domingo, 13 de dezembro de 2009

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 11.1 - OS NEOGNÓSTICOS

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
11.1
OS NEOGNÓSTICOS
Fora desta forma de gnosticismo, formou-se recentemente outro agrupamento que, embora reclamando a mesma doutrina, leva notáveis variantes nas manifestações.
Intitula-se neognosticismo e é representado atualmente, na França Srs. Dr. Fugairon e Johannés Bricaud.
Estes neognósticos dispuseram as fases de sua iniciação segundo as estações do ano e de maneira a simbolizar, pela idade do Sol anual, os estados da alma e de espírito do novo adepto; assim se perpetua o pensamento da existência cíclica da alma humana, que percorre alternadamente cada estação, sofre os dias e as noites até o momento em que o tempo desaparecerá para cada alma chegar, enfim, ao termo de sua existência terrestre.
O primeiro estado do discípulo ou Aprendiz Gnóstico é simbolizado pelo inverno. Neste momento, o ser está no caos e na obscuridade, porém, como a terra está no inverno, contém todas as possibilidades de esperança em uma renovação próxima.
Está na matéria, mas o trigo semeado não deseja senão crescer e florescer, com o tempo e os cuidados que lhe são necessários.
No grau seguinte, vem a ser discípulo ou Companheiro Gnóstico. É a primavera. A palavra dos mestres, como o Sol propício, espalhou o calor que faz brotar os germes.
Aquele que estava na sombra compreende, enfim, a claridade e tende todas as suas forças para ela. O mundo renasce para a força e a alegria. O ano novo surge.
O adepto vem a ser, em seguida, Mestre Gnóstico. É o estio, a expansão do que não era primeiramente senão uma promessa. O trigo morto na terra vem a ser uma colheita abundante. O Sol da verdade elevou-se sobre a inteligência. Uma alegria imensa radia sobre o universo que não é senão o emblema da alma renovada. Ela goza o fruto de seus esforços.
Enfim, vem o grau de Mestre Eleito Gnóstico.
Os mistérios são cumpridos. As colheitas estão na granja.
Aquele que nesta vida atinge ao cúmulo do que lhe é permitido receber, pode regozijar-se de seu trabalho, mas o outono é a estação das lembranças e meditações.
O verdadeiro adepto sabe que seu reino não é deste mundo. Prepara-se para nova etapa de sua evolução pela meditação e pelo estudo, pela prática das obras de beneficência, a fim de que seus irmãos tenham parte em seus bens e de que saia da matéria, rico das obras cumpridas.
Estas quatro etapas comportam 7 graus e, para os neognósticos, estes 7 graus correspondem a sete períodos da vida de Jesus.
Estes graus são conferidos por festas especiais no momento do ano correspondente à sua estação.
A iniciação não é, pois, no seu ponto de vista, mais que o nascimento e o desenvolvimento da vida do Cristo em nós. Aqui, os cristãos de São João retomam um pensamento de São Paulo, que apresenta o Cristo como exemplo que todo ser deve tender a reproduzir tão perfeitamente quanto possa. Mas, também, para a maioria dos homens, a morte e as vidas sucessivas são necessárias a esta adaptação; a iniciação é para o adepto o meio de substituir estas longas etapas pela única existência inteiramente dada às obras, aos pensamentos e às práticas que fazem uma verdadeira morte, depois da qual não resta mais senão renascer. Entre os gnósticos, esta idéia, constante em todas as iniciações, tem isto de particular, que faz reviver cada pessoa nas diversas épocas da vida do Cristo.
As sete festas iniciáticas e comemorativas são:
1º - O nascimento de Jesus (25 de Dezembro).
2º - Sua conversação com os Doutores (2 de Fevereiro).
Estas duas festas pertencem ao solstício de inverno, quando a vida está encerrada na matéria; o Natal corresponde ao grau de Estudante Secreto e a discussão com os doutores a de Estudante Perfeito.
Na primavera, encontramos:
3º - O batismo (25 de Março).
4º - A pregação, as lutas, a lapidação (2 de Maio).
Estas duas festas representam o despertar da primavera correspondente ao batismo e às graças que se derivam para o adepto. Elas conferem os graus de Sublime Maçom Gnóstico no que concerne a primeira e de Cavalheiro da Trolha e da Espada, no que toca à segunda.
5º - A transfiguração (1º de Julho).
6º - A entrada triunfal em Jerusalém e a ceia (1º de Agosto).
Estas duas festas, em que o poder de Cristo é exaltado, são a expansão real em pleno estio. A primeira dá ao iniciado o grau de Mestre Adepto. A festa de 1º de Agosto lhe confere o grau de Mestre do Segredo Real.
7º - Enfim, a festa da morte e da ressurreição (25 de Setembro) dá os últimos segredos àqueles que permitam as meditações antes que a desencarnação arrebate o iniciado às fadigas deste mundo.
O último grau que recebe é o de Ministro da Serpente de Bronze e da Estrela Flamejante. O outono veio. Fazendo partilhar aos fiéis os frutos de sua iniciação, prepara-se para acabar a sua vida na paz e harmonia que convêm ao Sábio.
A cada um destes 7 graus há correspondentes das experiências materiais.
No primeiro grau, o Estudante Secreto, sofre o espanto da sombra e da inquietação de achar-se sem guia em subterrâneos.
No segundo grau, o Estudante Perfeito, passa provas intelectuais e morais que permitam conhecer sua fé e iniciativa.
No terceiro grau, o Sublime Maçom Gnóstico, passa as experiências da água e da fumaça.
No quarto grau, o Cavalheiro da Trolha e da Espada, passa o Mistério da Unção do Crisma (que corresponde parcialmente à confirmação).
No quinto grau, o Mestre Adepto, passa os Mistérios do Fogo e do Ar, que correspondem a uma parte da confirmação.
No sexto grau, o Mestre do Segredo Real, depois das experiências morais, é admitido ao Mistério Inefável (ceia ou Eucaristia).
Enfim, no sétimo grau, o Ministro da Serpente de Bronze ou da Estrela Flamejante, é submetido a experiências que demonstram a pureza e a força de sua alma. Então é admitido ao Mistério do Grande Nome, que assim como a Ordem na religião católica, confere o sacerdócio e seus poderes.
Tal é o ensinamento dos neognosticos, assim como é dado pelos Srs. Dr. Fugarion e J. Bricaud. Uma última festa fecha o ano: a dos Mortos e a de Todos os Santos (1º e 2º de Novembro), onde os adeptos que são dignos são admitidos aos Mistérios das Unções pneumáticas.
Este mistério corresponde àquele da Extrema Unção, mas dá também o poder das curas e exorcismos.
Todas as etapas de iniciação gnóstica deveriam ser celebradas por solenidades magníficas, mas, apesar do entusiasmo dos instrutores, o número restrito dos adeptos rende culto, por assim dizer, teórico.
A Igreja Gnóstica morreu; e, entretanto, a tradição sobreviveu, embora sofresse sempre, pela natureza própria das coisas, imensas modificações.
Como todas as iniciações, a iniciação gnóstica é a luta do espírito contra a matéria, em vista de elevar esta última e de se aproximar de seu termo divino. É a idéia essencial de todos aqueles que procuram esclarecer a humanidade e reencontrá-la-emos em todas as suas obras, que tenham dado um aspecto exclusivamente filosófico, quer se tenham enfeitado das magnificências de um culto cujo ritual apresenta, muitas vezes, um simbolismo profundo, digno de reter e cativar o nosso interesse.
Resumimos todas estas correspondências no quadro aqui incluso.
GRAUS E EXPERIÊNCIAS INICIÁTICAS
NOME MODERNOS NOMES ANTIGOS MISTÉRIOS
1º Grau Estudante Secreto- Borborianos- Experiências físicas nos subterrâneos
2º Grau Estudante Perfeito- Codianista ou Mendigo-Experiências intelectuais e morais
3º Grau Sublime Maçom Gnóstico- Ninfiusita ou Banhista- Mistério da água e da fumaça
4º Grau Cavalheiro da Trolha-Stratiotita ou Soldado- Mistério da Unção do Crisma
5º Grau Mestre Adepto- Fibionista/Pobre de Espírito-Mistério do fogo e do vento
6º Grau Mestre do Real Segredo-Zacheita/que recebe Jesus- Mistério Inefável

7º Grau Ministro Serpente Bronze-Barbelita/Filho do Senhor- Mistério do Grande Nome


FESTAS RELIGIOSAS

ESTAÇÕES DATAS FESTAS COMEMORATIVAS
Inverno 25 de Dezembro Nascimento de Cristo
02 de Fevereiro Conversação com os Doutores

Primavera 25 de Março Batismo
02 de Maio Pregação e luta – Lapidação
Verão 1º de Julho Transfiguração
1º de Agosto Entrada Triunfal e Ceia

Outono 25 de Setembro Morte e Ressurreição



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domingo, 8 de novembro de 2009

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 10.3 - OS GNÓSTICOS - 3ª PARTE

