sábado, 13 de dezembro de 2008

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 7.13 - A GRÉCIA - OS MISTÉRIOS DE ELEUSIS - 1ª PARTE

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS

7.13
A GRÉCIA
OS MISTÉRIOS DE ELEUSIS
1ª PARTE

Um dos pontos mais secretos da iniciação helênica, foi a celebração dos Mistérios de Eleusis. Temos poucos documentos sobre um fato que foi, entretanto, de importância considerável sobre a vida religiosa da Grécia.
Certamente, tomando tema da desaparição da jovem Deusa Perséfone, da desaparição do grão de trigo, posto na terra como um morto para apodrecer e que, sob uma influência misteriosa, triunfa do peso da terra, renasce à claridade, floresce, traz frutos numerosos, todo espírito elevado e conduzido ao simbolismo, via nesta imagem, os destinos da alma, que reentrando no aparente não-ser, volta à vida e, rica de novas experiências, conduz frutos à eternidade, em vista de suas futuras reencarnações.
Em nosso sentido, não poderia haver dúvidas; a iniciação de Eleusis, ensinava a solução de todos os grandes problemas; mostrava que o ser humano tem por dever elevar-se, criar em si novas forças, prever a morte que conduz ao renascimento e preparar-se, a fim de que o caminho lhe seja breve para a paz absoluta do eterno porvir.
Imagina-se, com toda a aparência de razão, que os Mistérios de Eleusis, como todos os Mistérios antigos, ocultam, sob a forma exotérica de suas festas harmoniosas, um ensinamento análogo àquele que tinha professado Orfeu e Pitágoras, posto que sob uma forma diversa.
Estes ensinamentos eram intimamente, idênticos aos do Templo da Índia, da China e do Egito; a verdade é uma e, sob o véu florido dos mitos e das alegorias, não poderá ser mudada.
Pode-se acreditar que o ensinamento eleusiano, tenha trazido ao mundo, um conhecimento novo, mas, pela graça do gênio grego, nunca a doutrina pura fora enfeitada de um exterior tão sedutor, porque é o dom próprio do gênio grego, embelezar tudo o que está submetido ao encantamento de sua lira.
Parece fora de dúvida, que os Mistérios de Eleusis, eram baseados sobre a fé nos renascimentos e sobre a subida da alma para o divino, através das etapas da morte.
O grão de trigo, foi o seu símbolo, e toda a mitologia se liga a esta crença. Apenas semeado, o grão desapareceu; o corpo, à morte, é confiado a terra. Mas o trigo reúne os elementos de um novo corpo, como faz a alma humana.
Os dois recomeçam um novo ciclo, e a volta das estações foi para os gregos, a imagem da ordem imutável e diversa da Criação.
A vitória que o cultivador alcança sobre os elementos hostis, sobre a aridez da terra, simbolizava para eles a vitória que devemos alcançar sobre as nossas paixões.
Demeter, nossa Ceres, via arrebatar sua filha Perséfone, os frutos da terra, pelo feroz Plutão. Perséfone (Prosérpina), era-lhe entregue depois, mas nunca completamente, porque o Deus dos Infernos, tinha toma do o cuidado de lhe fazer comer algumas sementes de romã, símbolo da fecundidade.
O sentido esotérico, era que a alma, depois dos funerais, entrava nas trevas e se purificava, mas nunca completamente, porque nós guardamos até o fim das nossas encarnações, o desejo de viver e produzir.
Não será senão quando estivermos despojados de todo desejo egoísta, que seremos livres de voltar ao mundo, que Perséfone, voltará definitivamente ao esplendor do dia, representará a inteligência divina, a luz celeste que procuramos longamente, que se recusa aos olhos da carne.
