domingo, 5 de julho de 2009

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 9.7 - JESUS - ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS - 1ª PARTE

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS

9.7
JESUS
ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS
1ª PARTE

Há, realmente, na obra tão admirável de Jesus, uma iniciação secreta?
É difícil haver dúvida. Em tudo a necessidade se impõe para dar à massa um ensinamento à sua conduta e guardar os mais altos ensinamentos para aqueles que são capazes de os compreender e se adaptar a tais ensinamentos. É assim que Jesus falava para o povo em parábolas que ele explicava a seus apóstolos.
Desta divisão do dogma, Paulo dá a razão na sua Primeira Epístola aos Coríntios:
“E por serem numerosos, estão entre vós os fracos de espírito, sem contar os adormecidos.” (Cap. XI, vers. 30).
Ele diz aos Hebreus sensivelmente a mesma coisa, ainda que os judeus devessem entender melhor um pensamento que havia sido originado no seu país e na sua raça:
“Dos nossos mistérios, teríamos grandes coisas a dizer; mas nós não tentaremos explicar-vos, porque não os compreendereis.” (Epístola aos Hebreus, cap. V, vers. 11).
Nos momentos da mais alta e mais sincera intimidade intelectual, o Mestre fala aos seus apóstolos com o coração aberto e, quando Simão Pedro o reconhece pelo esperado Messias, Jesus diz-lhe palavras decisivas.
Mas logo pede que não revele a ninguém que ele é o Cristo. Seis dias depois, dá-se a transfiguração. Em um surto de entusiasmo, Jesus elevou-se da terra e achou-se rodeado de uma luz desconhecida.
Os três apóstolos que ele preferia o viram rodeado por Moisés e Elias, e eles caíram por terra, presos de admiração e, mais ainda, de um enorme temor.
Jesus os vê, enche-se de piedade e reaparece só a seus olhos; e logo depois como eles descessem da montanha, onde se manifestou o prodígio, pediu:
“Não digais a ninguém o que vistes, até que o Filho do Homem seja ressuscitado entre os mortos.”
O testemunho de Marcos (Cap. VIII, 30; IX, 8) corrobora aqui, nitidamente o de Mateus (Cap. XVI, 20; XVII, 9).
É inegável que ele teve, unicamente para os apóstolos, um ensinamento esotérico e, quando Jesus pronunciou palavras que davam ao povo a sua doutrina sob uma forma agradável, mas freqüentemente muito veladamente do que se pensava, desenvolvia o pensamento imediatamente diante dos seus. Estes se admiravam na simplicidade de sua alma.
“Por que falas tu por semelhanças?”
Ele respondeu, dizendo:
“Porque vos é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não é dado.”
“Porque se dará àquele que já tem e terá ainda mais; porém, para aquele que não tem, ser-lhe-á omitido mesmo o que tem.”
E, como esta rudeza os surpreendesse, ele continuou:
“É por isso que eu falo por semelhança, porque vendo, eles não vêm, e ouvindo, eles não ouvem ... Mas vós sois felizes, porque tendes olhos que vêm e ouvidos que ouvem.”
Burnouf, que levou tantas luzes ao estudo das religiões comparadas, expõe a sua opinião relativamente ao lado esotérico da religião cristã na Igreja primitiva:
“É um fato conhecido de todo o mundo, que nos primeiros tempos do Cristianismo, existia uma doutrina secreta, transmitida por meio da palavra e em parte talvez pela escrita; este ensinamento misterioso excluía primeiramente aqueles que se chamavam catecúmenos, isto é, pagãos convertidos, mas ainda não instruídos nas coisas da fé.”
“Uma vez cristãos, não eram, por isso, iniciados nas mais profundas doutrinas, porque elas se transmitiam, de algum modo, de mão em mão, entre homens cuja fé era mais ardente; a este título, eles podiam ser doutores e, por sua vez, instruir e dirigir a massa de fiéis.”
“Sobre quais pontos da doutrina existia o mistério?”
“É uma questão que é impossível resolver a priori e que o estudo dos textos pode apenas esclarecer: está-se, não obstante, no direito de pensar que o véu do segredo cobriria, como os Mistérios de Eleusis, as partes mais profundas da ciência sagrada e aquelas que tinham sido as mais perigosas de descobrir a todos, no meio do mundo pagão, em uma sociedade cristã composta, na maioria, de ignorantes.”
“Veio um tempo em que a doutrina oculta cessou de ser assim. Costumava-se dizer que depois de Constantino, não houve mais tradição secreta em nenhuma igreja, nem no Oriente nem no Ocidente...”
“Para conhecer os pontos da doutrina que constituíam o ensinamento secreto, não é necessário consultar documentos posteriores ao Concílio de Nicéia, se não for para procurar documentos que se podem aí achar ainda, como relação ao período primitivo do Cristianismo. Nesta época, tudo o que devia ser revelado da doutrina cristã, tinha sido efetuado.”
“A partir de Jesus Cristo, vêem-se documentos escritos aparecerem uns após outros na sua ordem natural, à medida que os acontecimentos exteriores e o progresso interno da cristandade lhe permitiam produzir...”
“Os quatro Evangelhos, os Atos, as Epístolas e muitos outros escritos dos tempos primitivos da Igreja, notam as etapas que a promulgação da fé teve de percorrer. A disciplina do segredo durou até o dia em que a manifestação pôde ser encarada como completa; não foi senão para o fim do segundo século; então somente a publicação do Evangelho de João mostrou, sob sua forma teórica, a doutrina confiada por Jesus aos seus discípulos favoritos.”
“Assim, cerca de duzentos anos foram necessários para que os cristãos espalhados no império, estivessem de plena posse das grandes fórmulas da fé. A primeira fórmula sob a que havia sido proposta, é a que Jesus empregava exclusivamente no seu ensinamento público, a forma da parábola; é a que se encontra um pouco isolada no Evangelho de Mateus, o mais antigo dos quatro, aquele que parece reproduzir mais exatamente as próprias palavras do Cristo.”
“A teoria começa a surgir em Lucas, o segundo pela data; este novo livro fez com o primeiro um contraste aparente, porque suprimia, de maneira sistemática, o elemento judeu, que Mateus, tinha conservado estritamente. Marcos não traz nada de novo nem na história do Mestre, nem na expressão da doutrina...” ( A Ciência das Religiões).




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