domingo, 8 de novembro de 2009

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 10.3 - OS GNÓSTICOS - 3ª PARTE

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
10.3
OS GNÓSTICOS
3ª PARTE
Contrariamente à Igreja Católica, os gnósticos conservaram a tradição dos Mistérios e das experiências. É assim, que encontramos em um catecismo Gnóstico, publicado por Sofrônio, um estudo detalhado sobre os Mistérios iluminadores e os Mistérios purificadores.
Segundo este autor, os Mistérios iluminadores são antes, uma explicação esotérica da Gnose e eles preparam o fiel a receber a comunicação divina, a discernir nas revelações interiores os pensamentos que vêm de Deus e os que podem emanar do tentador.
Estes Mistérios têm como fim, o conhecimento de Deus, tanto quanto o permite o espírito do homem.
Deus é representado por Um simples, o Infinito e Absoluto; um ser sem forma nem limites, que não poderemos compreender senão quando estivermos libertos da camada de carne, porém, que podemos entrever desde já nos êxtases da perfeita iluminação.
Os Mistérios purificadores ordenam naturalmente abandonar a vida sensual pela vida espiritual. O espírito deve ser despojado de tudo o que tem de carnal para se apresentar ao Pai Celeste.
Quando o adepto passa a sua purificação, contempla, ama, sente-se transportado, adora, está em êxtase.
Neste êxtase, sente-se inundado das alegrias mais vivas e puras.
O prazer no qual está mergulhado, não se assemelha a nenhum dos prazeres humanos que não podem dar a mais grosseira idéia, porque o adepto se une a Deus; encontra nesta união a sua perfeição pessoal, o seu acabamento.
As purificações corporais se fazem, como no Egito, pela Água, pelo Fogo e pelo Ar.
O Mistério da Água, como nos expõe o Catecismo da Igreja Gnóstica, não se dá senão no 3º grau de iniciação. Antes, o aspirante não é iniciado, mas candidato à iniciação; é admitido somente às instruções preparatórias. Mesmo depois do batismo, o aspirante não é completamente iniciado.
Porém, é ainda candidato, não mais à Igreja Gnóstica, mas à completa iniciação para a qual será escolhido ou não.
Como a água benta das igrejas, a água que serve ao batismo gnóstico é consagrada, isto é, magnetizada por um rito especial, cujo fim é dar uma força purificadora.
O batismo não deve ser dado jamais a uma criança menor de dez anos. Sob o ponto de vista gnóstico – e este ponto de vista é racional, pois, que a palavra, “gnóstico” quer dizer “conhecimento” – o batizado deve ser capaz de conhecer e compreender o ato que ele cumpre; é preciso, para que o batismo responda ao seu verdadeiro fim, que o novo adepto possa arrepender-se de suas faltas, penetrar no fim perseguido por seus iniciadores.
O batismo, assim concebido, corresponde à primeira comunhão da Igreja Católica Romana, como data na vida da criança.
Segundo Sofrônio, “O batismo da água lava as manchas interiores da alma do pecador; produz certa modificação no psicológico, modificação que deixa sempre traços; apóia a sua resolução do assunto e dá-lhe os meios de se despojar do velho homem e vir a ser um homem novo, um cristão, um filho de Deus. Em seguida, dá as primícias do Espírito Santo, mas não a plenitude de seus dons”.
Para obter esta plenitude do Espírito, é preciso que o adepto seja submetido aos Mistérios do Fogo e do Ar (ou do vento). Este mistério está destinado a fazer do cristão um perfeito filho de Deus. Por isso, não se dá senão aos 5º e 6º graus de iniciação gnóstica. Somente depois desta cerimônia é que se é verdadeiramente iniciado.
Este batismo de Fogo vem das iniciações mais antigas e nos Evangelhos se fazem alusões a ele; a Igreja Romana o substitui pelos gestos simbólicos da confirmação.