O fim destes Mistérios, era o mesmo que o de todas as iniciações. A entrada entre adeptos, era considerada como um novo renascimento.
Eis porque o noviço devia sofrer um simulacro de morte para renascer a uma nova vida, aquela que não termina mais.
Havia duas etapas a vencer na iniciação: Os Pequenos Mistérios, dos quais não se podia ser dispensado, e os Grandes Mistérios, que eram reservados àqueles que tinham passado por uma iniciação completa.
Para o fim do século V, antes de nossa era, um grau ainda superior foi unido a estes Mistérios: a Epoptia.
Os Pequenos Mistérios, celebravam-se ao fim do inverno, no mês de Anthesterion. Simbolizava o fim do inverno, o começo de um novo ciclo, embelezado pelo Sol novo e todas as flores novas.
Os Grandes Mistérios, celebravam-se no mês de Boedromion (setembro), entre a colheita e as sementeiras.
As colheitas acabavam e as sementeiras não eram feitas. O ser achava-se entre a morte e o despertar, na plenitude de sua personalidade.
Nada operava sobre ele; podia dar-se à vontade ao ensinamento iniciático, e o outono pesado de frutos, faziam-lhe compreender que a vida humana, como a natureza materna, não pode existir sem encher as cestas de outono de frutos dos longos trabalhos de seus dias.
Os Pequenos Mistérios tinham, algumas vezes, o nome de Mistérios de Agra, porque eles eram feitos não em Eleusis, mas em Agra, que é um arrabalde de Atenas.
Havia nessa cidadela um Templo consagrado a Perséfone, sob o nome de Koré (a moça), e era aí que as festas se desenrolavam.
Monumentos mostram-nos o neófito nu, passando esta lustração. Tem o pé esquerdo sobre a pele do animal que ele ofereceu para tornar as divindades favoráveis, e um celebrante lhe derrama a água sobre a cabeça.
Além disso, o vemos assentado como adepto definitivamente aceito. Sua cabeça é coberta por um véu; uma sacerdotisa o abana com o crivo místico.
Os Pequenos Mistérios, além de Demeter e Perséfone, também tinham lugar em Dionísio. Nesta cerimônia, Dionísio representava o papel de Deus psicopompo; era ele que conduzia Perséfone à luz; era ele que, pela força de um santo entusiasmo, elevara o iniciado acima dos reinos da morte.
Os Grandes Mistérios se celebravam de cinco em cinco anos, e sempre em Eleusis. De Atenas, os efebos partiam em cortejo para Eleusis
Os neófitos deviam demonstrar que eles tinham seguido os Pequenos Mistérios.
Heródoto, que tinha visto os Mistérios em seu tempo de plena florescência, descreve com entusiasmo esta multidão enorme e recolhida. “Via-se a poeira que 30.000 homens levantavam; o grito de Iaccos retinia, impelido pela multidão daqueles que se entregavam a Eleusis, e de todas as partes do mundo grego, corriam homens desejosos de receber a iniciação santa”.
De todas as partes, vozes entoavam hinos sagrados. Nada mais imponente e mais vibrante do que esta entrada do cortejo em Eleusis; mas os sacerdotes, vendo que aqueles que deviam entrar tinham vencido o limiar, fechavam as barreiras. O cortejo sacerdotal penetrava no santuário da Deusa; o Hierofante depositava os objetos sagrados que não deviam sair, senão cinco anos mais tarde.
A parte pública da festa estava terminada.
Começava, então, a festa iniciática.