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
10.3
OS GNÓSTICOS
3ª PARTE
Contrariamente à Igreja Católica, os gnósticos conservaram a tradição dos Mistérios e das experiências. É assim, que encontramos em um catecismo Gnóstico, publicado por Sofrônio, um estudo detalhado sobre os Mistérios iluminadores e os Mistérios purificadores.
Segundo este autor, os Mistérios iluminadores são antes, uma explicação esotérica da Gnose e eles preparam o fiel a receber a comunicação divina, a discernir nas revelações interiores os pensamentos que vêm de Deus e os que podem emanar do tentador.
Estes Mistérios têm como fim, o conhecimento de Deus, tanto quanto o permite o espírito do homem.
Deus é representado por Um simples, o Infinito e Absoluto; um ser sem forma nem limites, que não poderemos compreender senão quando estivermos libertos da camada de carne, porém, que podemos entrever desde já nos êxtases da perfeita iluminação.
Os Mistérios purificadores ordenam naturalmente abandonar a vida sensual pela vida espiritual. O espírito deve ser despojado de tudo o que tem de carnal para se apresentar ao Pai Celeste.
Quando o adepto passa a sua purificação, contempla, ama, sente-se transportado, adora, está em êxtase.
Neste êxtase, sente-se inundado das alegrias mais vivas e puras.
O prazer no qual está mergulhado, não se assemelha a nenhum dos prazeres humanos que não podem dar a mais grosseira idéia, porque o adepto se une a Deus; encontra nesta união a sua perfeição pessoal, o seu acabamento.
As purificações corporais se fazem, como no Egito, pela Água, pelo Fogo e pelo Ar.
O Mistério da Água, como nos expõe o Catecismo da Igreja Gnóstica, não se dá senão no 3º grau de iniciação. Antes, o aspirante não é iniciado, mas candidato à iniciação; é admitido somente às instruções preparatórias. Mesmo depois do batismo, o aspirante não é completamente iniciado.
Porém, é ainda candidato, não mais à Igreja Gnóstica, mas à completa iniciação para a qual será escolhido ou não.
Como a água benta das igrejas, a água que serve ao batismo gnóstico é consagrada, isto é, magnetizada por um rito especial, cujo fim é dar uma força purificadora.
O batismo não deve ser dado jamais a uma criança menor de dez anos. Sob o ponto de vista gnóstico – e este ponto de vista é racional, pois, que a palavra, “gnóstico” quer dizer “conhecimento” – o batizado deve ser capaz de conhecer e compreender o ato que ele cumpre; é preciso, para que o batismo responda ao seu verdadeiro fim, que o novo adepto possa arrepender-se de suas faltas, penetrar no fim perseguido por seus iniciadores.
O batismo, assim concebido, corresponde à primeira comunhão da Igreja Católica Romana, como data na vida da criança.
Segundo Sofrônio, “O batismo da água lava as manchas interiores da alma do pecador; produz certa modificação no psicológico, modificação que deixa sempre traços; apóia a sua resolução do assunto e dá-lhe os meios de se despojar do velho homem e vir a ser um homem novo, um cristão, um filho de Deus. Em seguida, dá as primícias do Espírito Santo, mas não a plenitude de seus dons”.
Para obter esta plenitude do Espírito, é preciso que o adepto seja submetido aos Mistérios do Fogo e do Ar (ou do vento). Este mistério está destinado a fazer do cristão um perfeito filho de Deus. Por isso, não se dá senão aos 5º e 6º graus de iniciação gnóstica. Somente depois desta cerimônia é que se é verdadeiramente iniciado.
Este batismo de Fogo vem das iniciações mais antigas e nos Evangelhos se fazem alusões a ele; a Igreja Romana o substitui pelos gestos simbólicos da confirmação.
Na Igreja Gnóstica, a cerimônia é muito imponente: o ministro do culto passeia três vezes em torno do batizado, com uma grande chama, dizendo:
“Em nome do Cristo salvador, que o Espírito Santo dissolva todas as impurezas, consumindo-as; assim queira o Todo Poderoso”.
Para o batismo do Ar ou do vento, o ministro do culto pega na mão direita o van místico dos Mistérios de Eleusis e agita-o acima da cabeça e das espáduas da pessoa para afastar de seus pensamentos todas as idéias vãs; do mesmo modo agita o crivo que separa o grão de seu invólucro. Então o ministro do culto diz:
“Em nome do Cristo Salvador, que o sopro divino lance para longe todas as impurezas de tua alma e faça voltar a sua limpidez ao teu espírito. Assim queira Deus Todo Poderoso”.
Depois destas duas consagrações, vem um terceiro mistério, o Mistério inefável (Eucaristia, a recepção do pão e do vinho consagrados).
É neste ponto especial que a comunhão gnóstica difere profundamente da comunhão católica. Os gnósticos recebem a comunhão do pão e do vinho, ao passo que os católicos leigos não recebem senão pão.
Este simbolismo exotérico da lei, não é indiferente. O pão simboliza a letra e a explicação exotérica da lei, ao passo que o vinho, reservado aos clérigos, indica a revelação integral, o esoterismo. Os gnósticos, qualquer que seja a sua ordem ou a sua profissão, recebem o pão e o vinho, símbolos do esoterismo que é concedido a todos mesmo sem a vontade do sacerdote, pela iluminação direta.
Esta admissão à taça é o símbolo do livre exame, da liberdade religiosa.
Compreende-se que este rito seja muito importante na iniciação gnóstica.
Há um, entretanto, que ultrapassa em importância esta Eucaristia; é o Mistério do Grande Nome que realiza o perfeito iniciado.
Este Mistério outorga àquele que é admitido o poder sacerdotal, quer as qualidades de que é necessário dar provas, sejam inatas entre o recipiendário, quer sejam adquiridas por um laborioso exercício.
As mulheres não são excluídas do sacerdócio na comunidade gnóstica; elas conservaram o acesso muito tarde na primitiva Igreja Grega, da qual os gnósticos afirmam descender. O gnóstico que recebe o Mistério do Grande Nome pode preencher todas as funções religiosas, distribuir sacramentos, celebrar todos os Mistérios.
A suprema iniciação é concedida com o Mistério das Ações pneumáticas. As funções que resultam deste grau, são antes de uma ordem psíquica; permitem ao adepto dirigir o seu psiquismo para operar curas, seja pela imposição das mãos, seja pelo sopro, seja pela unção do óleo consagrado.
Os processos de adestramento são tais, que os que são tratados dessa forma podem recobrar a saúde, mesmo quando ela esteja fortemente abalada. O poder sacerdotal recebido também pelo Mistério das Ações pneumáticas, dá ainda o dom de profecia, desenvolve a clarividência e a taumartugia.
Naturalmente, se dermos crédito a estes gnósticos modernos, os grandes Mistérios não são concebidos a esmo e só a pessoas dotadas de qualidades inteiramente superiores, de um perfeito domínio sobre si mesmo.
As qualidades morais que são exigidas do perfeito iniciado, o designam entre os homens como capaz de operar utilmente sobre a multidão de fiéis, confiados à sua direção. É preciso que o sacerdote seja sóbrio, casto, desinteressado, impenetrável, impassível, inacessível a toda espécie de preconceito ou de terror, impassível e podendo suportar, sem se dobrar na sua fé, todas as contradições e todas as penas.
Deve ser digno e reservado, mas delicado para com todos e, embora demonstre benevolência nas suas relações sociais, não deve deixar-se absorver.
No físico, ainda que a beleza não seja exigida, é preciso que o sacerdote seja isento de toda a deformidade e que, no seu corpo, como nas suas vestimentas, haja limpeza estrita e severa.

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MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 10.2 - OS GNÓSTICOS - 2ª PARTE

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
10.2
OS GNÓSTICOS
2ª PARTE
Através de toda a idade média e apesar das perseguições, o gnosticismo sobreviveu e todas as heresias albigenses foram inspiradas em sua doutrina, pois, caindo no meio onde o ódio e a ignorância deviam impor as suas deformações, a gnose achou-se misturada às piores formas de magia negra.
Atualmente, um grupo de intelectuais tomou a tarefa de fazer reviver este ensinamento desacreditado, mas, sempre tendo por causa a iluminação pessoal, e cedo apareceram tantas seitas quantas eram as pessoas. Entretanto, estes grupos múltiplos entenderam-se sobre as linhas gerais e é sobre esta doutrina que vamos tomar a devida base.
As idéias que são comuns a todos os grupos são de origem do homem, a necessidade de revelá-la aos que merecem ser instruídos e guiados para seu fim, que é Deus.
O aspirante deve mudar a sua personalidade completamente: deve despojar-se do antigo; depois, despido do que foi seu pecado, deve revestir-se do traje branco das núpcias, da vestimenta da luz dos eleitos.
Nos Ensinamentos Secretos da Gnose, Simão-Teófanes mostra-nos as fases desta educação pessoal. Primeiramente o ser está nas trevas; ele aspira à claridade.
Sob o ponto de vista cosmogônico, representa o caos informe, cujo símbolo é a pedra bruta antes de toda transformação.
Sob o ponto de vista metafísico, é a impotência de ação, seguida da ignorância em que se encontra o ser relativamente à atividade ou a Causa primária e seu símbolo iniciático é a cor negra.
Sob o ponto de vista da humanidade, é a própria inconsciência de agnosticismo e seu símbolo é um archote recurvo.
No que concerne ao indivíduo, é o estado em que se encontrou antes de seu primeiro desejo de pesquisar a luz e, no simbolismo místico, este estado de espírito do adepto antes de qualquer pensamento divino, corresponde à nudez.
A iniciação gnóstica tem, pois, por fim, pôr no caminho aquele que procura a luz, preparar a sua iniciação, a sua evolução, que é o fim de todas as iniciações.
Por isso, a pedra bruta deve vir a ser a pedra talhada, afim de que possa fazer parte da rítmica arquitetura daquele que criou os mundos. Para que a pedra bruta viesse a ser pedra talhada, precisaria empregar o martelo, que é a vontade, e a vontade que é o cinzel, que é o juízo.
O martelo representa a força inconsciente, a vontade brutal, maciça, que, como o martelo, deve ser mantida pelo espírito, único capaz de dirigir este poder quase animal.
O cinzel, ao contrário, é o juízo, a força criadora do espírito.
O espírito deve arrancar do desejo cego, tudo o que prejudique ao plano eternamente preconcebido, devido à matéria, e mesmo à sensibilidade, em sofrer.
É o discernimento do espírito que deve aplicar o cinzel sobre os pontos em que ele é necessário.
Como em todas as iniciações, vemos que as impulsividades humanas são submetidas à direção do espírito que as dirige e serve-se delas para o melhor interesse coletivo do bem comum.
Apesar de sua precisão perfeita, o cinzel não pode ferir senão sob o choque do martelo.
É um símbolo, aliás, muito belo, da impotência da ciência, sem um animismo bem dirigido que lhe dá seu impulso e sua força.
Vauvenargues, disse que os grandes pensamentos vêm do coração, mas as grandes ações também vêm. Aquele que dominasse completamente os seus sentimentos, de modo que, não experimentasse mais nenhum, poderia colecionar todos os dados científicos para seu prazer pessoa; se o desejo de se tornar útil não o impelisse a ser atirado à obra, não apareceria nada de útil à felicidade ou à evolução da humanidade.
Tornaremos a encontrar estes dois símbolos com a mesma interpretação na Franco-Maçonaria. O martelo e o cinzel são o emblema do primeiro grau da iniciação maçônica, o do aprendiz.
O ensinamento de Simão-Teófanes nos dão muitos detalhes sobre esta ação do martelo e do cinzel, mas, vimos apenas as informações gerais; o homem deve dominar as suas impulsividades e tornar-se firme e semelhante a um metal passado no cadinho, de tal maneira que as suas impulsividades, habilmente canalizadas, possam, em dado caso, soar com energia e justeza e realizar o ato desejado com toda força e precisão possíveis.

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domingo, 20 de setembro de 2009

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 10.1 - OS GNÓSTICOS - 1ª PARTE

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
10.1
OS GNÓSTICOS
1ª PARTE

A Gnose, cujo nome grego significa conhecimento, teve, desde as suas primeiras manifestações, a intenção de se apresentar em ciência de Deus, penetrando todos os Mistérios, para revelá-los a seus adeptos. Ela faz apelo às tradições mais antigas da humanidade, de que afirma ser o resumo. Dando créditos aos gnósticos, eles são os únicos herdeiros da ciência que é a base de todas as religiões.
Pode-se admitir esta idéia?
Pode-se supor que a Gnose foi, ao contrário, uma mistura, às vezes assaz confusa, de idéias e símbolos arrancados de todas as religiões, que vêm do Egito, assim como, da Caldéia, da Pérsia, da Índia, da Grécia, da Judéia, de Moisés e de Jesus?
Nada temos que elucidar sobre este ponto, porque não mudará a importância desta doutrina. É certo que na base de todas as religiões se acha um fundo comum de ensinamentos.
Segundo os gnósticos, a Gnose dá o segredo do universo, o segredo da Evolução, mas as teorias oficiais dos mestres foram freqüentemente modificadas, porque, ao lado do ensinamento oficial gnóstico, uma grande parte foi abandonada à iluminação pessoal que deve ser tomada em consideração.
Nestas condições, a unidade do dogma não resistiu à tradição, suposta imutável, mudada segundo as inspirações de cada um.
Entretanto, todos os gnósticos afirmam possuir o segredo das antigas tradições e o segredo de uma tradição invariável que lhe vêm em linha reta das palavras secretas que Jesus disse a seus apóstolos e a alguns raros discípulos, porém que não nos foi transmitido – e muito veladamente – senão pelo evangelho de João.
É tão difícil negar como afirmar a realidade desta pretensão, no decorrer dos primeiros séculos, o ensinamento cristão sobretudo oral; nada nos resta do ensinamento secreto.
Um dos padres da Igreja, São Basílio, diz:
“Recebemos os dogmas que nos foram transmitidos por escrito e aqueles que nos vieram dos apóstolos sob o véu e o mistério de uma tradição oral.
Desde o século I, os gnósticos pregam seu cristianismo à parte e, muitas vezes, em oposição à pregação dos apóstolos.
Simão, o mago, Menandro e Disitheo, são considerados como fundadores da doutrina. Ela é, ao mesmo tempo, uma mistura dos ensinamentos do Cristo e das sutilezas dos Judeus helenizados de Alexandria e apresenta um grande interesse documentário, como característica desta época atormentada pela necessidade de uma nova fé. Mas a doutrina gnóstica fazia parte muito importante da interpretação pessoal, para que todo inspirado um pouco eloqüente não viesse a ser o centro de um grupo dissidente.
As seitas gnósticas são inumeráveis.
Vemos no Egito, Basílio Valentim, depois Tacino, depois Bardesanes de Edessa apresentarem vistas pessoais; Bardesanes quer a partilha dos bens; os Aramitas afirmam que se o Verbo se fez carne, a carne vem a ser santa e ordenam a nudez.
Apesar de tantas vistas quiméricas, os gnósticos tinham, sobretudo, por fim, o aperfeiçoamento do ser e, nesta concepção, inspiram-se nos Mistérios egípcios e gregos.
Abertamente professam a teoria das reencarnações.
A seu ver, a alma destacada do Pleroma divino deve descer à matéria para voltar à fonte de onde proveio. Ela deve atravessar as sete esferas planetárias, pedindo passagem aos gênios, os eons deste planeta, que são considerados como seus guardiões.
Não é senão depois de ter vivido nestes mundos, de ter sofrido as experiências e purificações necessárias, que a alma adquire o direito de regressar ao Pleroma para se unir à Divindade.
O oculto gnóstico, na maioria das seitas, dividia seus fieis em três categorias, segundo as suas possibilidades respectivas:
1º - Os hílicos, ou materiais, que eram apenas capazes de tomar a letra da lei e o rito exterior do oculto.
2º - Os psíquicos, cuja sensibilidade era mais despertada; que eram capazes de efusão, mas incapazes da ciência. Eram iniciados em grau inferior.
3º - Os pneumáticos, que eram os únicos a terem direito à revelação, porque eles estavam em estado de sair da matéria e de se elevar no mundo do Espírito onde a revelação pessoal e a iluminação completavam a obra do iniciador. Só os pneumáticos podiam esperar o termo de sua evolução.
Amelineau, que estudou profundamente esta época curiosa, observa estes ensinamentos:
“Segundo os Extratos de Teódoto, que reproduzem a tradição valentiniana do Oriente, os pneumáticos irão ao grupo de oito pessoas a tomar parte no banquete eterno, que observa o Banquete de Platão. Ainda mais, os pneumáticos, tendo despojado a alma psíquica, receberão os Anjos por esposos... Entrarão na câmara nupcial do grupo de oito em presença do espírito; virão a ser os íons inteligentes; participarão das núpcias espirituais e eternas”. (Gnosticismo Egípcio).
Vê-se que foi materializado levemente para compreensão de todos os pontos da união em Deus, fazendo parte de todos os esoterismos.
O perigo do gnosticismo em certas almas exaltadas – que são, sobretudo, estes espíritos que operam com força sobre o vulgo – é que, para aqueles que recebem a iluminação divina, as leis humanas e mesmo as fórmulas religiosas não têm a menor importância. Todos os códigos e Bíblias não representam grande coisa àquele que se entretém diretamente com a Divindade ou que tem relação com os Anjos que se tornaram seus instrutores.
A gnose, seja ensinada por um mestre, seja inspirada diretamente, basta para assegurar a salvação; ela desliga de todo outro ensinamento, de toda lei religiosa ou moral.
Outras seitas eram mais formalistas e consideravam certos sacramentos como necessários à evolução da alma.
A maioria dos sacramentos era a renovação dos Mistérios egípcios ou gregos, e mesmo aqueles que eram de origem cristã, eram muito modificados tanto na forma como na interpretação pelos instrutores gnósticos.
O batismo, antiga experiência da água precedente à iniciação aos Mistérios de Isis, foi ora praticado por imersão total do corpo, ora por simples efusão sobre a fronte.
A Ceia foi ao mesmo tempo a lembrança perpetuada do último repasto de Jesus com seus apóstolos e a união em Deus do Iniciado com um poder superior; sua forma varia freqüentemente nestas igrejas.
Antes de receber o batismo, o neófito tomava o compromisso de não fazer conhecer os Mistérios que lhe seriam revelados após a sua iniciação.
Segundo as seitas, além do batismo e da Ceia, havia a imposição das mãos, renovada da transmissão dos poderes iniciáticos, a senha por meio do selo, a unção, a recitação de fórmulas místicas em diversos sentidos como a maioria das fórmulas iniciáticas, a comunicação dos objetos sagrados e a interpretação de seu simbolismo, muitas vezes obscuro e livre dos acasos da inspiração de cada um.

