sábado, 23 de maio de 2009

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 9.5 - JESUS - ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS - 4ª PARTE

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS

9.5
JESUS
ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS
4ª PARTE

Os primeiros discípulos de Jesus foram objeto de escândalo para aqueles que desprezavam a plebe.
Estes eram pescadores, um publicano (aquele que veio a ser Mateus), pessoas humildes, mulheres, como Maria de Magdala, que viveu entre as mulheres santas que rodeavam Jesus e que lhe foi fiel até sua morte, até o calvário, onde a tradição cristã a representa como sendo a primeira que encontrou o Mestre ressuscitado, imagem admirável daquele que havia dito: “Há mais alegria no céu para um pecador que se arrepende do que para noventa e nove que não têm necessidade de penitência”.
Um dos discípulos mais amados do iniciador, aquele que nos transmitiu a parte esotérica de sua doutrina, foi um dos seus parentes, João, que devia gozar um grande papel no desenvolvimento do cristianismo nascente.
Certamente, todos os apóstolos são imbuídos da doutrina de Jesus, mas parece que João o tinha mais bem compreendido.
Seu Evangelho, como veremos desvenda mais profundamente do que outros o pensamento secreto de Jesus; mas também herdou de sua terna benevolência e suas epístolas guardam este tom de bondade que é como o reflexo da palavra de Jesus:
“Meus filhos, se nosso coração não nos condena, podemos ter uma grande confiança em Deus. O que lhe pedimos, receberemos dele, porque guardamos seus mandamentos e fazemos o que lhe é agradável”.
“E eis aqui o seu mandamento: que creiamos em nome de Jesus Cristo, seu filho, e que nos amemos uns aos outros, como ele nos ordena”.
João, que era quase uma criança ainda quando entrou na senda de Jesus, teve o privilégio da infância e este foi o discípulo que Jesus amava e que entrou na confiança mais completa de suas vistas e de seus pensamentos.
A doutrina de Jesus era absolutamente contrária a tudo o que o mundo tinha conhecido até então. Sob o reino de Roma, onde tudo era excitação e rapina, ele pregava o desinteresse, a renúncia do coração a todos os bens terrestres. Cada um se preocupa do que lhe pode acontecer neste mundo: de sua fortuna, de sua ambição. Jesus nega absolutamente a importância destes pensamentos. Uma só coisa é necessária; a evolução de nossa alma, segundo o doce hábito de sua palavra familiar, mostra que a Natureza não nos instruiu nestes pensamentos de previdência material e desejo de autoridade que não serve senão para molestar o fraco:
“Considerai o lírio dos campos; não trabalho nem rouba. Entretanto, eu vos digo, Salomão, em toda a sua glória, não estava vestido como nenhum deles. Se Deus revestiu, pois, assim a erva do campo que vive hoje e que amanhã será cortada e lançada ao forno, não vos revistirá também, ó gente de pouca fé”?
E a sua palavra sobre aqueles que amontoam tesouros:
“Procurai primeiramente o reino de Deus e o resto será dado por acréscimo. Não cuideis do amanhã; amanhã se desgostará de si mesmo. A cada dia basta a sua pena”.
E além disso, como se desgostasse da nutrição dos pobres e mesmo do vinho dos convivas do festim das Núpcias da Cana – como se este desgosto da nutrição ofuscasse aquele que contentava com algumas espigas apanhadas à beira do caminho e esmigalhadas na mão – volta a esta questão que tem tanta importância na vida do mundo:
“não sede inquietos pelo alimento que tereis para sustentardes a vossa vida. Olhai os pássaros do céu: não semeiam nem colhem; não têm celeiro nem paiol, e vosso Pai celeste os nutre. Vós não estais muito acima deles”?
Diante destas palavras, quiseram acusar Jesus de insensibilidade, uma espécie de boemia mística. Não existiu nada disso. O que ele pede é ter confiança na vida. Certamente, aquele que tem responsabilidades não deve deixar de tomá-las em conta, não deve esquece-las; mas, em todo estado de causa há necessidade de complicar uma vida com tantas necessidades como o homem cria diariamente?