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domingo, 7 de dezembro de 2008

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 7.12 - A GRÉCIA - PITÁGORAS - 6ª PARTE - VERSOS ÁUREOS

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS

7.12
A GRÉCIA
PITÁGORAS – 6ª PARTE
VERSOS ÁUREOS

PERFEIÇÃO

O MEIO DE APERFEIÇOAMENTO – O exame de si mesmo – Apenas desperto, aproveita-te logo da harmonia que vem do sono para elevares o teu espírito e refletires nas boas obras que deverás realizar.

Toda a noite, antes de dormires, faça o teu exame de consciência, repassa muitas vezes no teu espírito os atos de tua jornada e pergunta a ti mesmo: “Que fiz eu? Cumpri bem o meu dever em todas as coisas?” Examina assim sucessivamente cada uma das tuas ações. Se descobrires que fizeste o mal, repreende-te severamente; se foste irrepreensível, regozija-te.

Segundo Pitágoras, o melhor momento que podíamos escolher para liberta-lo da cadeia corporal, é a manhã, logo depois de despertarmos. A esta hora, o corpo, saindo do sono, está calmo de todas as agitações do trabalho e das paixões, sejam elas prazeres ou desgostos.
É neste momento que é preciso fazer exame do que se fará durante o dia. Devem ser tomadas as competentes decisões. É na calma matinal que podemos muito mais facilmente, pesar tais decisões e amadurece-las para discernir o bom caminho. Uma espécie de exame da situação, mostra-nos o estado em que nos encontramos, as modificações boas ou más, de nossas possibilidades.
Diante desta constatação imparcial, podemos dar úteis auto-susgestões, que nos serão de um grande valor no cumprimento de determinadas empresas.
Quando o Sol se levanta, o Espírito é o rei do corpo. É o momento das meditações calmas e das intuições. O espírito dirige o inconsciente, em lugar de o seguir. É a hora do domínio do eu.
Este trabalho psíquico da manhã, deve ser completado todas as noites por um exame de consciência, um exame das ações realizadas durante o dia.
Fazer-se à noite um exame de consciência, é uma indicação útil, e todas as religiões têm-no adotado. O momento da calma que precede ao sono, abranda a turbulência do inconsciente, sempre prestes a escusar o que lhe é agradável . É bom não escutar conselheiro tão leviano.
Aquele que tem o bem em vista, verá todas as noites, como seguiu o plano que lhe é imposto; lastimará suas faltas, porque elas têm por efeito retardar um resultado tão longamente esperado.
Ao contrário, se os resultados foram bons, está no direito de regozijar.

A MEDITAÇÃO. A fé. A vida virtuosa. A ciência do Universo. Medita estes conselhos. Ama-os de toda alma, e esforça-te em coloca-los em prática; eles te conduzirão às virtudes divinas. Juro por aquele que traçou em nosso espírito a tétrada sagrada, fonte e emblema da Natureza eterna.

A Tétrade é uma pirâmide de quatro faces: três laterais, uma basal. É uma imagem do ser humano, este microcosmo, imagem reduzida do Universo, do Macrocosmo, porque tudo há na Natureza.
As três faces laterais são, no que concerne à personalidade humana, o corpo, o coração e o espírito. Cada face triangular tem, na parte que toca à base, dois ângulos opostos.
No que concerne ao corpo, um dos ângulos representa as forças criadoras; o outro ângulo inferior corresponde às forças destrutivas. O equilíbrio entre essas duas forças antagônicas, constitui a saúde, enquanto o seu desequilíbrio dá lugar à doença. No domínio do coração, os sentimentos serão bons ou maus e, segundo o curso que se dá a uns ou a outros, resulta o milagre, as alegrias do dever cumprido ou a desilusão das miragens.
Alegrias e desilusões sentimentais, são figuradas na segunda face lateral da Tétrade, por dois ângulos inferiores.
Quanto ao espírito, a verdade e o erro, a certeza e a dúvida, são os pólos negativo e positivo de sua atividade.
O cimo de cada triângulo é o equilíbrio dos contrários. Para o corpo está a saúde; para o coração esta a felicidade; para o espírito a serenidade.
E as três faces reunidas simbolizam as personalidades humanas, tão diversas, mas tendentes à unidade pelo desejo de equilíbrio.
O iniciado, o Sábio, realizou este equilíbrio; governa sobre os três domínios; sua vontade reside no cume da pirâmide, por este mesmo fato, dirige-se à parte basal, isto é, não opera senão por si mesma, porém é capaz de levar às outras, a mesma estabilidade.

A PRECE – Mas, metendo-se em obra, roga sem cessar aos deuses, para que eles te ajudem a cumpri-la.

Só aquele que não quer ver, aquele cujo orgulho é cego pelo império dos preconceitos, nega as potências superiores. O Sábio, conhece-as demasiadamente para as poder negar. Elas o auxiliam e sustentam.

A INICIAÇÃO – Quando fores bem compenetrado destes preceitos, chegarás à convicção da constituição íntima dos deuses, dos homens e de todas as coisas, e perceberás a unidade que penetra a obra natural inteira. Conhecerás, então, esta lei universal que, por toda parte, a matéria e o espírito são idênticos, em natureza.

Tal é o conhecimento que está prometido ao iniciado. Diante de seu olhar, despojado de todos os véus, verá a unidade perfeita e sublime de tudo que existe.
Perde a noção do tempo. Sabe que ele foi a matéria, e sabe que será Deus.
Uma mudança maravilhosa se produz; pede ao alto para espalhar em baixo a alegria, a vida, o repouso. Experimenta a alegria de um Criador divino.

A CLARIVIDÊNCIA – De tal maneira, vindo a ser clarividente, tu não serás mais atormentado por desejos ilegítimos. Reconhecerás então, que os homens são os criadores de seus males. Infelizmente, não sabem que os verdadeiros bens estão a seu alcance. Quão raros são aqueles que conhecem a maneira de se livrar dos tormentos. Tal é a cegueira dos homens que lhes perturba a inteligência! Semelhantes a um cilindro que rolam ao acaso, porque não suspeitam a funesta incompreensão que vive neles, e os acompanha por toda a parte; não sabem discernir o que precisam admitir, nem o que é necessário repelir, sem revolta.