Na Igreja Gnóstica, a cerimônia é muito imponente: o ministro do culto passeia três vezes em torno do batizado, com uma grande chama, dizendo:
“Em nome do Cristo salvador, que o Espírito Santo dissolva todas as impurezas, consumindo-as; assim queira o Todo Poderoso”.
Para o batismo do Ar ou do vento, o ministro do culto pega na mão direita o van místico dos Mistérios de Eleusis e agita-o acima da cabeça e das espáduas da pessoa para afastar de seus pensamentos todas as idéias vãs; do mesmo modo agita o crivo que separa o grão de seu invólucro. Então o ministro do culto diz:
“Em nome do Cristo Salvador, que o sopro divino lance para longe todas as impurezas de tua alma e faça voltar a sua limpidez ao teu espírito. Assim queira Deus Todo Poderoso”.
Depois destas duas consagrações, vem um terceiro mistério, o Mistério inefável (Eucaristia, a recepção do pão e do vinho consagrados).
É neste ponto especial que a comunhão gnóstica difere profundamente da comunhão católica. Os gnósticos recebem a comunhão do pão e do vinho, ao passo que os católicos leigos não recebem senão pão.
Este simbolismo exotérico da lei, não é indiferente. O pão simboliza a letra e a explicação exotérica da lei, ao passo que o vinho, reservado aos clérigos, indica a revelação integral, o esoterismo. Os gnósticos, qualquer que seja a sua ordem ou a sua profissão, recebem o pão e o vinho, símbolos do esoterismo que é concedido a todos mesmo sem a vontade do sacerdote, pela iluminação direta.
Esta admissão à taça é o símbolo do livre exame, da liberdade religiosa.
Compreende-se que este rito seja muito importante na iniciação gnóstica.
Há um, entretanto, que ultrapassa em importância esta Eucaristia; é o Mistério do Grande Nome que realiza o perfeito iniciado.
Este Mistério outorga àquele que é admitido o poder sacerdotal, quer as qualidades de que é necessário dar provas, sejam inatas entre o recipiendário, quer sejam adquiridas por um laborioso exercício.
As mulheres não são excluídas do sacerdócio na comunidade gnóstica; elas conservaram o acesso muito tarde na primitiva Igreja Grega, da qual os gnósticos afirmam descender. O gnóstico que recebe o Mistério do Grande Nome pode preencher todas as funções religiosas, distribuir sacramentos, celebrar todos os Mistérios.
A suprema iniciação é concedida com o Mistério das Ações pneumáticas. As funções que resultam deste grau, são antes de uma ordem psíquica; permitem ao adepto dirigir o seu psiquismo para operar curas, seja pela imposição das mãos, seja pelo sopro, seja pela unção do óleo consagrado.
Os processos de adestramento são tais, que os que são tratados dessa forma podem recobrar a saúde, mesmo quando ela esteja fortemente abalada. O poder sacerdotal recebido também pelo Mistério das Ações pneumáticas, dá ainda o dom de profecia, desenvolve a clarividência e a taumartugia.
Naturalmente, se dermos crédito a estes gnósticos modernos, os grandes Mistérios não são concebidos a esmo e só a pessoas dotadas de qualidades inteiramente superiores, de um perfeito domínio sobre si mesmo.
As qualidades morais que são exigidas do perfeito iniciado, o designam entre os homens como capaz de operar utilmente sobre a multidão de fiéis, confiados à sua direção. É preciso que o sacerdote seja sóbrio, casto, desinteressado, impenetrável, impassível, inacessível a toda espécie de preconceito ou de terror, impassível e podendo suportar, sem se dobrar na sua fé, todas as contradições e todas as penas.
Deve ser digno e reservado, mas delicado para com todos e, embora demonstre benevolência nas suas relações sociais, não deve deixar-se absorver.
No físico, ainda que a beleza não seja exigida, é preciso que o sacerdote seja isento de toda a deformidade e que, no seu corpo, como nas suas vestimentas, haja limpeza estrita e severa.