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MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 9.9 - JESUS - ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS - 3ª PARTE-

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
9.9
JESUS
ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS
3ª PARTE

A nova religião se desenvolve rapidamente, mas os próprios bispos não se enganam sobre a semelhança de seu ensinamento com o das iniciações antigas. Clemente de Alexandria exclama: “Ó mistérios eternamente sagrados!... Torno-me santo pela iniciação. O senhor é o hierofante; notou o misto de seu selo iluminado; põe nas mãos do Pai aquele teve fé e que está eternamente sob a sua guarda. Eis aí os transportes de nossos mistérios, se o querem. Faze-te iniciar, e dançarás no coro dos Anjos, em torno do Deus incriado, imperecível, único verdadeiramente existente; e o Logos divino cantará conosco os santos hinos.”
É a linguagem própria do iniciado de Eleusis, transportado na religião que conquistava a terra. Encontramos também na obra de Goblet d’Alviella, que tão judiciosamente estudou os mistérios antigos, esta apreciação sobre a Igreja primitiva:
“O bispo que dirige a cerimônia assume o nome de mistágogo e o neófito, uma vez batizado, o de iniciado, eleito, misto ou ainda iluminado ou selado”.
“Os profanos, não-batizados, são designados pelo mesmo termo que no tempo em que se redigia o hino a Demeter. O sacerdote é um iluminador. A Ceia vem a ser o sacrifício; é dada por Mistério por excelência. A Missa é uma mistagogia; esta expressão é mesmo perpetuada na Igreja grega para designar a parte da cerimônia em que está figurada a paixão do Cristo. É bem a linguagem dos Mistérios, mais ainda do que a dos Evangelhos.” (Eleusina).
Conclui-se que toda esta cerimônia não é uma confusão de gestos sem significação e que um simbolismo religioso se prende a cada parte do ritual.
“O corpo é banhado para que a alma seja lavada de suas manchas; o corpo é ungido para que a alma seja consagrada; o copo é munido do sinal, para que a alma seja fortificada; o corpo torna-se sombrio sob a imposição das mãos, para que a alma seja iluminada pelo Espírito; o corpo é nutrido da carne e do sangue de Cristo, para que a alma repouse em Deus”.
Estas cerimônias cujo simbolismo e poder nos são tão sombriamente indicadas são nos reconhecíveis.
É o batismo que purifica o neófito e o torna digno de se misturar à família cristã; a unção seja a da confirmação que reconforta a fé, ou a derradeira unção que prepara o doente para vencer a derradeira etapa de sua viagem terrestre; o sinal da cruz, que é ao mesmo tempo, para o cristão desta época, um sinal de reunião com seus irmãos, é uma rápida prece; a imposição das mãos – comum ao Cristianismo e a todas as iniciações – e a comunhão, lembrança viva do Cristo que uniu o cristão a seu Deus.
A hierarquia dos sacramentos não foi sempre aos olhos dos apóstolos. Ao começo, certos sacramentos, o batismo, sobretudo, tinham antes um valor simbólico. Foi lentamente, sob a influência judeu-grega e a Gnose da Escola de Alexandria, que os sacramentos tomaram a sua importância em qualquer sorte mágica e levaram uma modificação profunda no espírito e no coração dos fieis que os receberam.
Desde os primeiros ensinamentos do gnosticismo, Simão o mago, rival do apóstolo Pedro, instituiu este cristianismo heterodoxo que devia vir a ser o cristianismo esotérico antes de se mergulhar na heresia
Sustentou então esta tese e seu sucessor Menandro afirmou a seus discípulos que o batismo assegurava a imortalidade.
Para outros, o batismo, assim como ainda o é na Igreja, não tem outro efeito senão assinalar o cristão como cristão e isentá-lo de todo o pecado que antes cometeu.
Para a maioria é antes a eucaristia que, em virtude da profunda união do ser com Jesus, dá a vida eterna.
Para os verdadeiros esclarecidos da Igreja nascente, a doutrina de Jesus foi uma ordem, tendo por fim aumentar a nossa perfeição e assegurar a nossa evolução cada vez mais.
O Evangelho de João, que é certamente aquele que foi escrito pelos iniciados, não oculta esta objurgação, apoiando-se inteiramente sobre motivos místicos.
João, que se dirigia aos gregos das Igrejas de Éfeso e de toda a Ásia Menor, prega um platonismo cristão muito próximo daquele que a Gnose desenvolverá quando vier a ser verdadeiramente cristã.
Desde a primeira palavra, coloca seu princípio da encarnação de um princípio divino, da Palavra e da sabedoria na pessoa de Jesus: “No começo era o Verbo, e o Verbo era Deus, e o Verbo está com Deus... Nele estava a vida e a vida é a luz dos homens, e a luz brilhou nas trevas, e as trevas não o compreenderam... E o Verbo se fez carne e habitou entre os homens”.
Não nos abalançamos a entrar no estudo místico da Divindade de Jesus para não perturbar nenhum sentimento, como não perguntaríamos o sentido em que o Evangelista inspirado entendeu suas palavras.
Veremos por ele, auxiliados pelo profundo comentário, do Abade Alta, qual foi, para a parte seleta dos pensadores, o ensinamento do Mestre e veremos que os ritos foram reunidos logo depois, porque a sua palavra não ordena ninguém:
“Disse-vos certas coisas enquanto estava entre vós. Além disso, o Espírito de meu Pai vos ensinará todas as coisas... Falei-vos assim desde o começo, porque eu estava convosco. Agora, volto para Aquele que me enviou... e é bom que eu vá; porque se eu não fosse, o Paráclito não viria para vós... Teria ainda muita coisa para vos dizer; mas quando Ele vier, Ele o Espírito de Verdade, dirigir-vos-á para a Verdade santa”.
É o eterno ponto das iniciações, mas aqui, João, segundo a palavra de Jesus, deixa um vasto campo à intuição, à inspiração divina. Nada que é absoluto pode ser ensinado pelos homens; mas, para um homem de evolução superior como Jesus, é preciso que toda a materialidade desapareça, mesmo a materialidade tão profundamente espiritual de Jesus; toda autoridade cessa, fora a de Deus, cujo Espírito sopra onde quer.
Aí não havia coisas a dizer para os espíritos materiais; não teriam percebido o fim de tudo, ao passo que os primeiros cristãos, indiferentes às coisas do mundo e cedendo de boa vontade o tributo de César e as obediências aos seus magistrados lembravam-se que, segundo a palavra do Mestre, “seu reino não é deste mundo”.
Uma completa liberdade era permitida a todo adepto suficientemente elevado e iniciado; é o que Paulo compreende também, quando ordena a seus fieis tudo experimentar antes de escolher.
Este desenvolvimento indefinível da Ciência religiosa sob a ação indefinida do Espírito de Deus é o ensinamento que João tira das últimas palavras de Jesus, depois da Ceia, no momento de tudo deixar para o derradeiro e sangrento sacrifício.
Para ele toda a perfeição evoluciona para a perfeição maior na santa liberdade dos filhos de Deus.
Paulo, por sua vez, compreende o Evangelho da mesma forma, e a vida atual parece-lhe como a todos nós, uma preparação para um futuro superior.
“Não vemos aqui, no nosso plano, senão um espelho e um enigma; é em uma outra vida somente que nos veremos face a face; nosso conhecimento atual é parcial; é no alto que nos conheceremos como Deus nos conhece”.
Porque esta vida não é seu fim por si mesmo; é na evolução que ela se precisa e Paulo não deixa de saber disso.
Ele mesmo diz com precisão, na sua Segunda Epístola aos Corintos:
“E o homem interior, o espírito se renova, e nos transformamos de claridade em claridade, subindo sempre para a iluminação transcendente que é a ciência de Deus”.
Compreendida assim, na liberdade de seu desenvolvimento, a obra de Jesus ultrapassa em beleza toda obra conhecida. De tal modo modificou o pensamento humano que o simbolismo reunido pelo ritual religioso não pôde destruir a suave e profunda harmonia, e que, apesar de todas as incompreensões, permanece uma das mais vastas realizações existentes para um espírito capaz de compreender.
Todos nos que viveram na Europa, feita por séculos de cristianismo, não podem esquecer Jesus. Em toda a sua sensibilidade, encontram o seu ensinamento.
O amor à Natureza transpira ainda de suas parábolas. É na sua compreensão que chegamos a comungar com o Universo. O amor de tudo o que vive, que é chamado para uma vida melhor, é nos ensinado por aquele que nos anunciou que toda carne verá a salvação de Deus.
A Natureza é um templo e um asilo e, nos momentos de perturbação, quando não podemos gozar a doçura entre nossos irmãos, é ainda na Natureza que encontramos o mais seguro refúgio.
“O reino do Cristo está entre nós”; está em nós saber encontrá-lo e ele não se oculta; encerra-se em todas as partes”.
Tanto na angústia como na alegria, está em nós elevarmos o nosso pensamento para as altas esferas que nos foram reveladas.
O coração abre-se a esta música que desce das folhagens e sobe dos regatos.
Certamente, o reino de Deus está entre nós, porém, será mais perceptível quando os nossos sentidos, desprendidos deste mundo, forem mais perfeitos.
É no domínio dos altos pensamentos e das visões puras que gozaremos todas as suavidades da alegria.
Nos vossos momentos de solidão e meditação, olhai o céu que estende o seu véu para nos fazer esperar a felicidade de verdadeira pátria, aquela onde não há ricos nem pobres, onde todas as razões de ódio se desvanecem no amor.
Quando tiverdes atingido esta alegria e a força que dela emana, por um gesto natural, elevareis as vossas mãos para este esplendor.
Vosso surto se estenderá para estas forças. Sentireis que elas afluem para vós. Elas vos conduzirão à calma, à saúde, à serenidade.
Ficareis acumulados de alegria, mas neste momento, não esquecereis aqueles que são vossos irmãos que sofrem de toda maneira, esperando a hora da liberdade.
Elevastes as mãos para o céu a fim de adquirir as forças benéficas que harmonizam os fluidos e redobram a saúde; abaixai as vossas mãos para aqueles que sofrem, imponde as vossas mãos ricas do que adquiristes; fazei o gesto da benção e as forças correrão para vós; espalhando-se em torno, descerão como um doce orvalho sobre aqueles que enlanguescem e choram nos tormentos e nas angústias.
Se fizerdes tudo isso com fé perfeita e forte, se fizerdes este gesto de apelo de dádiva, curareis o doente, reconfortareis o fraco, apaziguareis aquele que duvida e se debate nas sombras desta vida.
Operai e, segundo os ensinamentos de Jesus, atingireis à perfeição que é o caráter do Pai celestial.
Este é o ensinamento supremo que nos deu o último iniciador: - Amai e o resto vos será dado por acréscimo.
Amai-vos uns aos outros, é o mandamento supremo. Pedi a Deus, não por vós, mas para outrem e o bem que fizestes vos será dado por cêntuplo, não materialmente como o pensam os espíritos grosseiros, mas em efusão de alegria, em legítimas esperanças, tal como as pode sentir, o iniciado cuja evolução se completa em uma ascensão constante para os cumes iluminados.
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domingo, 2 de agosto de 2009