O maior dos males é, pois, a ignorância em que estamos do nosso verdadeiro bem.
Ele não depende senão de encontrarmos a paz e a alegria, mas, nós nos obstinamos em perseguir imagens sem realidade, em vez de gozarmos os bens verdadeiros que nos aperfeiçoam, que nos pertencem. O homem é o único artífice de seu próprio infortúnio. Deus é bom e sua obra é boa. Tudo que Deus criou é Harmonia e Justiça.
Em vez de procurarmos os bens ilusórios, faríamos o que é ordenado ao iniciado; trabalharíamos para depurar o nosso coração, para aperfeiçoar o nosso espírito.

A VERDADE OCULTA – Deus, nosso pai! Possa liberta-los de seus sofrimentos e mostrar-lhes qual o poder sobrenatural que eles podem obter! Não tenhamos angústia, porque os homens são da raça dos deuses e a eles pertence descobrir as verdades sagradas que a natureza oferece para a pesquisa.

É uma realidade que a sensibilidade do adepto sofre muitas vezes. Não pode fazer senão o seu próprio caminho. Cada um deve seguir a sua senda, vencer a sua etapa pelo seu próprio esforço.
O esforço é a verdadeira nobreza; é a única senda do aperfeiçoamento pessoal.
Então, teriam percepções e concepções novas. Descobririam verdades que transformariam o universo a seus olhos.
Estas verdades, estas percepções, são o verdadeiro domínio do Sábio. Em todos os tempos, os Sábios fizeram as mesmas descobertas e as iniciações registraram somente como verdades imutáveis e essenciais, algumas variações na matéria em que a revelação se produz.
Centros iniciáticos, filosóficos e religiosos, todos, contando tempos e raças, mostraram os mesmos horizontes ao insaciável desejo humano, e este desejo humano sempre se sentiu satisfeito
A verdade é uma. Ela é acessível a cada um. O mundo divino pertence àquele que o procura com o coração puro, um corpo são e o desejo sincero de luz.

A RECOMPENSA – A SABEDORIA – A IMORTALIDADE FELIZ – Se conseguires possui-la, preencherás facilmente todas as minhas prescrições e obterás o merecimento de ser livre em tuas provas. Mas, abstem-te dos alimentos que prejudicam as purificações, e prossegue na obra de libertação de tua alma, fazendo uma escolha judiciosa e refletida de todas as coisas, de maneira a estabelecer o triunfo do que existe de melhor em ti, o Espírito.
Então, quando abandonares o corpo mortal, elevar-te-ás no éter e, cessando de ser mortal, revestir-te-ás da forma de um Deus imortal!

Não estás neste mundo, senão para cumprir o seu dever e esperar, com serenidade, a hora da libertação.
A recompensa é adquirida; ela nos dá a coragem de a merecer por tanto trabalho . Mas esta recompensa qual é, para o justo?
O Deus que se oculta em cada um, vai abrir suas asas e, esquecendo todas as penas e desgostos desta vida, vai, com um vôo seguro, ganhando o mundo luminoso.
Tal é o ensinamento de Pitágoras, nas partes que nos foram conservadas.
Isso não é senão um fragmento da imensa obra deste Mestre; basta, entretanto, que façamos sentir a importância desta iniciação e a infelicidade de uma tal perda.
O ideal de Pitágoras, era o de criar a cidade perfeita, mas o tempo, que não era propício para ele, não o é para nós.
Estará talvez, próxima a hora em que a luta da matéria e do espírito, forçara os adeptos a prestar contas? Então, todos aqueles que procuram ou tenham encontrado a sua senda, se levantarão para o triunfo definitivo da verdadeira luz.

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quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 7.11 - A GRÉCIA - PITÁGORAS - 5ª PARTE - VERSOS ÁUREOS

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS

7.11
A GRÉCIA

PITÁGORAS – 5ª PARTE
VERSOS ÁUREOS

CRIAR UM JUIZO SÃO E FIRME – Toma cuidado sempre de observar o que eu te vou dizer. Não te deixes levar sem reflexão pelas palavras e os atos de outrem. Fala e age somente quando a tua razão te indicar o partido mais sábio. A deliberação obrigatória antes da ação evitará assim os atos desordenados. O que torna o homem infeliz, é falar e agir sem regra nem medida.

