segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 7.15 - A GRÉCIA - OS MISTÉRIOS DE ELEUSIS - 3ª PARTE

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS

7.15
A GRÉCIA
OS MISTÉRIOS DE ELEUSIS
3ª PARTE

Fora dos Grandes Mistérios e dos Pequenos Mistérios, a iniciação antiga compreendia também a Epoptia.
Era uma iniciação superior absolutamente reservada a uma elite recrutada entre os iniciados que manifestassem uma inteligência ou poderes superiores.
Sêneca fala a este respeito nestes termos:
“Há mistérios religiosos que não se revelam de uma só vez; Eleusis reservou segredos para aqueles que a visitarem outra vez”.
A Epoptia só era concedida aos iniciados que se conheciam perfeitamente e, se dermos crédito a Plutarco, precisava ser admitido depois de um ano ao menos aos Grandes Mistérios para ser iniciado.
Se os Mistérios eram defendidos da curiosidade pelos juramentos mais terríveis, acontecia que os Epoptas não podiam mais – e menos ainda, pois que seus segredos tocavam a um domínio mais elevado: - revelar o que havia sido ensinado.
Desde os primeiros graus da iniciação, revelou-se uma certa parte do simbolismo, mas esta revelação se estende com a confiança que se tomava de um adepto melhor conhecido.
Para os Epoptas, operava-se:
1º - É certo que existem relações entre o ser e o Universo. Por exemplo, aproximavam-se por novas e mais decisivas demonstrações as etapas que a alma deve passar para chegar à vida perfeita; estabelece-se sem dúvida, um paralelo entre as mortes sucessivas e os sucessivos renascimentos das estações; adaptavam-se estes nascimentos ao mito de Perséfone, prisioneira nos Infernos e reaparecida à luz para dar vida a tudo que germina, cresce e floresce sobre a terra.
Eis aí matéria para admiráveis desenvolvimentos.
2º - Os iniciados conquistavam, em seguida, uma visão mais nítida do que lhe tinha sido primitivamente revelado por processos psíquicos ou sugestivos, como vimos na representação teatral dos Mistérios divinos, que terminavam na Luz incriada.
3º - Supõe-se também que os últimos segredos concedidos a Epoptia se referissem a métodos de desenvolvimento pessoal.
Este aperfeiçoamento vinha a ser para os homens instruídos a fim da vida e dos renascimentos que os depuram.
Da mesma forma que os iniciados nos Grandes Mistérios, os epoptas tinham uma fórmula de passe. Clemente de Alexandria conservou-nos está fórmula:
“Comi no tímpano. Bebi no címbalo. Levei o Kernos (o van) e me deslizei sob o pastos (câmara nupcial)”.
Tais foram os Mistérios de Eleusis na sua glória.
Foi nestes Mistérios, que o pensamento helênico resumiu o que ele possuía de mais alto na sua iniciação e os maiores espíritos reclamavam a sua entrada em Eleusis como a nota mais certa que eles podiam dar da altura de seu pensamento e da pureza de sua doutrina.
A Grécia caiu nas mãos de Roma, quando cessou de compreender que a união de seus diversos povos era o único elo que podia resistir aos conquistadores que usurpavam sobre a liberdade do mundo inteiro, conduzindo a brutalidade de sua religião, exclusivamente admirativa da força romana; aceitaram a intervenção dos romanos nos negócios de todos os Estados e é neste momento que a glória helênica acabou de declinar.
A religião cristã não tinha conseguido evitar as homenagens e os pedidos de iniciação do que tinha sido o lugar mais santo da terra.
Subia a atais e tão grandes lições este recanto da Ática!
Lá viviam os deuses felizes; os mortais podiam aproximar-se deles e compreender, no esplendor da luz elisiana, a beleza mística da alma pagã em toda a grandeza de seus ensinamentos.
O imperador Teodósio ordenou que o Templo fosse arrasado e suas pedras dispersadas. O pensamento dos deuses gregos estava morto.
E, entretanto, a Grécia tinha fornecido uma constituição bem importante à história iniciática do espírito humano.
Sob a magnífica vestimenta das formas mais harmoniosas, instruíra as nações sob a direção dos mais belos gênios que tenham vivido.
Orfeu transpôs o pensamento em forma de arte, especialmente da música.
Seja como for, dirigiu-se primeiramente ao sentimento pela forma verdadeiramente mais elevada da Arte.
Mais seco e mais preciso, o ensino de Pitágoras não se faz notar por esta beleza que tinha sido o encantamento dos mitos órficos. O que ele queria era a formação do espírito puro na sua forma sem dúvida mais intelectual, e as matemáticas foram o seu seguro ponto de apoio.
A própria intuição era baseada para ele sobre a inteligência.
Orfeu quis fazer sentir o divino; Pitágoras pôs todo o seu cuidado em fazê-lo compreensível. Era um fim mais elevado, porém ele se dirigia, por isso mesmo, para um público mais restrito.
Os Mistérios de Eleusis deram ao conhecimento, uma certamente mais realista, pela reconstituição das lendas, cujo simbolismo era, muitas vezes, comentado pelos adeptos, de maneira que penetrassem, pouco a pouco, nas maravilhosas profundezas; mas, sobretudo, se lhes fazia ver, no curso das belas cerimônias que reuniam tudo o que a Grécia possuía de superior, como ordem e como pensamento..
Desta tríplice iniciação, resulta que, por todos os meios possíveis, os segredos haviam sido transmitidos a todos aqueles que eram dignos.
O mistério essencial dos renascimentos era-lhes revelado na forma perfeita em que lhes era acessível.
Se os modos de ensinamento diferiam, os modos de ação, nas suas grandes linhas, não diferiam absolutamente.
Por toda parte, o primeiro passo dado era a necessidade de se conhecer, de se ver em paralelo com o imenso universo, o que é para o espírito a melhor lição de humildade.
Esta iniciação nada tinha de austera como no Egito. Aqueles que enfrentavam as experiências iniciáticas, sabiam que as passariam e que o feliz resultado de seu pedido não dependia senão deles mesmos.
Eis o que fazia a doçura da iniciação grega.
Certamente, os iniciados habitam perto da morada de Hades, mas não penetram nunca neste lúgubre palácio.
Diodoro da Sicília se exprime nestes termos:
“Diz-se que aqueles que têm participado dos mistérios tornam-se mais piedosos, mais justos e melhores em todas as coisas”.
Plutarco assimila a iniciação à morte: “Morrer – diz ele – é ser iniciado”.
É neste sentimento que todas as iniciações comportavam um arremedo de morte, de estar metido em um sepulcro, de sofrer o julgamento, porque se operava realmente uma incursão nos mundos interditos ao vulgo.
Tal foi este país maravilhoso, onde a recompensa do general e do poeta era uma coroa de oliveira ou de loureiro e onde o amor da pátria traduzia-se para os ricos pelo fato de entreter sua cidade, suportando os incômodos de tal ou tal serviço, para que tudo fosse belo e perfeito, segundo as forças de cada um.

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