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 9.8 - JESUS - ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS - 2ª PARTE

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
9.8

JESUS
ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS
2ª PARTE

Paulo espírito intransigente, versado por sua primeira educação na interpretação mística das Escrituras, não guarda para ele o que muitos outros conservam secreto.
Nas duas epístolas, achamos a disposição da tríplice personalidade do homem e o distingue muito claramente da alma afetiva do espírito, parte puramente intelectual do ser humano. Por outro lado, sabe que o corpo tem uma lei e que a concupiscência é a causa do pecado. Diria de boa vontade, antes de Pascal: “O coração tem as suas razões que a razão não compreende”; porém, mais místico, exclamou no transporte de sua alma: “Quem me livrará este corpo da morte!”
Vai mais longe e deixa, em muitas ocasiões, passar a teoria da evolução de todos os seres para a perfeição infinita.
Não se contenta em dizer que todos os homens aspiram à sua salvação pela difusão da religião de Cristo. Diz ele: “Todas as criaturas esperam com um ardente desejo que os filhos de Deus sejam manifestados”. Ele não se contenta, como Lucas, em dizer, uma só vez: “Toda carne terá a salvação de Deus”, mas insiste sobre este assunto e uma grande parte da Epístola aos Romanos lhe é consagrada.
Altamente, afasta o espírito ritualista de sua raça e não vê nenhuma utilidade em certas abstinências.
“Um crê que pode comer tudo e aquele que é fraco na fé não come senão ervas. Que aquele que come de tudo, não despreze aquele que somente come ervas; e que aquele que não come senão ervas não condene aquele que come de tudo; porque Deus o tomou para si”.
“Quem és tu, que condenas o servidor de outrem? Se está firme ou se cai, é o seu senhor que deve julgar; mas será firme, porque Deus é bastante poderoso para firmar”.
E, mais longe: “nenhum de nós vive por si mesmo e nenhum de nós morre por si mesmo. Porque, se vivemos é para o Senhor; se morremos, morremos para o Senhor; se vivemos e morremos, pertencemos ao Senhor. É por isso que Cristo morreu...”.
Aos Coríntios, fala em uma linguagem que mais se aproxima das idéias filosóficas da Grécia: “O homem animal não conheceu coisas que são do Espírito de Deus; porque elas lhe pareciam uma loucura e não os pode entender, porque é espiritualmente o que se julga. Mas, o homem espiritual julga as coisas e ninguém pode julgar por ele”. Chama-se a si mesmo o Dispensador dos Mistérios de Deus. Aproveita esta qualidade para dar aos costumes gregos uma pureza que, sobretudo em Corinto, eles não conheciam há muito tempo; os conselhos que ele dava sobre o casamento e a castidade são tão prudentes quão elevados.
Mas seu ensinamento não se limita a esta moral e, demais, trata do discernimento dos espíritos e os dons que seguem com uma sagacidade que não pode vir senão de um estudo profundo e longo. Aqui se encontram as lições de Gamaliel.
Esquece-os, portanto, e, posto que reivindique a qualidade de Israelita, de filho de Abrão, repele a Lei antiga, embora reconheça todos os seus benefícios e a sua utilidade:
“Para que serve a lei? Ela ajuntou a promessa à causa das transgressões, até a vinda da posteridade a quem a promessa havia sido feita: e ela foi dada pelos anjos e por intermédio de um Mediador... Assim a lei tem sido nossa condutora para nos levar a Cristo, a fim de que sejamos justificados pela fé.
“Mas chegando à fé, não estais mais sob este condutor; sois todos filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo... E não existe mais Judeu nem Grego; não há mais escravos nem livre; não há mais homem nem mulher; porque vós todos não estais senão em Jesus Cristo”.
Aos Hebreus, iniciados pela maioria às Escrituras, mostra qual a perfeição oriunda do Evangelho: “Antiga Lei foi abolida devido à sua fraqueza e à sua inutilidade; porque a Lei não conduz à perfeição; mas uma esperança melhor, pela qual nos aproximamos de Deus, foi substituída”.
Apoiando-se sobre livros santos, estuda com sutileza, as concordâncias proféticas.
E os conselhos de bondade, sucedendo a uma espécie de hino à fé, terminam a Epístola aos Hebreus, um dos mais belos documentos refletindo o pensamento cristão, em sua primeira florescência.
Entretanto, à medida que o conhecimento do povo ensino se espalhava mais se tornava necessário fazer acepção da inteligência e da fé dos ouvintes aos quais se dirigiam as palavras.
Alguns, a quem tinham acreditado poder confiar toda a doutrina, haviam deformado pelas imaginações pessoais e raciocínios que nada tinham de comum com a pregação dos apóstolos.
No fim do século II, uma hierarquia foi estabelecida. Um dos mais poderosos espíritos desta época, Orígenes, que foi por momentos suspeito de heresia, apesar de seu zelo apaixonado pela religião, descreve-nos nestes termos:
“Os cristãos, antes de receber em suas assembléias aqueles que querem ser seus discípulos, fazem-lhes diversas exortações para fortificá-los no desígnio de bem viver; enfim, admitem-nos, quando os vêm no estado que eles desejam e fazem uma Ordem à parte; porque há duas compostas entre eles: Uma a dos iniciados que o são há pouco tempo e não receberam o símbolo de sua purificação; a outra daqueles que deram todas as provas possíveis de sua resolução de não abandonar jamais a profissão do cristianismo”.
Estes apenas eram chamados a distribuir a boa palavra e os primeiros sacramentos que existiram; o batismo primeiramente que Jesus tinha tomado da iniciação de João; em seguida, a eucaristia que Jesus tinha constituído no decorrer da sua última ceia, com a prece, mais que a injunção, que isto fosse feito novamente em sua memória.
Aqueles que tinham ficado firmes na fé, no decorrer destes séculos de perseguição, eram chamados a este sacerdócio, mas não havia necessidade de outras condições em seus agrupamentos fraternais.
Não se colocava questão alguma sobre a ordem nem sobre a instrução daquele que devia guiar seus irmãos; todavia, os espíritos cultivados eram apreciados pela sua facilidade em refutar as objeções, em instruir os pagãos na nova religião, porque todos, e os gregos sobretudo, eram sensíveis às palavras harmoniosas e aos argumentos bem deduzidos.
Pouco a pouco, pela imensa difusão do cristianismo que as próprias perseguições faziam conhecer em todo o Império, o sacerdócio veio a ser mais útil; as cerimônias complicaram-se porque, em muitos casos, e, sobretudo depois do triunfo definitivo do cristianismo, adotado por Constantino, os pontífices cristãos não quiseram proibir as festas populares que não eram absolutamente incompatíveis com o ideal cristão.
As festas das vendas reapareciam no novo calendário; adaptaram-na aos dias consagrados aos santos que melhor correspondessem com o rito abolido.
Esta corrente vai reforçando sem cessar, porque o Império todo é cristão.
É preciso que os magistrados eclesiásticos sejam criados para administrar as vastas coletividades, sustentando, em muitos pontos, o rude assalto dos Bárbaros.
Cria-se uma completa hierarquia.

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domingo, 5 de julho de 2009

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 9.7 - JESUS - ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS - 1ª PARTE

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS

9.7
JESUS
ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS
1ª PARTE

Há, realmente, na obra tão admirável de Jesus, uma iniciação secreta?
É difícil haver dúvida. Em tudo a necessidade se impõe para dar à massa um ensinamento à sua conduta e guardar os mais altos ensinamentos para aqueles que são capazes de os compreender e se adaptar a tais ensinamentos. É assim que Jesus falava para o povo em parábolas que ele explicava a seus apóstolos.
Desta divisão do dogma, Paulo dá a razão na sua Primeira Epístola aos Coríntios:
“E por serem numerosos, estão entre vós os fracos de espírito, sem contar os adormecidos.” (Cap. XI, vers. 30).
Ele diz aos Hebreus sensivelmente a mesma coisa, ainda que os judeus devessem entender melhor um pensamento que havia sido originado no seu país e na sua raça:
“Dos nossos mistérios, teríamos grandes coisas a dizer; mas nós não tentaremos explicar-vos, porque não os compreendereis.” (Epístola aos Hebreus, cap. V, vers. 11).
Nos momentos da mais alta e mais sincera intimidade intelectual, o Mestre fala aos seus apóstolos com o coração aberto e, quando Simão Pedro o reconhece pelo esperado Messias, Jesus diz-lhe palavras decisivas.
Mas logo pede que não revele a ninguém que ele é o Cristo. Seis dias depois, dá-se a transfiguração. Em um surto de entusiasmo, Jesus elevou-se da terra e achou-se rodeado de uma luz desconhecida.
Os três apóstolos que ele preferia o viram rodeado por Moisés e Elias, e eles caíram por terra, presos de admiração e, mais ainda, de um enorme temor.
Jesus os vê, enche-se de piedade e reaparece só a seus olhos; e logo depois como eles descessem da montanha, onde se manifestou o prodígio, pediu:
“Não digais a ninguém o que vistes, até que o Filho do Homem seja ressuscitado entre os mortos.”
O testemunho de Marcos (Cap. VIII, 30; IX, 8) corrobora aqui, nitidamente o de Mateus (Cap. XVI, 20; XVII, 9).
É inegável que ele teve, unicamente para os apóstolos, um ensinamento esotérico e, quando Jesus pronunciou palavras que davam ao povo a sua doutrina sob uma forma agradável, mas freqüentemente muito veladamente do que se pensava, desenvolvia o pensamento imediatamente diante dos seus. Estes se admiravam na simplicidade de sua alma.
“Por que falas tu por semelhanças?”
Ele respondeu, dizendo:
“Porque vos é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não é dado.”
“Porque se dará àquele que já tem e terá ainda mais; porém, para aquele que não tem, ser-lhe-á omitido mesmo o que tem.”
E, como esta rudeza os surpreendesse, ele continuou:
“É por isso que eu falo por semelhança, porque vendo, eles não vêm, e ouvindo, eles não ouvem ... Mas vós sois felizes, porque tendes olhos que vêm e ouvidos que ouvem.”
Burnouf, que levou tantas luzes ao estudo das religiões comparadas, expõe a sua opinião relativamente ao lado esotérico da religião cristã na Igreja primitiva:
“É um fato conhecido de todo o mundo, que nos primeiros tempos do Cristianismo, existia uma doutrina secreta, transmitida por meio da palavra e em parte talvez pela escrita; este ensinamento misterioso excluía primeiramente aqueles que se chamavam catecúmenos, isto é, pagãos convertidos, mas ainda não instruídos nas coisas da fé.”
“Uma vez cristãos, não eram, por isso, iniciados nas mais profundas doutrinas, porque elas se transmitiam, de algum modo, de mão em mão, entre homens cuja fé era mais ardente; a este título, eles podiam ser doutores e, por sua vez, instruir e dirigir a massa de fiéis.”
“Sobre quais pontos da doutrina existia o mistério?”
“É uma questão que é impossível resolver a priori e que o estudo dos textos pode apenas esclarecer: está-se, não obstante, no direito de pensar que o véu do segredo cobriria, como os Mistérios de Eleusis, as partes mais profundas da ciência sagrada e aquelas que tinham sido as mais perigosas de descobrir a todos, no meio do mundo pagão, em uma sociedade cristã composta, na maioria, de ignorantes.”
“Veio um tempo em que a doutrina oculta cessou de ser assim. Costumava-se dizer que depois de Constantino, não houve mais tradição secreta em nenhuma igreja, nem no Oriente nem no Ocidente...”
“Para conhecer os pontos da doutrina que constituíam o ensinamento secreto, não é necessário consultar documentos posteriores ao Concílio de Nicéia, se não for para procurar documentos que se podem aí achar ainda, como relação ao período primitivo do Cristianismo. Nesta época, tudo o que devia ser revelado da doutrina cristã, tinha sido efetuado.”
“A partir de Jesus Cristo, vêem-se documentos escritos aparecerem uns após outros na sua ordem natural, à medida que os acontecimentos exteriores e o progresso interno da cristandade lhe permitiam produzir...”
“Os quatro Evangelhos, os Atos, as Epístolas e muitos outros escritos dos tempos primitivos da Igreja, notam as etapas que a promulgação da fé teve de percorrer. A disciplina do segredo durou até o dia em que a manifestação pôde ser encarada como completa; não foi senão para o fim do segundo século; então somente a publicação do Evangelho de João mostrou, sob sua forma teórica, a doutrina confiada por Jesus aos seus discípulos favoritos.”
“Assim, cerca de duzentos anos foram necessários para que os cristãos espalhados no império, estivessem de plena posse das grandes fórmulas da fé. A primeira fórmula sob a que havia sido proposta, é a que Jesus empregava exclusivamente no seu ensinamento público, a forma da parábola; é a que se encontra um pouco isolada no Evangelho de Mateus, o mais antigo dos quatro, aquele que parece reproduzir mais exatamente as próprias palavras do Cristo.”
“A teoria começa a surgir em Lucas, o segundo pela data; este novo livro fez com o primeiro um contraste aparente, porque suprimia, de maneira sistemática, o elemento judeu, que Mateus, tinha conservado estritamente. Marcos não traz nada de novo nem na história do Mestre, nem na expressão da doutrina...” ( A Ciência das Religiões).