Maravilhosos conselhos para a luta contra as nossas impulsividades. O primeiro movimento, seja qual for, pode ser considerado como uma indicação intuitiva, mas não deve ser seguido.
Nada mais perigoso do que o arrebatamento; leva-nos a cometer, algumas vezes, ações simplesmente censuráveis, outras vezes culpáveis, porque não temos tempo para discernir e pesar pró e contra.
Os discípulos de Pitágoras, deviam ao hábito do silencio, um domínio próprio que os auxiliava poderosamente a realizar esta parte das ordens do Mestre.
Antes de pronunciar qualquer palavra, antes de fazer qualquer gesto, o iniciado deve deixar o sangue acalmar os seus surtos, deve dar à razão um pleno império sobre todos os sentimentos e todas as sensações. Isso não se observa quando, sem escutar a voz interna, o homem toma geralmente uma decisão, pronuncia uma palavra ou comete um ato.
O pitagoriano, tinha por dever ser escravo de sua palavra; por isso, não lhe era permitido dá-la a esmo; assim é que se praticam inúmeros erros.
É uma disciplina excelente pensar muito tempo, não somente antes de agir, mas ainda de falar, pois que a palavra vale a ação.

SER PREVIDENTE – Para cada uma das tuas decisões, prevê bem as conseqüências mais remotas, de maneira que não te arrependas nunca.

Ainda um conselho de uma alta conduta filosófica e prática.
Aquele que não age por um entusiasmo imprudente, dá-se ao trabalho de ver quais serão as conseqüências da ação que ele quer empreender.
É um preceito um preceito que tem sido bastante desprezado. Apenas se entrevem as conseqüências imediatas de um ato, mas as conseqüências longínquas escapam-nos geralmente. Entretanto, podemos observar que elas tomam larga parte da responsabilidade que nos será tomada em conta na hora terrível dos julgamentos sem apelo.
Isso é o conselho do iniciado, mas, na vida material, é preciso ver longe os bons e maus lados de uma empresa, não somente no presente, como em um futuro longínquo. É prevendo o pior que se pode escolher o melhor; porque se observa todo o lado mau de uma coisa, que apresenta necessariamente lados bons, e que se toma o tempo de ver o que é a inquietação antes de ir às vãs esperanças.

SER MODESTO – Não tenhas a pretensão de realizar o que realmente ignoras. Aproveita, ao contrário, todas as ocasiões para te instruíres. Chegarás assim, a uma vida altamente agradável.

Conselho sempre útil é o da simples humildade.
Quanto mais o sábio avança em conhecimento, mais se descobre diante dele, o vasto campo inexplorado, que lhe pedirá muitos esforços.
À medida que se eleva, o panorama se amplia. O menino que não viu senão o seu pequeno jardim, crê que ele é infinito. Aquele que sobe à colina, acha o universo imenso. As asas do espírito, vão mais além do que as asas de qualquer pássaro.
Aquele que procura ver as coisas no seu vasto conjunto, sente-se uma ínfima célula no vasto universo. Seu orgulho, se o tiver, desaparece neste momento. Sua alegria não pode vir mais senão do estudo; todo o dia mergulha-se em uma meditação profunda; o prazer constante e indispensável que ele sente, é a mais alta alegria que este mundo pode dar.

b) A CULTURA CORPORAL – Seguir um regime puro e fisiológico – Fazer exercício. É preciso igualmente velar pela boa saúde do corpo. Toma cuidado com a medida dos alimentos que te são necessários. Tua justa medida será a que te impedirá de amolecer o teu caráter. Também deverás habituar-te a um regime puro e severo.

O que ressalta desta parte do ensinamento pitagórico, é a necessidade de um corpo são, para continuar em paz as pesquisas do espírito.
A vida do Sábio, não deve ser uma série de festins; não deve perder, comendo e digerindo os alimentos mais delicados, toda a energia que lhe foi confiada para mais nobres e úteis fins.
É necessário ao homem alimentar-se, mas convém que ele o faça para a sua saúde. Esta alimentação era severamente medida.
Em primeiro lugar, Pitágoras proibia formalmente toda nutrição de carne.
A água, era a única bebida! É verdade que é a melhor, e mesmo a que a própria Natureza nos destina, pois, que todas as bebidas fermentadas são o produto da indústria humana.
A água, que nos nivela aos animais e às plantas, é a única bebida que deveríamos usar.
Bem longe de debilitar, como se crê muitas vezes, ela dá forças corporais e um excelente equilíbrio físico. Quem bebe água, experimenta harmonioso equilíbrio em todo o seu ser, e saboreia uma paz que os febris bebedores de vinho não conhecem.