Aquele que sabe crer e refletir não saberia duvidar que tudo, neste mundo, seja criado para o bem.
Se devemos sofrer uma experiência da sorte, porque agrava-la por temores e lamentações inúteis?
Aquele que sabe, não tem o direito de se alarmar; não lhe chegará coisa alguma que não deva chegar. Está em nós remontar dos efeitos às causas. Ou, conhecendo o que nos pode chegar, consideraremos como inevitável, e, pela tensão da vontade e a resignação do coração, sustentaremos o choque do melhor modo que nos for possível; preferiremos subir a corrente, e não é nem temor, nem a tristeza que nos auxiliarão; eles perturbarão as nossas forças. A única coisa que importa é a nossa elevação, o nosso aperfeiçoamento, a direção do nosso coração. Operando assim, a vida ser-nos-á bela e alegre. Os iniciados sabem: tudo é sorriso, mesmo as lágrimas, para aquele que o compreendeu.
Cada ano, durante a Páscoa, Jesus voltava a Jerusalém. O que lá encontrou foi a mais viva oposição à sua doutrina; foi ali também que encontrou os maiores e mais ternos devotamentos. Declarou Ele que não tinha vindo para destruir a Lei, mas cumpri-la; os sacerdotes sentiam facilmente que ele compreendia como eles esta Lei mosaica, sobrecarregada de práticas e que tinha tanta aspereza a ponto de não mais tocar o coração deste povo judeu, outrora tão ardentemente fervoroso.
Não queria destruir a lei, mas, procurando desprender o espírito que vivifica da letra que mata, abate-la para ampliar à altura de seu pensamento. Por outro lado, a idéia de renúncia aos sacrifícios solenes, de orar em sua casa e não em lugar público, abriu uma brecha profunda nos interesses materiais. Uma multidão de mercadores vivia sob os pórticos do Templo, vendendo animais que deviam sacrificar e mil lembranças da peregrinação cumprida, como em nossos dias em torno das igrejas célebres.
Além disso, os padres e levitas eram nutridos de oferendas; este dom preenchia a sua parte de herança na partilha da Terra prometida.
Imagina-se a que ponto Jesus pareceu revolucionário quando expulsou os vendedores que faziam do templo uma caverna de ladrões. É então que ele se tornou suspeito e foi acusado de pregar uma Lei nova. Para ele, a Lei não saberia dividir um povo ou uma seita; dia viria em que Deus seria Pai de todos os homens, em que não haveria mais Judeus nem Gentios.
Todos os que foram criados por Deus têm os mesmos direitos à sua bondade e ao seu amor.
A Lei não é mais a regra de ferro que conduz um povo eleito para seus destinos. Essa expansão do coração humano, muito tempo constrangido, é que se abre a um novo sol; todas as pétalas não formam senão uma única flor banhada de orvalho e de luz.
Esta religião do coração podia ser harmônica com todos.
Por outro lado, o pensamento de Jesus progredia. Pelos obstáculos que se levantavam no seu caminho, compreendia que a revolução que ele tinha chamado não se faria tão docemente como havia esperado.
Havia mais a modificar nesta antiga Lei, do que ele julgara primeiramente.
O povo vinha a ele e o reconhecia como o Messias, Era-o e acreditava ser?
Não nos é permitido resolver um ponto delicado que foi resolvido no sangue, no Jardim das Oliveira e sobre a cruz no Gólgota.
O que é certo é que Jesus assumiu esta personalidade até diante de Caifaz, afirmando que era o Messias, filho de Deus.
É ele que revelará o reino de seu pai.
Para demonstrar esta vocação messiânica, duas espécies de provas são geralmente admitidas: os milagres e o cumprimento das antigas profecias relativas ao Messias.
Não nos afastaremos das profecias, desejosos de pesarmos somente, no presente estudo, a doutrina moral de Jesus.