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sábado, 20 de junho de 2009

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 9.6 - JESUS - ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS - 5ª PARTE

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS

9.6
JESUS
ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS
5ª PARTE

Jesus, sabendo que não viveria muito tempo, tinha, desde o começo, escolhido doze discípulos que deviam continuar a sua obra. Estes discípulos tinham sido escolhidos entre os seus fiéis mais atentos; conhecemo-los com o nome de apóstolos.
Após uma iniciação especial, estes apóstolos participam dos poderes de Jesus.
Como ele, podiam efetuar curas pela imposição das mãos.
É também pela imposição das mãos ou unção de óleo consagrado, que eles expulsavam os demônios. Podiam manejar sem perigo os reptis venenosos e beber com a máxima calma, impunemente, beberagens mortais.
Conflitos de doutrina e de interesses tornavam-se mais vivos em torno de Jesus. Este sentia que a sua hora era chegada e disso deu parte àqueles que o rodeavam.
Os detalhes da morte de Jesus estão muito presentes na memória de todos para que seja necessário repeti-la aqui.
Seus interrogatórios, diante daqueles que tinham preparado a sua morte, como se prepara um sacrifício, teriam desarmado os seus inimigos, mas a inveja não se desarma jamais.
A multidão que, poucos dias antes, lançava flores e seus mantos à sua passagem, reclamava a sua morte em grandes gritos.
Seus próprios apóstolos fugiram diante de sua angústia. Apenas João, Maria de Magdala e a mãe de Jesus seguiram-no até o Calvário.
Nem os suplícios nem a morte arrancaram uma queixa àquele que se entregava para dar a paz ao mundo. Morreu, perdoando os seus carrascos e prometendo o Paraíso a um dos ladrões, entre os quais tinha sido crucificado.
Começou aí a ação dos Apóstolos. A vida de Jesus, como a dos iniciadores orientais, magnifica-se por lendas e toma cada vez mais o valor de um símbolo. Mas o que ficou intacto da influência do Mestre, foi a radiante imagem daquele que não tinha ordenado senão com amor, cuja doutrina inteira não era senão fraternidade, piedade, perdão e que, deste modo, combatia a dureza do mundo antigo – sobretudo depois da conquista romana – a maior revolução que havia sido feita em nome da clemência e da bondade.
Tem-se muitas vezes aproximado a religião de Jesus da religião de Buda, mas não se tem sublinhado suficientemente a preferência incessante concedida por Jesus ao mais humilde, ao mais vil, ao mais vil, muitas vezes mesmo ao mais indigno.
O rico mau é punido pelas chamas eternas, mas não se mostrou bom rico; quando um moço de família opulenta pediu a Jesus para ser admitido no meio de seus discípulos, ele pediu-lhe primeiramente que desse todos os seus bens aos pobres. E o jovem se retirou muito triste, porque possuía grandes bens. Não há palavra de censura no Evangelho, mas a partida do adolescente sublinha, por uma poderosa imagem, a incompatibilidade da nova religião com o apego aos bens do mundo.
Jesus não tem que fazer de seus bens. Para ele, uma única riqueza é notável: a do coração, a beleza dos sentimentos. Perdoa à pecadora “porque ela muito amou”, preferindo o abandono de si mesma em um amor impuro à egoística procura do ouro e do aplauso público. Como vimos, não é preciso amara somente aqueles aos quais estamos ligados pelos laços de sangue e de amizade, nem somente aqueles que nos têm feito experimentar a sua benevolência, mas ainda, e sobretudo, aqueles que nos têm afligido e ultrajado.
Da mesma forma, nós nos aproximamos tanto que está em nosso poder a misericórdia divina.
As ternas palavras de Jesus para com as crianças que correm para ele e o rodeiam, entes que ele preferia por suas espontaneidades e pureza; a viva poesia de suas parábolas onde pinta deliciosamente a Natureza, nos demonstram mesmo o seu amor pelas coisas, pelos seres inanimados que saem da mão do Pai. Sua religião é toda amor, fraternidade, união de almas, muito mais elevada e mais além do que se pode imaginar nos elos dos partidos políticos e até a fraternidade de sangue ou de pátria.
Como todas as coisas humanas, a religião de Jesus não conserva por muito tempo, na prática, todo esplendor do seu ideal.
Veio um momento em que a religião nova, tendo triunfado, vem a ser religião do Estado e, regularizada, amoldada à firme disciplina romana, perdeu a sua graça e leveza.
Além disso, é quase impossível pedir ao conjunto de seres os mesmos sentimentos elevados que se pode esperar somente de uma reunião seleta de iniciados.
Certamente, a religião cristã conduz ao mundo um ideal que transforma e lhe permite uma evolução que os nossos olhos, muito acostumados, não discernem, porém que o nosso pensamento se dirige para o doce iniciador que pregou a doçura e a piedade sobre os caminhos da Galiléia, nós não podemos deixar de lamentar que todos aqueles que o seguiram não tivessem conservado a suavidade desta grande figura.
E o nosso espírito lamenta também que o esoterismo cristão tenha sido eclipsado entre nós.

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sábado, 23 de maio de 2009

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 9.5 - JESUS - ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS - 4ª PARTE