SER RESERVADO – Caminha sem ostentação, para evitares atrair a incompreensão odiosa dos invejosos e ignorantes.

O Sábio tem de viver afastado. Pratica as quatro palavras que nos foram dadas como a chave de toda iniciação, mas o que melhor convém é: Calar-se. Ele sabe que, de um modo geral, a multidão está fora do estado de o compreender. Não a odeia nem despreza. Aqueles que compõem a multidão estão no seu caminho, na senda que conduz a Deus. Mas, o Sábio, tem ocupações mais urgentes do que dar conselhos e exemplos que não seriam seguidos.
A opinião do vulgo não lhe preocupa; não tem linguagem comum com ele e os dois falariam em vão, sem se compreenderem.
O Sábio não fala àqueles que podem auxiliar a sua evolução ou àqueles que lhe podem oferecer apoio. Cada um tem estados a vencer. Aquele que sabe, não pode recusar um bom conselho, ou melhor, um bom aviso, ao que pede.
Ele pode e deve por no caminho aquele que tem já a inquietação de seguir um caminho seguro. Mas uma lei absoluta, é que cada um evolve por si mesmo, e aquele que tem a sua evolução a fazer não deve esquece-la na preocupação, muitas vezes, orgulhosa de fazer adiantar os demais.

SER PONDERADO – Não faças como as pessoas sem juízo, que gastem além de suas necessidades, ou ainda, que se entregam à avareza, mas, aprende a guardar em tudo o meio termo. Não faças coisa alguma que te prejudique e, por isso, raciocina bem, antes de agires.

Aquele que tende a uma evolução superior, não deve ter apego ao dinheiro como o avaro, nem criar dificuldades materiais que serão um entrave para os seus trabalhos.
O Sábio não deve procurar ofuscar por seu fausto; deve ser comedido, porque as suas necessidades são limitadas pelo estado de espírito que o guia.
Não tende mais para estas miragens, e alegrias enganadoras que arrastam os tolos a despesas abusivas.
Sua felicidade não está no luxo nem nos festins. Os prazeres que lhe são doces, são aqueles que não se compram com dinheiro.
Não procura senão as coisas eternas, e estas não dão inquietações nem desilusões.
E temos sempre a necessidade de refletir antes de agir, qualquer que seja a ação, e mesmo aquela que aparentemente mostra não ter nenhuma importância.
É de uma excelente ascese submeter o inconsciente ao espírito, de maneira mais completa, e quanto mais submetemos nossas impulsividades, mais caminharemos com calma na senda da evolução.
Passado o estado de purificação, resta o estado de perfeição. Eis aqui os conselhos do Mestre.

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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 7.10 - A GRÉCIA - PITÁGORAS - 4ª PARTE - VERSOS ÁUREOS

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS

7.10
A GRÉCIA

PITÁGORAS – 4ª PARTE
VERSOS ÁUREOS

A CULTUTA PESSOAL

a) A CULTURA MENTAL – Sê senhor de ti mesmo – Sabe, pois, que deves dominar as tuas paixões, sendo sóbrio, ativo, casto. Não te encolerizes nunca.

