitamente demonstrado. Segundo as lições secretas, a alma existia antes do corpo, e estava em vista de um aperfeiçoamento para o qual era submetida às encarnações sucessivas, que a punha em constante e cruel contato com a matéria. Esta matéria devia acabar por ser submetida; mas antes era preciso que ela fosse dominada pelo espírito, que ela se destacasse tão completamente quanto possível.
Os mistérios ensinavam, pois, uma superior moral, feita para divinizar o homem, dar-lhe a mais alta consciência de seus deveres e de sua personalidade.
Aos olhos dos adeptos, a iniciação era a passagem desta vida a uma vida quase divina.
Vê-se que o iniciado, no Egito, devia, em última análise, sofrer a experiência do sepulcro, deixar-se enterrar, morrer, em uma palavra, merecendo assim o nome dado aos adeptos hindus, o de dwija: duas vezes nascido.
É o mesmo na Grécia, e todos os heróis, todos os grandes desceram aos infernos. Vê-se por Ulisses, Hércules, Orfeu e Teseu que, por diversos motivos, desceram ao reino da sombra e se tornaram vencedores.
Morrer e ser iniciado se exprimem por termos semelhantes.
Segundo a característica que se queria fazer representar pela lenda, dava-se ao iniciado um ou outro motivo para esta descida aos Infernos, mas os trabalhos e os resultados eram sensivelmente os mesmos.
No Egito, a crença geral era que, quando o julgamento que segue o morto era favorável, ele ia gozar a felicidade perfeita, confundindo-se na luz clara e eterna de Amom-Ra.
Na Grécia, o morto vivia no Tártaro ou nos Campos Elísios, segundo o que ele tinha merecido por sua vida precedente.
No ensino místico, tanto na Grécia como no Egito, uma nova vida começava para o defunto.
Os Mistérios de Isis foram os inspiradores de todos os Mistérios que se espalharam logo em todos os paises civilizados, como também os dos Cabiras, os deuses do fogo, adorados na ilha de Chipre, de Júpiter em Creta, de Mitra na Pérsia e na Ásia Menor, de Baco e de Ceres na Grécia.
Estes últimos celebravam-se, sobretudo, em Eleusis e reclamam um estudo particular.
São ainda, como vimos, aos Mistérios de Isis que se referem aos ensinamentos de Orfeu e de Pitágoras, este último puramente moral e social, ao contrário do primeiro que unia mística à poesia.
Os três maiores movimentos iniciáticos que floresceram na Grécia, foram os de Orfeu, Pitágoras e os Mistérios de Eleusis.

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