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS

9.5
JESUS
ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS
4ª PARTE

Os primeiros discípulos de Jesus foram objeto de escândalo para aqueles que desprezavam a plebe.
Estes eram pescadores, um publicano (aquele que veio a ser Mateus), pessoas humildes, mulheres, como Maria de Magdala, que viveu entre as mulheres santas que rodeavam Jesus e que lhe foi fiel até sua morte, até o calvário, onde a tradição cristã a representa como sendo a primeira que encontrou o Mestre ressuscitado, imagem admirável daquele que havia dito: “Há mais alegria no céu para um pecador que se arrepende do que para noventa e nove que não têm necessidade de penitência”.
Um dos discípulos mais amados do iniciador, aquele que nos transmitiu a parte esotérica de sua doutrina, foi um dos seus parentes, João, que devia gozar um grande papel no desenvolvimento do cristianismo nascente.
Certamente, todos os apóstolos são imbuídos da doutrina de Jesus, mas parece que João o tinha mais bem compreendido.
Seu Evangelho, como veremos desvenda mais profundamente do que outros o pensamento secreto de Jesus; mas também herdou de sua terna benevolência e suas epístolas guardam este tom de bondade que é como o reflexo da palavra de Jesus:
“Meus filhos, se nosso coração não nos condena, podemos ter uma grande confiança em Deus. O que lhe pedimos, receberemos dele, porque guardamos seus mandamentos e fazemos o que lhe é agradável”.
“E eis aqui o seu mandamento: que creiamos em nome de Jesus Cristo, seu filho, e que nos amemos uns aos outros, como ele nos ordena”.
João, que era quase uma criança ainda quando entrou na senda de Jesus, teve o privilégio da infância e este foi o discípulo que Jesus amava e que entrou na confiança mais completa de suas vistas e de seus pensamentos.
A doutrina de Jesus era absolutamente contrária a tudo o que o mundo tinha conhecido até então. Sob o reino de Roma, onde tudo era excitação e rapina, ele pregava o desinteresse, a renúncia do coração a todos os bens terrestres. Cada um se preocupa do que lhe pode acontecer neste mundo: de sua fortuna, de sua ambição. Jesus nega absolutamente a importância destes pensamentos. Uma só coisa é necessária; a evolução de nossa alma, segundo o doce hábito de sua palavra familiar, mostra que a Natureza não nos instruiu nestes pensamentos de previdência material e desejo de autoridade que não serve senão para molestar o fraco:
“Considerai o lírio dos campos; não trabalho nem rouba. Entretanto, eu vos digo, Salomão, em toda a sua glória, não estava vestido como nenhum deles. Se Deus revestiu, pois, assim a erva do campo que vive hoje e que amanhã será cortada e lançada ao forno, não vos revistirá também, ó gente de pouca fé”?
E a sua palavra sobre aqueles que amontoam tesouros:
“Procurai primeiramente o reino de Deus e o resto será dado por acréscimo. Não cuideis do amanhã; amanhã se desgostará de si mesmo. A cada dia basta a sua pena”.
E além disso, como se desgostasse da nutrição dos pobres e mesmo do vinho dos convivas do festim das Núpcias da Cana – como se este desgosto da nutrição ofuscasse aquele que contentava com algumas espigas apanhadas à beira do caminho e esmigalhadas na mão – volta a esta questão que tem tanta importância na vida do mundo:
“não sede inquietos pelo alimento que tereis para sustentardes a vossa vida. Olhai os pássaros do céu: não semeiam nem colhem; não têm celeiro nem paiol, e vosso Pai celeste os nutre. Vós não estais muito acima deles”?
Diante destas palavras, quiseram acusar Jesus de insensibilidade, uma espécie de boemia mística. Não existiu nada disso. O que ele pede é ter confiança na vida. Certamente, aquele que tem responsabilidades não deve deixar de tomá-las em conta, não deve esquece-las; mas, em todo estado de causa há necessidade de complicar uma vida com tantas necessidades como o homem cria diariamente?
Aquele que sabe crer e refletir não saberia duvidar que tudo, neste mundo, seja criado para o bem.
Se devemos sofrer uma experiência da sorte, porque agrava-la por temores e lamentações inúteis?
Aquele que sabe, não tem o direito de se alarmar; não lhe chegará coisa alguma que não deva chegar. Está em nós remontar dos efeitos às causas. Ou, conhecendo o que nos pode chegar, consideraremos como inevitável, e, pela tensão da vontade e a resignação do coração, sustentaremos o choque do melhor modo que nos for possível; preferiremos subir a corrente, e não é nem temor, nem a tristeza que nos auxiliarão; eles perturbarão as nossas forças. A única coisa que importa é a nossa elevação, o nosso aperfeiçoamento, a direção do nosso coração. Operando assim, a vida ser-nos-á bela e alegre. Os iniciados sabem: tudo é sorriso, mesmo as lágrimas, para aquele que o compreendeu.
Cada ano, durante a Páscoa, Jesus voltava a Jerusalém. O que lá encontrou foi a mais viva oposição à sua doutrina; foi ali também que encontrou os maiores e mais ternos devotamentos. Declarou Ele que não tinha vindo para destruir a Lei, mas cumpri-la; os sacerdotes sentiam facilmente que ele compreendia como eles esta Lei mosaica, sobrecarregada de práticas e que tinha tanta aspereza a ponto de não mais tocar o coração deste povo judeu, outrora tão ardentemente fervoroso.
Não queria destruir a lei, mas, procurando desprender o espírito que vivifica da letra que mata, abate-la para ampliar à altura de seu pensamento. Por outro lado, a idéia de renúncia aos sacrifícios solenes, de orar em sua casa e não em lugar público, abriu uma brecha profunda nos interesses materiais. Uma multidão de mercadores vivia sob os pórticos do Templo, vendendo animais que deviam sacrificar e mil lembranças da peregrinação cumprida, como em nossos dias em torno das igrejas célebres.
Além disso, os padres e levitas eram nutridos de oferendas; este dom preenchia a sua parte de herança na partilha da Terra prometida.
Imagina-se a que ponto Jesus pareceu revolucionário quando expulsou os vendedores que faziam do templo uma caverna de ladrões. É então que ele se tornou suspeito e foi acusado de pregar uma Lei nova. Para ele, a Lei não saberia dividir um povo ou uma seita; dia viria em que Deus seria Pai de todos os homens, em que não haveria mais Judeus nem Gentios.
Todos os que foram criados por Deus têm os mesmos direitos à sua bondade e ao seu amor.
A Lei não é mais a regra de ferro que conduz um povo eleito para seus destinos. Essa expansão do coração humano, muito tempo constrangido, é que se abre a um novo sol; todas as pétalas não formam senão uma única flor banhada de orvalho e de luz.
Esta religião do coração podia ser harmônica com todos.
Por outro lado, o pensamento de Jesus progredia. Pelos obstáculos que se levantavam no seu caminho, compreendia que a revolução que ele tinha chamado não se faria tão docemente como havia esperado.
Havia mais a modificar nesta antiga Lei, do que ele julgara primeiramente.
O povo vinha a ele e o reconhecia como o Messias, Era-o e acreditava ser?
Não nos é permitido resolver um ponto delicado que foi resolvido no sangue, no Jardim das Oliveira e sobre a cruz no Gólgota.
O que é certo é que Jesus assumiu esta personalidade até diante de Caifaz, afirmando que era o Messias, filho de Deus.
É ele que revelará o reino de seu pai.
Para demonstrar esta vocação messiânica, duas espécies de provas são geralmente admitidas: os milagres e o cumprimento das antigas profecias relativas ao Messias.
Não nos afastaremos das profecias, desejosos de pesarmos somente, no presente estudo, a doutrina moral de Jesus.
Quanto aos milagres, são quase todos milagres de cura. Todos os Evangelhos abundam nestes fatos; Jesus impõe a mão sobre o leproso e ele fica radicalmente curado. Diz ao paralítico: “Ergue-te e caminha” e aquele que esperava tanto tempo à borda do túmulo toma o seu leito sobre a espádua e vai bendizendo a Deus.
Os cegos vêem. A mulher Cananéia, que, não sendo judia, não se anima a pedir a Jesus para cura-la, mas toca docemente a franja de suas vestes, fica completamente curada.
Jesus friccionou saliva nos olhos de um cego de nascimento e os olhos que não haviam conhecido o sol se admiram diante da luz.
A esta época, atribuía-se à influência do demônio um grande número de moléstias. Certamente admitem ainda que os males podem ser aumentados ou diminuídos pelas influências espirituais. Mas no tempo de Jesus, a magia fazia parte da medicina; era importante a leitura das obras relativas ao templo de Epidauro em que os adoradores de Asclépio eram curados pela vontade de Deus.
Jesus exorciza os doentes, e os demônios que causavam seus males escapam dos corpos atormentados e estes voltam à calma.
Virtude mais poderá ainda! Jesus curava também os enfermos pela doce simpatia que emanava de sua pessoa. Sabia que estava inclinado a todos os sofrimentos da terra e que escolheu entre as profecias a que concerne ao “homem das dores”: que a perturbação do coração e a aflição do espírito são a base de todas as doenças.
Eis porque leva todo os seus cuidados ao apaziguamento da alma antes da cura do corpo.
Não são os poderosos e ricos que ele procura, mas aqueles que se curvam sob o peso do fardo de seus desgostos.
“Vinde a mim – dizia ele – vós que estais fatigados e carregados, que eu vos consolarei. Tomai meu jugo sobre as vossas espáduas, pois eu sou doce e humilde de coração e vós encontrareis o repouso de vossas almas; porque meu jugo é brando e meu fardo é leve”. (Mateus, cap.XI vs. 28-30).
À medida que se erguia a sordidez de certas almas, Jesus compreendia que a cura do mundo não se faria senão por meio de uma completa doçura.
Então, sentiu que as forças viriam e que fariam um formidável alvoroço no mundo romano.
Predisse o fim do mundo, após o qual veremos um novo céu e uma nova terra. Sentia que a ordem social tocava o seu fim e que os tempos eram chegados.
Precisava que uma renascença fosse preparada por estranhas calamidades, por desgraças inauditas, como a charrua revolve o campo que deve ser semeado.
Esta calamidade, preparatória do reino de Deus sobre a terra, será também a apoteose do Messias. Começará por tempestades que perturbarão o céu completamente. O fogo dos clarões iluminará toda a terra. Mas sobre as nuvens, o Messias virá, formidável, ao som de trombetas que repercutirão, tocadas por temíveis Arcanjos.
Os mortos sairão dos túmulos e esperarão, transidos de medo, o julgamento que os disporá para a eternidade.
É o Messias revestido dos poderes de seu Pai, que procederá a este julgamento.
De um lado, os eleitos, o pequeno número daqueles que souberam ficar ilesos dos prazeres da terra, das suas preocupações; aqueles que não foram tragados ao mesmo tempo pelo desprezo de Deus e pela cupidez.
Mais além, colocados à direita de seu juiz, serão chamados a gozar de uma felicidade eterna, sem limites, em uma estadia deliciosa que foi preparada desde a origem do mundo.
Estes são os bem-aventurados, aos quais o reino do céu, o Paraíso, pertence.
À esquerda do Juiz, estarão os malditos, aqueles que não tiveram crença, que endureceram o coração, que não viveram senão egoisticamente para si mesmos e para os seus interesses.
Estes irão à Geena, ao vale horrível do Ocidente de Jerusalém, onde de altos cai uma espessa sombra, onde não germina nenhuma vegetação.
Neste lugar desolado, serão prisioneiros das chamas que não se extinguirão jamais; serão também roídos pelos vermes.
O Filho do Homem, assentado à direita de Deus, seu Pai, presidirá solenemente a esta justiça, cujos efeitos serão eternos.




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terça-feira, 28 de abril de 2009

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 9.4 - JESUS - ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS - 3ª PARTE

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS

9.4
JESUS
ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS
3ª PARTE

A pregação de Jesus não se parecia nada com o que se tinha feito antes dele.
Anuncia que o reino de Deus está próximo e que este reino não se estabeleceria sobre a terra, sem perseguição e sem revolução.
Em todos os tempos, os Sábios e justos haviam sido vítimas dos violentos.
Agora, o reino da justiça vai ser estabelecido. Os ódios vão desaparecer e uma fraternidade universal unirá todos aqueles que se sentem separados. Não haverá mais antagonismos entre as religiões, raças e nações.
O único mandamento é amar-se uns aos outros, fórmula sublime que fez da religião a mais bela e mais poderosa que surgira até então.
Como todos aqueles que se apiedam da miséria humana, Jesus coloca primeiramente a sua revolução sobre o terreno econômico. Os primeiros serão os últimos e uma ordem nova vai florescer sobre a terra, admirada de ver, enfim, alguma bondade entre os homens.
Antes, é o reino do mal, da perseguição, da violência exercida pelos poderosos sobre os fracos. Porém, crendo em Jesus, uma era nova vai surgir; em breve, o reino de Deus ao domínio de Satã. As forças maléficas, o ódio, o poder rude daqueles que governam pela força e torturam os povos pela fome e pelos suplícios, tudo isso vai desaparecer em uma luz de aurora.
Eis o reino da forças benéficas e harmoniosas! O menino meter a sua mão na goela do leão e brincará com o perigo diante da toca da víbora.
Jesus anuncia esta nova ordem de coisas com as imagens arrebatadoras que ferem o espírito da multidão. Ora, ele vê o bem e o mal como o bom grão e o joio em um campo; o joio arruína a colheita, mas dia virá em que uma escolha severa deverá ser feita; o joio será lançado ao fogo e o bom grão será recolhido no celeiro.
O reino de Deus é semelhante ao lançar do anzol executado pelo pescador. Ele prende peixes e, aqueles que são bons, Põe-nos de lado nos vasos.
Quanto aos outros, lança-os à água para se desembaraçarem.
A revolução anunciada é antes uma evolução. O reino de Deus é semelhante a um grão de mostarda, que é a menor de todas as sementes: põe-se na terra e nasce uma grande árvore sobre cuja folhagem os pássaros vão repousar.
Ou ainda: o reino do céu é como o levedo que uma mulher prepara e coloca na sua massa para faze-la fermentar. Esta quantidade de levedo é bem pequena, mas faz levedar a massa toda.
Finalmente, Jesus não aconselhou nenhuma ação violenta. Crê na força expansiva das idéias, na força de um ideal que se grava no espírito e, sobretudo, no coração do povo. Quando os fariseus, tendo em vista tenta-lo, lhe perguntaram se era oportuno pagar o imposto a César, Jesus se contentou em fazer-se mostrar uma moeda:
- De quem é esta efígie?
- De César – respondem os tentadores.
- Entregai, pois a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
É pelo mesmo espírito que os apóstolos ordenaram a submissão, não somente para
com os bons senhores, mas também para com os maus e injustos. O que ele quer é criar a bondade, a doçura, a piedade sobre esta terra, onde o sangue não cessou jamais de correr.
Quer modificar os sentimentos, os costumes levar um clarão de ideal a este mundo; não tenta gozar nunca o menor papel político.
Com um profundo reconhecimento das realidades da vida, sabe que os mártires dão trabalho aos carrascos e que os vencidos terminam sempre por dominar os vencedores; assim, não desejando vantagens materiais, aconselho a paciência, a resignação, o amor aos inimigos.
Ele sabe que a piedade é uma flor que não sobe senão dos abismos, quando não desce do céu.
Eis porque afirma com a certeza da razão iluminada, que a revolução se fará pelos pobres e humildes; os escravos estão destinados a mudar a terra.
Tendo a idade de 30 anos, Jesus não tinha feito confidência de seus pensamentos senão ao seu ambiente íntimo, àqueles que o tinham procurado espontaneamente.
Não foi senão no seu trigésimo ano de existência que começou o seu ensinamento público, e logo foi seguido e rodeado de uma grande multidão de pessoas.
Sua palavra ardente e inflamada, a doçura de seu aspecto e de sua atitude, seu poder magnético atraía as multidões, submetendo-as ao seu pensamento.
Uma cidade, entretanto, foi refratária à sua ação. Foi Nazaré, onde ele passou a sua adolescência. “Ninguém é profeta em seu país”. Não foi nesta quadra de sua infância que ele estabeleceu o seu principal centro de ação, mas em Cafarnaum, junto do lago de Genezaré e sua influência ganhou as cidades circunvizinhas.
Todos os sábados, falava na Sinagoga, comentando os textos sagrados segundo as suas luzes pessoais, às vezes contradito pelos sacerdotes, que lhe apresentavam questões insidiosas, formando ciladas, das quais saía vitorioso, deixando-os entregues à sua própria malícia.
Outras vezes, assentado à borda do lago ou na montanha, falava à multidão reunida, permitindo que cada um fizesse as suas objeções, apresentando questões que ele desejava ver resolvidas.
Todos, salvo os invejosos, retiravam-se encantados. A sedução intelectual emanava do jovem Mestre e, contrariamente ao que faziam os Doutores, que, para brilhar, envolviam a palavra divina em uma forma difícil e abstrata, inacessível ao vulgo, ele expunha parábolas, nas quais as pessoas do povo encontravam assuntos cotidianos; a ovelha desgarrada, o vinhateiro que trabalha e aquele que quer ser pago sem fornecer um só esforço.
Por outro lado, Jesus anunciava a paz e a salvação para os humildes. A quem pertence o reino do céu? O Sermão da montanha responde a esta questão:
“Felizes os pobres de espírito, pois é a eles que pertence o reino dos céus”!
“Felizes aqueles que choram; porque serão consolados”!
“Felizes os afáveis; porque possuirão a terra”!
“Felizes aqueles que têm fome e sede de justiça; porque serão fartos”!
“Felizes os misericordiosos; porque obterão misericórdia”!
“Felizes aqueles que têm o coração puro; porque verão a Deus”!
“Felizes os pacíficos; eles serão chamados filhos de Deus”!
“Felizes aqueles que são perseguidos pela justiça; porque o reino dos céus é para eles”!
Quando Jesus abriu ao pensamento de seu auditório estes horizontes inesperados, permitia a cada um de lhe impor questões; respondia a cada um com a mesma bondade e todos voltavam encantados. Os sacerdotes odiavam-no, porém, muitas vezes, sucedia que aquele que tinha vindo com a intenção de surpreende-lo, achava-se tomado, por sua vez, de seu raciocínio límpido.
Tal foi o caso de Nicodemos, homem muito instruído, dos anciães do povo.
Apoiando-se, assim, sobre todas as classes, a autoridade de Jesus cresceu e se estendeu rapidamente.