É um fato que já tivemos ocasião de sublinhar, porém que necessitamos viver; o iniciado deve ser senhor absoluto de suas paixões. Se não for sóbrio, permitirá os prazeres mais materiais do corpo, que lhe perturbarão a inteligência, encobrindo também a chama do pensamento sob os vapores da bebida ou da nutrição excessiva.
Mesmo sob o ponto de vista mais prático, o corpo do adepto deve estar sempre em condições de excelente firmeza e não será senão por uma higiene alimentar severa e bem compreendida que ele evitará as doenças.
O iniciado deve ser casto. Aqui, castidade não se entende por abstenção. Pitágoras, era casado, pai de família e permitia aos seus adeptos os legítimos prazeres do lar conjugal. Não é, pois, a questão de suprimir uma função que, considerando bem, tem alguma coisa de sagrado, como meio de transmissão de vida, como meio de permitir à alma a sua evolução.
Mas, se ele é normal em amar a sua esposa, é culpado em se deixar arrastar pela volúpia, sacrificando-lhe a paz do coração pelos trabalhos que lhe prepara. É necessário que o adepto modere os surtos de seu coração, tanto como os sentidos; é-lhes indispensável guardar a harmonia, que é o fim de sua preparação.
Não se deve deixar arrastar pela cólera, que é má conselheira e que não produz nenhum bem.
A cólera, Leva-nos muitas vezes a fazer mal aos outros, mas é principalmente nociva àquele que se deixa levar pelo seu império, espalhando de repente as suas reservas nervosas que o tornam sem forças para cumprir o bem.

SER HONESTO, FRANCO E JUSTO – Sê irrepreensível diante dos outros e diante de ti mesmo. E, acima de tudo, respeita-te a ti mesmo. Que toda a tua vida, que todas as tuas palavras se inspirem na mais pura justiça.

Certamente, é mau, dar exemplos culpáveis e o escândalo não produz senão o mal; mas, aquele que fizer o bem apenas por jactância, será um hipócrita, uma espécie de Tartufo.
É preciso amar o bem por si mesmo e cumprir o dever porque se deve cumprir.
O homem que tem uma justa e alta opinião de si, não tem necessidade de ser orgulhoso, mas, se ele pensa que é igual aos outros e que existe nele uma parcela de divino, respeitará este eco do infinito, esta flama eterna e não consentirá em profanar-se com a execução de atos inferiores.
Aquele que sabe o que é a verdade, não consentirá em mentir para agradar; não desejará inferiorizar, mesmo com um fim aproveitável, a centelha que deve transmitir a novas existências e que é o incomunicável dom de Deus. Eis porque a justiça é o primeiro dever. Deus, fez tudo tendo por alvo a perfeição e nós não o podemos imaginar favorável a um em detrimento de outro. Tal como um caprichoso favoritismo.
Se quisermos subir para Deus, devemos harmonizar as nossas tendências às suas, e a justiça, deve ser o principal fim da nossa evolução.

SER REFLETIDO – Não adquiras o hábito de viver maquinalmente, mas reflete bem que a morte é o nosso destino comum, e que as riquezas materiais podem ser adquiridas ou perdidas com a mesma facilidade.

Devemos tomar interesse à vida que nos rodeia. O mundo é um livro no qual aprendemos sem cessar. Se nós prestássemos uma atenção seguida, nada nos pareceria árido ou fastidioso. Rodeados pelo esforço constante da Natureza, tomaríamos gosto pelo esforço, e a luta nos pareceria melhor ainda do que a vitória.
Não são tesouros materiais que devemos pedir a esta luta. Que nos importam as riquezas? À morte, elas não terão utilidade alguma, e durante a vida serão, talvez, um peso mais doloroso do que agradável.
O avaro vive sem alegrias; recusa as satisfações mais inocentes; depois, a morte vem e, deste tesouro tão caramente disputado contra as mais agradáveis alegrias, não ficará nada senão os pensamentos que têm manchado a sua alma e abaixado o seu espírito.
É a muito custo, por um resultado tão negativo, que se priva da doçura de fazer felizes aqueles que o rodeiam?
Não será, mesmo para aquele que dá, mais prazer de ver o rosto daquele que escapa ao mal, à inquietação, do que demonstrar um frio mortal do qual se tira nenhuma satisfação.
A verdadeira alegria não está em sustentar os seus irmãos e conduzir o seu auxílio a todos, sob todas as formas?
O verdadeiro tesouro é o bem do espírito, e este não se adquire com os tesouros acumulados pelo avaro.
Quando a morte nos deixar nus e com as mãos vazias, todas estas vãs riquezas não valerão nada.
Aproveitaremos unicamente os benefícios e os trabalhos que desenvolveram o nosso coração e a nossa inteligência.
É nesta elevação da nossa personalidade psíquica, que se acha a verdadeira senda do iniciado.

TRABALHAR COM CONFIANÇA – Quanto à sorte que te foi reservada pelas leis divinas, por mais rude que seja, não te revoltes, porém, suporta-a com serenidade, esforçando-te em melhorar o teu meio. Os deuses, efetivamente, preservam os Sábios dos males maiores.