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MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 10.2 - OS GNÓSTICOS - 2ª PARTE

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
10.2
OS GNÓSTICOS
2ª PARTE
Através de toda a idade média e apesar das perseguições, o gnosticismo sobreviveu e todas as heresias albigenses foram inspiradas em sua doutrina, pois, caindo no meio onde o ódio e a ignorância deviam impor as suas deformações, a gnose achou-se misturada às piores formas de magia negra.
Atualmente, um grupo de intelectuais tomou a tarefa de fazer reviver este ensinamento desacreditado, mas, sempre tendo por causa a iluminação pessoal, e cedo apareceram tantas seitas quantas eram as pessoas. Entretanto, estes grupos múltiplos entenderam-se sobre as linhas gerais e é sobre esta doutrina que vamos tomar a devida base.
As idéias que são comuns a todos os grupos são de origem do homem, a necessidade de revelá-la aos que merecem ser instruídos e guiados para seu fim, que é Deus.
O aspirante deve mudar a sua personalidade completamente: deve despojar-se do antigo; depois, despido do que foi seu pecado, deve revestir-se do traje branco das núpcias, da vestimenta da luz dos eleitos.
Nos Ensinamentos Secretos da Gnose, Simão-Teófanes mostra-nos as fases desta educação pessoal. Primeiramente o ser está nas trevas; ele aspira à claridade.
Sob o ponto de vista cosmogônico, representa o caos informe, cujo símbolo é a pedra bruta antes de toda transformação.
Sob o ponto de vista metafísico, é a impotência de ação, seguida da ignorância em que se encontra o ser relativamente à atividade ou a Causa primária e seu símbolo iniciático é a cor negra.
Sob o ponto de vista da humanidade, é a própria inconsciência de agnosticismo e seu símbolo é um archote recurvo.
No que concerne ao indivíduo, é o estado em que se encontrou antes de seu primeiro desejo de pesquisar a luz e, no simbolismo místico, este estado de espírito do adepto antes de qualquer pensamento divino, corresponde à nudez.
A iniciação gnóstica tem, pois, por fim, pôr no caminho aquele que procura a luz, preparar a sua iniciação, a sua evolução, que é o fim de todas as iniciações.
Por isso, a pedra bruta deve vir a ser a pedra talhada, afim de que possa fazer parte da rítmica arquitetura daquele que criou os mundos. Para que a pedra bruta viesse a ser pedra talhada, precisaria empregar o martelo, que é a vontade, e a vontade que é o cinzel, que é o juízo.
O martelo representa a força inconsciente, a vontade brutal, maciça, que, como o martelo, deve ser mantida pelo espírito, único capaz de dirigir este poder quase animal.
O cinzel, ao contrário, é o juízo, a força criadora do espírito.
O espírito deve arrancar do desejo cego, tudo o que prejudique ao plano eternamente preconcebido, devido à matéria, e mesmo à sensibilidade, em sofrer.
É o discernimento do espírito que deve aplicar o cinzel sobre os pontos em que ele é necessário.
Como em todas as iniciações, vemos que as impulsividades humanas são submetidas à direção do espírito que as dirige e serve-se delas para o melhor interesse coletivo do bem comum.
Apesar de sua precisão perfeita, o cinzel não pode ferir senão sob o choque do martelo.
É um símbolo, aliás, muito belo, da impotência da ciência, sem um animismo bem dirigido que lhe dá seu impulso e sua força.
Vauvenargues, disse que os grandes pensamentos vêm do coração, mas as grandes ações também vêm. Aquele que dominasse completamente os seus sentimentos, de modo que, não experimentasse mais nenhum, poderia colecionar todos os dados científicos para seu prazer pessoa; se o desejo de se tornar útil não o impelisse a ser atirado à obra, não apareceria nada de útil à felicidade ou à evolução da humanidade.
Tornaremos a encontrar estes dois símbolos com a mesma interpretação na Franco-Maçonaria. O martelo e o cinzel são o emblema do primeiro grau da iniciação maçônica, o do aprendiz.
O ensinamento de Simão-Teófanes nos dão muitos detalhes sobre esta ação do martelo e do cinzel, mas, vimos apenas as informações gerais; o homem deve dominar as suas impulsividades e tornar-se firme e semelhante a um metal passado no cadinho, de tal maneira que as suas impulsividades, habilmente canalizadas, possam, em dado caso, soar com energia e justeza e realizar o ato desejado com toda força e precisão possíveis.

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