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MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 9.3 - JESUS - ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS - 2ª PARTE

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS

9.3
JESUS
ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS
2ª PARTE


O batismo não tinha nada de novo para o povo hebreu. Era uma longínqua herança,pois que os iniciados do Egito eram submetidos a ele. Nesta iniciação, uma imersão não parecia suficiente, necessitando de mais um esforço e temor.
O batismo de João era o vestígio da experiência iniciática pela água, tal como a descrevemos nos Mistérios de Isis. A concepção de João Batista era, sobre este ponto, exatamente a mesma que a dos iniciados do Egito. Para João, o batismo era sobretudo destinado a representar a purificação da alma e a fazer impressão sobre o sentido do impetrante. Esta impressão recebida, esta purificação passada, o ensinamento lhe era concedido.É claramente a idéia egípcia. No Egito primitivo, o batismo foi dado sobretudo aos adultos. Não foi senão no momento em que a religião cristã reuniu fiéis bastante numerosos para que as famílias tivessem o desejo de levar seus filhos à religião de sua escolha, que o batismo foi administrado sem ser seguido de uma iniciação e que se pôde concedê-lo aos recém-nascidos.
João Batista, ao mesmo tempo pela austeridade de sua vida, a dureza de seu ensinamento e sua oposição a Herodes, tornara-se impopular porque a aceitação dos costumes romanos exercera rápida influência na Judéia.
Desde muito tempo o povo aspirava à vinda de um Messias que restabelecesse Israel à frente das nações e tornasse a dar ao templo o seu esplendor abolido.
Este salvador devia ser precedido pela reaparição do profeta Elias.
Ora, para o vulgo, João Batista, pela força de suas invectivas contra Herodes e Herodíade, lembrava bem Elias nas suas relações com Achab e Jezabel, para que uma associação de idéias não se estabelecesse no cérebro de todos.
A maioria atribuía-lhe o papel de Elias; outros, sempre à espera daquele que devia vir, diziam que ele era o Messias, Mas João não tinha esta pretensão.
Por isso quando Jesus vem a ele para lhe pedir o batismo, designou-0 como aquele que Deus reconhecia por “seu Filho bem amado em que repousava as suas graças”.
Jesus e João mostraram, nos seus ensinamentos, muitos pontos de contato, ainda que a palavra de João fosse áspera e grosseira, ao passo que a de Jesus não era senão amor e compaixão.
A palavra de João tinha despertado muitos ecos rudes para ficar muito tempo impune. O pretexto de sua prisão, foi que ele tinha censurado o casamento de Herodes com a mulher de seu irmão. Herodes tinha evidentemente voltado à lei que obriga um israelita a desposar a viúva sem filhos de seu irmão, a fim de dar filhos ao morto e libertar seu nome da ignomia que é a esterilidade.
Mas o esposo de Herodíade não estava morto, nem sem filhos. Era este adultério oficial que João tomava por tema para atacar o rei e, sobretudo , a rainha.
Ele foi preso, mas com uma certa liberdade de ação, porque nós o vemos receber enviados de Jesus e confiar-lhes respostas em que ele tomava Jesus por Messias.
Foi por este tempo que Herodíade tomou por ocupação desembaraçar-se de João, que a perseguia com suas censuras! Durante uma festa, depois de um grande festim em que o rei bebeu demais, ela fez vir sua filha Salomé, que tinha sido instruída, em Roma e na Judéia, em todas as artes que podiam reunir atrativos à sua beleza.
Esta moça era filha do primeiro marido de Herodíade. Ao fim do repasto, ela dançou diante do rei e ele ficou tão encantado pela sua beleza e por sua dança que lhe ofereceu o que ela desejasse, mesmo que fosse a metade de seu reino. Salomé, que havia recebido instruções de sua mãe, pediu a cabeça de João Batista. Ela a obteve.
Depois da morte de João, Jesus se retirou momentaneamente para o deserto e, durante 40 dias, praticou o jejum mais rigoroso.
Este retiro era habitual entre os iniciados que se preparavam para as maiores austeridades e um profundo recolhimento à missão que tinham recebido ou assumido.
Após este estágio, Jesus voltou à Galiléia e seus discípulos tiveram por companheiros aqueles que foram discípulos de João Batista.
Dia a dia, a palavra do novo Mestre se impunha com mais autoridade.
Dissemos que Jesus operava como os iniciados.
Ele o foi verdadeiramente?
Quando se percebe que a pregação de Jesus não começou senão no seu trigésimo ano de existência e que ele pereceu aos trinta e três, imagina-se facilmente que esta esplêndida inteligência não se desenvolveu junto do estábulo de José.
Por outro lado, nenhum dos Evangelhos dá um ensinamento os anos de vida de Jesus que precederam à sua prédica.
Sem ir até pensar, como Notovich, que Jesus fora às Índias ou ao Tibet durante esta vida oculta, pode-se crer que sua estadia no Egito, à qual as Escrituras fazem uma breve alusão, não se limita aos anos da infância.
Por outro lado, é notável, como observou Eduardo Schuré, que desde o momento em que foi batizado por João Batista, Jesus se apresentou ao mundo com uma doutrina antiga que não sofreu senão algumas mudanças.
Para Eduardo Schuré, o fato da iniciação de Jesus não tem nenhuma dúvida:
“É evidente – diz ele – que este começo ousado e premeditado foi precedido de um longo desenvolvimento e uma verdadeira iniciação. Não é menos certo que esta iniciação devia ter tido lugar na única associação que conservava ainda em Israel as verdadeiras tradições com o gênero de vida dos profetas”.
“Isso não pode suscitar nenhuma dúvida para aqueles que, elevando-se acima da superstição da letra e da mania maquinal do documento escrito, ousam descobrir o encadeamento das coisas no seu espírito”. Isso demonstra não somente relações íntimas entre as doutrinas de Jesus e a dos Essênios, mas ainda do próprio silêncio guardado pelo Cristo e por seus discípulos sobre esta seita.
“Por que ele, que ataca com uma liberdade sem igual todos os partidos religiosos, não ataca jamais os Essênios”?
“Por que os apóstolos e Evangelistas não falam deles mais”?
“Evidentemente porque eles consideravam os Essênios como seus, porque estavam ligados a eles pelo juramento dos Mistérios a que a seita está fundida com os cristãos”. (Os Grandes Iniciados).
Certamente, a fraternidade de Jesus com os Essênios parecia estabelecida por uma multidão de concordâncias e de presunções, mas não existe nenhum texto preciso sobre o qual estejamos em condição de basear uma verdadeira certeza.
Por outro lado, uma hipótese foi emitida por alguns e, em particular, por Notovich, de uma estadia de Jesus Cristo. Notovich afirma basear as suas afirmativas pelo lema de um convento de Himis.
Este manuscrito seria uma relação perfeita da vida de Jesus nos anos de sua vida oculta e toda a existência seria passada nas Índias, onde Jesus teria recebido uma iniciação búdica, explicando os pontos de contato do Cristianismo com o Budismo.
É preciso dar às revelações de Notovich uma importância absoluta?
Devemos considerar estas revelações como a chave do Mistério?
É impossível dar a esta questão uma resposta definitiva. O que é certo, é que, se Jesus pôde gozar de uma real iniciação, fosse entre os Essênios, fosse nas Índias ou no Egito, pôde muito bem passar sem uma iniciação no sentido que entendemos até aqui.
Vivia em um mundo advertido de todas as questões religiosas de sua época e, com a organização intelectual, intuitiva e penetrante que é fácil descobrir nele, pôde conseguir ensinamentos diretos, transforma-los à luz de sua inteligência, toma-los, penetra-los de sua personalidade, fazê-los seus.
Certamente, a tradição sempre existiu.
Transmitiu-se oralmente dos mestres aos discípulos durante séculos. Mas o que um homem compreendeu ou aprendeu, outro pode descobrir e aprender, principalmente sendo um homem superior.
Jesus, não saberíamos insistir muito, possuía o conjunto de qualidades que, geralmente, se excluem uma da outra. Era intuitivo e observador; sua meditação se esclarecia de luzes súbitas de uma inspiração que nunca lhe faltou. É possível que ele tenha recebido um ensinamento direto; é possível que um gênio poderoso o tenha conduzido a penetrar e descobrir o que era secreto para os outros.
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MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 9.2 - JESUS - ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS - 1ª PARTE