Aquele que sabe que o seu destino é merecido, não deve revoltar nunca. Tudo o que vem de Deus, é justiça. As nossas condições atuais de saúde e fortuna, são uma resultante de nossas existências precedentes. Se nós sofremos, é ao nosso passado que devemos atribuir tal sofrimento.
Não nos devemos revoltar contra o credor que reclama o que lhe é devido. A nossa existência atual está ligada aos nossos ciclos anteriores e a quem a comanda.
Não se deve contrair dívidas, senão se deseja sofrer o vexame de as ter que pagar. Tal é a justa noção que devemos ter das desigualdades sociais; a revolta não faz senão agrava-las. Quando obtivermos esta verdade primordial, resta-nos melhorar a nossa situação futura, não emitindo maus pensamentos, afastando de nós todos os sentimentos maus, realizando boas ações que depuram a nossa pessoa do que os antigos estados tinham deixado de mau.
Esta vida é triunfo do nosso esforço pessoal; muito podemos pelo nosso esforço, pela nossa educação de espírito; muito podemos sobre a saúde de nosso corpo, pelo exercício de uma sóbria e regular.
Podemos dar grandes alegrias, abrindo a nossa alma aos ritmos mais altos, comunicados do coração e do espírito ao Espírito superior.
Penetrados desta verdade, suportaremos com calma, a nossa sorte. Devemos ter confiança, porque aquele que faz esforço para um fim louvável, vence geralmente o que lhe agrada empreender.
Não é preciso esperar nem do acaso nem da morte uma orientação melhor de vida.
A morte virá como um julgamento, e não como um auxílio.
Quem poderá mostrar como ação, o que ele usou de um modo estéril para atingir a uma libertadora morte?
Temos uma dívida a pagar? Paguemo-la, pois, de boa vontade e veremos que, aceitando os deveres de nosso estado, fazendo esforços para uma situação melhor, perceberemos crescer a alegria, o equilíbrio, a saúde, a serenidade.
O sábio é preservado pelos deuses dos maiores males, porque aquele que vive em conformidade com as Leis superiores as observa em cada uma de suas ações.
Unido a Deus, nada teme; escolheu a paz e esta parte que é a melhor, não lhe será recusada.
Vê o bem em todas as coisas, tudo lhe sorri porque não pede aos seres senão o que eles podem dar.
A Natureza é-lhe maternal e sorridente, porque ele se aplica em compreende-la e ama-la.

SER TOLERANTE E PACIENTE – A Verdade e o Erro, encontram-se misturados nas opiniões humanas. Abstem-te, pois, de aprova-las ou rejeita-las totalmente, a fim de conservar a tua harmonia. Se o erro triunfa momentaneamente, afasta-te e tem paciência.

Por toda a parte, duas forças estão em presença: uma força ativa ou positiva e outra força passiva ou negativa.
No domínio das idéias, estão a Verdade e o Erro.
Tanto quanto somos submetidos às condições da vida, tal como nos é imposta neste mundo, não poderemos conhecer senão uma verdade relativa, necessariamente colorida pelo erro, e que é antes um equilíbrio do que uma segurança completa. É preciso, portanto, escolher o mais estável equilíbrio, a verdade mais isenta de erro, porém, com a certeza de que não há nada absoluto.
Para ser bem posta em valor, a luz tem necessidade da sombra; tanto que não nos possamos colocar no domínio divino, a verdade tem necessidade do erro, para combater, triunfar, fazer imperar uma verdade mais apurada, mais cintilante do que aquela que se tinha primeiramente, e que continha mais erros.
É este sentimento que nos obriga a uma extrema circunspeção.
Quem pode ter a certeza de possuir a verdade?
Nem entre nós, mesmo o mais sábio. Assim, quando uma opinião nos é manifestada, se ele não leva alcance à vida, aos bens ou à honra de outrem, temos o dever de combate-la com muita cortesia. Os arrebatamentos, as palavras causticantes, não servem senão para cavar um fosso maior entre aqueles que não se compreendem. Não é preciso rejeitar em conjunto, mas empregar o tempo em julgar, em raciocinar, pois, pode produzir uma grande vantagem daquilo que nos manifestou. Mas, se também o que, após estudos, nos pareceu mau e perigoso, tem o aspecto de triunfar, não é preciso entrar em discussões vãs; é preciso afastar-se e esperar do futuro a verdadeira certeza.

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