Quanto aos milagres, são quase todos milagres de cura. Todos os Evangelhos abundam nestes fatos; Jesus impõe a mão sobre o leproso e ele fica radicalmente curado. Diz ao paralítico: “Ergue-te e caminha” e aquele que esperava tanto tempo à borda do túmulo toma o seu leito sobre a espádua e vai bendizendo a Deus.
Os cegos vêem. A mulher Cananéia, que, não sendo judia, não se anima a pedir a Jesus para cura-la, mas toca docemente a franja de suas vestes, fica completamente curada.
Jesus friccionou saliva nos olhos de um cego de nascimento e os olhos que não haviam conhecido o sol se admiram diante da luz.
A esta época, atribuía-se à influência do demônio um grande número de moléstias. Certamente admitem ainda que os males podem ser aumentados ou diminuídos pelas influências espirituais. Mas no tempo de Jesus, a magia fazia parte da medicina; era importante a leitura das obras relativas ao templo de Epidauro em que os adoradores de Asclépio eram curados pela vontade de Deus.
Jesus exorciza os doentes, e os demônios que causavam seus males escapam dos corpos atormentados e estes voltam à calma.
Virtude mais poderá ainda! Jesus curava também os enfermos pela doce simpatia que emanava de sua pessoa. Sabia que estava inclinado a todos os sofrimentos da terra e que escolheu entre as profecias a que concerne ao “homem das dores”: que a perturbação do coração e a aflição do espírito são a base de todas as doenças.
Eis porque leva todo os seus cuidados ao apaziguamento da alma antes da cura do corpo.
Não são os poderosos e ricos que ele procura, mas aqueles que se curvam sob o peso do fardo de seus desgostos.
“Vinde a mim – dizia ele – vós que estais fatigados e carregados, que eu vos consolarei. Tomai meu jugo sobre as vossas espáduas, pois eu sou doce e humilde de coração e vós encontrareis o repouso de vossas almas; porque meu jugo é brando e meu fardo é leve”. (Mateus, cap.XI vs. 28-30).
À medida que se erguia a sordidez de certas almas, Jesus compreendia que a cura do mundo não se faria senão por meio de uma completa doçura.
Então, sentiu que as forças viriam e que fariam um formidável alvoroço no mundo romano.
Predisse o fim do mundo, após o qual veremos um novo céu e uma nova terra. Sentia que a ordem social tocava o seu fim e que os tempos eram chegados.
Precisava que uma renascença fosse preparada por estranhas calamidades, por desgraças inauditas, como a charrua revolve o campo que deve ser semeado.
Esta calamidade, preparatória do reino de Deus sobre a terra, será também a apoteose do Messias. Começará por tempestades que perturbarão o céu completamente. O fogo dos clarões iluminará toda a terra. Mas sobre as nuvens, o Messias virá, formidável, ao som de trombetas que repercutirão, tocadas por temíveis Arcanjos.
Os mortos sairão dos túmulos e esperarão, transidos de medo, o julgamento que os disporá para a eternidade.
É o Messias revestido dos poderes de seu Pai, que procederá a este julgamento.
De um lado, os eleitos, o pequeno número daqueles que souberam ficar ilesos dos prazeres da terra, das suas preocupações; aqueles que não foram tragados ao mesmo tempo pelo desprezo de Deus e pela cupidez.
Mais além, colocados à direita de seu juiz, serão chamados a gozar de uma felicidade eterna, sem limites, em uma estadia deliciosa que foi preparada desde a origem do mundo.
Estes são os bem-aventurados, aos quais o reino do céu, o Paraíso, pertence.
À esquerda do Juiz, estarão os malditos, aqueles que não tiveram crença, que endureceram o coração, que não viveram senão egoisticamente para si mesmos e para os seus interesses.
Estes irão à Geena, ao vale horrível do Ocidente de Jerusalém, onde de altos cai uma espessa sombra, onde não germina nenhuma vegetação.
Neste lugar desolado, serão prisioneiros das chamas que não se extinguirão jamais; serão também roídos pelos vermes.
O Filho do Homem, assentado à direita de Deus, seu Pai, presidirá solenemente a esta justiça, cujos efeitos serão eternos.




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