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS

9.2
JESUS
ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS
1ª PARTE


O ensinamento de Jesus, como o de todos os iniciadores, foi duplo: exotérico e esotérico.
Para a multidão, espalha-se em parábolas harmoniosas. Dá vastos projetos e pensamentos que, em nossos dias ainda, podem revolucionar o mundo, porque, salvo em raras e breves épocas, esta doutrina de fraternidade não foi plenamente realizada. Tolstoi retomou-a em nossos dias como os discípulos de Francisco de Assis a pregavam no século XIII. Para Jesus e seus fiéis, os primeiros, os ricos, serão os últimos. Não tendo sofrido nem trabalhado neste mundo, não podem purificar o seu carma, nada adquiriram para seu aperfeiçoamento; é tão difícil um rico entrar no reino do céu como uma corda entrar no fundo de uma agulha.
O ensinamento esotérico, reservado aos apóstolos, tem uma feição muito diversa.
Segundo o modo oriental, o ensinamento exotérico ora por alguns aforismos concisos, ora por parábolas da mais harmoniosa simplicidade, enigmáticas às vezes, porque nestas palavras ditas para todos, os discípulos diretos devem encontrar o que lhes pertence propriamente.
Entre adágios e imagens, há numerosas reminiscências do ensinamento de Moisés e traços de iniciações estrangeiras. Porém, em todo o caso, a condução do ensinamento está mudada pela transfusão de um espírito muito diferente, mais lato, cheio de bondade e perdão, aberto a todas as misericórdias. Ele sabe que as principais virtudes são a doçura, a humildade, a paciência, o perdão das injúrias; quer que se manifeste severo apenas para consigo mesmo.
Os sábios tinham dito: “Não façais aos outros o que não quereis que vos façam”. Ultrapassa este justo dado, para que o sentimento o conduza sobre a lei e guie o mundo tão severo sobre o qual o império romano havia colocado o seu pé de ferro.
Disse ele: “Se alguém bater na vossa face direita, apresentai a esquerda. Se alguém fizer questão de vossa túnica, dai-lhe também o vosso manto”.
Não somente defende o ódio, mas ainda quer que o amor seja guia das relações e dos interesses:
“Escutastes o que foi dito: Amareis o próximo e odiareis o vosso inimigo”.
“Mas eu vos digo: Amai os vossos inimigos, bendizei aqueles que vos maldizem, fazei bem àqueles que vos odeiam e orai por aqueles que vos ultrajam e perseguem”.
“Afim de que sejais os filhos de vosso Pai que está nos céus, porque ele faz brilhar o seu sol para os bons e maus e faz chover sobre os justos e injustos”.
“Porque, se vós não amardes senão aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os próprios publicanos não fazem o mesmo”?
“E se não fizerdes senão acolhimento a vossos irmãos, que fazeis de extraordinário”?
“Os pagãos não fazem o mesmo”?
“Sede, pois, perfeitos como vosso Pai que está nos céus”. – (evangelho segundo S.Mateus, Cap. V, vs. 43 a 48).
Pregava também a humildade, mostrando por vivas imagens que “aquele que se eleva será humilhado”.
Certamente, numerosas idéias de seus ensinamentos eram tomadas no ensinamento da Sinagoga. Moisés e seus sucessores tinham ordenado a esmola, porém esta veio a ser ostensiva e, por conseqüência, vã. Prescreveram a piedade, a doçura, o amara da paz, o desinteresse do coração, mas tão belos conselhos caíram no esquecimento. O que fez a força de Jesus é que ele mesmo praticou o que aconselhava aos outros. Aqueles que viviam ao seu lado sabiam que a sua teoria não tinha nada de desarmônica em relação ao seu viver; por isso as suas palavras, ilustradas por seu exemplo, tinham um grande poder de persuasão.
Não somente condenava o adultério, mas o desejo voluptuoso era para ele um adultério moral tão importante e culpável como o outro; as segundas núpcias e sobretudo o divórcio eram-lhe também abomináveis.
Jesus, ainda que não condenasse nenhum culto e ordenasse àqueles dos quais cuidava que “se mostrassem aos sacerdotes”, não sentia a necessidade de um sacerdote como intermediário entre Deus e o homem; não sentia necessidade das práticas exteriores. Se ele ordenava ir ao Templo ou fazer a Páscoa, era para cumprir a Lei, como ordenou entregar a César o tributo que lhe era devido.
Tudo isso são práticas, e as práticas podem ter a sua importância, porém só o desenvolvimento do coração é essencial.
Deus, que é o único modelo ao qual o homem se deve conformar, é bom em toda parte e com todos.
Não faz exceção nem de ordem nem de religião. Que direito seria mais severo senão o de Deus, o único Ser que seja a Perfeição?
O que o homem deve fazer é conservar-se bastante elevado e bastante para ficar em comunhão constante com seu Pai celestial.
Isso feito, se o discípulo, imitando Aquele que É único, se entrega a todos de bom coração, está na senda da perfeição e Deus é único juiz.
Não é senão pouco a pouco e mais tarde, quando a desaparição do Mestre forçou os discípulos a se reunirem em pequenos grupos, que vieram a surgir igrejas e dioceses, que os ritos e mistérios intervieram, mas na divina infância da religião cristã nada disso existia e somente uma inteira efusão do coração se elevava a Deus para se espalhar, em seguida, sobre todos.
Estas boas ações, que são recomendadas, devem sobretudo ficar entre Deus e o fiel:
“Quando fazes a esmola, é preciso que a tua mão esquerda ignore o que faz a mão direita, afim de que a tua esmola fique em segredo, e então teu Pai, que vê em segredo, te recompensará. E, quando orares, não imites os hipócritas, que gostam de fazer as suas orações no fundo das sinagogas e junto dos altares, afim de serem vistos pelos homens. Em verdade, vos digo que eles recebem a sua recompensa. Se queres orar, entre no teu quarto, e, tendo fechado a tua porta, ora a teu Pai que está secreto; o teu Pai, que vê em segredo, te exaltará”.
“E quando orares, não faças longos discursos como os pagãos, que imaginam serem exaltados à força de palavras. Deus, teu Pai, sabe de que tens necessidade, antes que peças”.
Antes de começar a sua pregação, Jesus acreditou que faria bem em se aproximar de João Batista.
João, que fazia parte da seita dos Essênios, tinha passado uma iniciação que participava dos templos do Egito e dos colégios dos profetas.
Levava uma vida austera e penitente e as suas prédicas inflamadas, temíveis e poderosas, tinham-lhe suscitado o ódio de Herodes Antipas e, sobretudo, da rainha Herodiade.
Desde a sua infância, João havia sido sujeito a certas abstinências e, desde a hora de seu nascimento, fora consagrado a Deus. Sua vida, sobre as margens do Jordão e os lagos da Judéia, era a mesma de um yogi da Índia.
Vestido de peles de animais ou de um simples pano branco, não se nutria senão de alfarrobeiras e mel selvagem.
Todos os prazeres eram-lhe desconhecidos. O tempo que não gastava em seu apostolado, era consagrado à prece.
Em torno dele agrupavam-se alguns homens que partilhavam da austeridade de sua vida e que recebiam as suas palavras.
A prática fundamental de sua doutrina comum era o batismo pela imersão completa para purificação do pecado.
João, perseguido pelo rei Herodes, havia se retirado para a Judéia, em um país próximo do Mar Morto.
Em certas épocas, aproximava-se do Jordão e geralmente, neste rio, proporcionava o batismo àqueles que vinham para se fazer iniciar em suas doutrinas.
Então, uma multidão considerável se comprimia em torno dele e os adeptos se multiplicavam.

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domingo, 12 de abril de 2009

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 9.1 - JESUS

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS

9.1
JESUS

Como dissemos, falando de Moisés, Jesus não veio destruir a Lei primitivamente estabelecida; veio cumpri-la, torna-la perfeita, dando-lhe esta leveza e esta vida, sem as quais nada é perfeito, nada é completamente humano. Mas ele trouxe ao mundo judeu, tal como Moisés havia criado, uma idéia inteiramente nova, que se relacionava, contudo, à primitiva concepção de Moisés.
O que sobreveio à Lei mosaica é um fato inerente à natureza humana. É preciso, para a multidão, que um ensinamento se prenda a uma forma. Ora, a Lei proibindo fazer qualquer imagem de Deus por temor de cair na idolatria, o povo judeu se cercava de um simbolismo todo particular; tinha divinizado as letras e os números que lhe representavam o poder de Jeová.
Assim criou-se a tradição à qual devemos a Cabala. Porém, a maioria da sociedade não compreendia um pensamento de tão alto alcance; ligava-se somente a formas e práticas, às quais atribuía uma utilidade direta e imediata.
O pensamento de Moisés, salvo entre raros espíritos, veio a ser letra morta. Jesus trouxe a esta letra que mata o influxo do espírito que vivifica.
Levava ao povo, miraculosamente salvo da opressão por um homem de gênio, inovadas de bondade, justiça, igualdade e fraternidade.
Não é aqui, decerto, o lugar para discutir sobre a Divindade de Jesus. No primeiro estudo, consideraremos Jesus e, sobretudo, a sua bela doutrina moral unicamente sob o ponto de vista iniciático. Jesus apareceu-nos como um grande iniciado, um ser superior, trazendo ao mundo uma moral e uma sensibilidade desconhecidas na sua época, tendo conhecimentos e vistas que ultrapassavam muito o pensamento de seu tempo.
Segundo podemos ler nas escrituras, Jesus era um ser maravilhosamente dotado, possuindo um magnetismo natural que irradiava de toda sua pessoa e que uma ascensão estrita e uma bondade radiante o fazia mais poderoso ainda.
Suas palavras, sempre doces e iguais, salvam nos casos muito raros em que se deixou transportar por uma santa indignação, tinha o dom que possuem os dóceis e fortes. Jesus espalhava em torno de si a força e a coragem; reconfortava os aflitos e dava esperança àqueles que sofriam.
Por sua doçura e benevolência, tinha adquirido um grande ascendente sobre aqueles que se beneficiavam de seus dons. Todos os que o rodeavam, amavam-no. A inveja só causava o ódio nos corações incapazes de participar de sua bondade. Não somente irradiava em torno dele um poderoso magnetismo que dava a força de viver àqueles cujo coração estava cansado ou doente, mas, ainda, curava os doentes apenas com o seu contato. Um encanto benéfico emanava de toda a sua pessoa. A paz de seu coração espalhava-se em torno dele como a luz muito doce que sai de uma lâmpada velada.
Como todos os grandes corações que produzem em um cérebro poderoso a força de dar ao mundo uma Lei nova, Jesus era um poeta e tudo o que se nota de suas palavras nos mostra seu coração aberto às grandes harmonias da natureza.
As flores, o “lírio dos campos que não fia nem tece”, os “pássaros do céu que não semeiam nem colhem”, eram-lhe caros e ele compreendia a profunda e íntima beleza.
Aprazia-se na solitude de seu país tão áspero, com doces vales floridos. Amava os lagos piscosos, as montanhas e, quando a multidão o rodeava, inebriado de entusiasmo, produzia logo esta admiração febril e procurava entre as flores de alguns vale agradável, uma calma solidão para tratar dos grandes problemas que atormentam o espírito humano.
Como receber a revelação que Jesus levava ao mundo?
É difícil saber-se.
Da-se-lhe o nome de filho de Deus, mas é um nome que os iniciados do Oriente se dão freqüentemente. O que é particular a Jesus é que se sente constantemente em comunhão direta com seu Pai celeste. Não se atribui só esta qualidade de filho de Deus; mas falando a seus discípulos, diz-lhes, às vezes: “Sede perfeitos como vosso Pai é perfeito”.
Para chegar a uma sensibilidade perfeita, a mais alta pureza de alma e de corpo, ele não tem necessidade de procurar esta comunhão de todas as horas que ordena aos seus; ele a possui; retira-se e, de súbito, sente-se banhado por grandes eflúvios que vêm dos mundos superiores. As forças que compreendemos com custo penetrá-lo-iam como o perfume penetra a esponja de uma caçoila; os ritmos mais secretos da Natureza eram-lhe reservados pela graça de uma organização de uma esquisita delicadeza feminina.
Deus, tal como Jesus o concebe, não é o Deus severo, tonante sobre o Sinai para espantar o povo de Israel, sempre inclinado à revolta. Para ele, Deus é o Pai de todas as coisas, de todos os seres e não abandona à miséria as mais ínfimas de suas criaturas.
Como deixaria o homem que ele fez à sua imagem e semelhança?
Cheio de doçura e poesia, Jesus lança na Natureza habitual comparações e parábolas para aqueles que compreenderão perfeitamente, dizendo o que ele sabe, na medida em que ele pode revelar a todos; mas, à margem deste ensinamento florido e cheio de suavidade, guarda para os iniciados que escolheu, um sentido cristão esotérico; ele não dá a todos a chave de suas parábolas, “afim de que, vendo, não vejam; ouvindo, não ouçam”.
Sua própria vida é uma parábola, uma ilustração de sua doutrina.
Em muitas investidas, os profetas, seus antecessores, tinham fulminado contra os “adúlteros” de Judá ou de Israel, caindo no culto dos deuses estrangeiros. E para mostrar que o reino de perdão começou, em oposição ao espantalho da pena de talião, não por um texto formal, em contradição com um código, mas por esta palavra que devia despertar tantos ecos no coração dos homens: “Aquele que está sem pecado, lance a primeira pedra”.
Além disso, o povo não saberia mais ser adúltero para com seu Deus, porque, no pensamento e no ensinamento de Jesus, não havia mais deuses estrangeiros. O Deus que ele prega, a luz que ele leva e não deve ficar oculta, não é mais o Deus de Israel, que não favorece senão este pequeno povo das margens do Jordão; é o Deus de toda a terra, que não se adorará mais nos templos e por sacrifícios, porém, que se adorará por toda parte em espírito e verdade. No seu espírito e no seu coração, é rebaixar Deus fazendo-o guarda de alguns bens, para alguns raros eleitos.
Deus é o Deus único, mas, por isso mesmo, não restringe o seu infinito poder.
Eis porque Jesus ordena que o sigam e o perpetuem para ir ensinar em todas as nações. Se Deus, como é verdadeiro, criou o céu e a terra, todo o céu e toda a terra estão com ele com seus habitantes e não se pode fixar um lugar mais agradável para ser o mesmo adorado entre todos os paises que comporta a imensidade da Criação.
Desta idéia vem a revolução que Jesus vinha fazer no mundo: conduzia o reino de Deus sobre a terra e o céu. E este reino não é somente para alguns, mas para todos: “O reino do céu está entre vós, dizia àqueles que perguntavam sobre os sinais e milagres para provar a sua doutrina”.



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