terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 12.3 - OS FRANCO-MAÇONS - 3ª PARTE

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
12.3
OS FRANCO-MAÇONS
3ª PARTE
Antes de 1730, a Franco-Maçonaria não comportava senão dois graus. No século XVII, parece que as lojas inglesas não tinham tido outro fim senão recrudescer em qualquer condição que fosse.
Em seguida, produziram-se numerosas modificações na doutrina e os ritos foram complicados em extremo.
Introduziu-se uma enorme quantidade de experiências que não se assemelhavam em nada àquelas das iniciações passadas e que não justificam nenhum esoterismo.
Ao princípio, não havia senão três graus na Franco-Maçonaria: Aprendiz, Companheiro e Mestre, que encontramos em todas as formas de maçonaria; mas, em muitos ritos, estes graus serviram de ponto de partida de muitos outros.
É assim que o Rito Escocês antigo aceitou 33 graus iniciáticos.
Os três primeiros graus – Aprendiz, Companheiro e Mestre – correspondem, sobretudo às experiências que procedem na verdadeira tradição sagrada.
Se nos colocarmos sob o ponto de vista dos grandes iniciados, o maçom vem a ser mestre quando está prestes a receber o ensinamento, mas não o tendo ainda recebido.
Além deste grau, começa, ou melhor, deveria começar a verdadeira iniciação.
Em algumas lojas, nos séculos passados, o iniciado que havia ultrapassado estes graus, recebia ensinamentos tocando certos lados das ciências psíquicas.
Que resta de tudo isso? Muito pouca coisa.
Nos ritos, cujos graus se elevam a mais de três, estes três primeiros graus se combinam facilmente.

É mais estrito e mais difícil no que concerne aos graus superiores, porque a verdadeira iniciação deveria começar com eles.
No Rito Escocês Antigo e Aceito, a iniciação é repartida em 33 graus iniciáticos. Estes graus são divididos em cinco séries.
1ª – Graus Simbólicos
2ª – Graus de Perfeição
3ª – Graus Capitulares
4ª – Graus Filosóficos
5ª – Graus Administrativos ou Superiores
Os três primeiros graus – que são comuns a todas as iniciações – Aprendiz, Companheiro e Mestre, são graus simbólicos.
Guardaram alguma coisa das tradições passadas. O aprendiz é submetido a experiências e seus estudos representarão para nós uma das palavras da Esfinge – Saber. O companheiro é submetido a experiências morais; sua iniciação corresponde à outra palavra – Querer; o mestre é submetido a experiências intelectuais: deve Ousar e todos os três têm o dever comum de Calar.
Dissemos que os três primeiros graus (aprendiz, companheiro e mestre), correspondendo às experiências antigas, não davam direito a um conhecimento profundo dos ensinamentos sagrados.
A princípio, estes ensinamentos deveriam começar pelo Mestre Secreto, mas constatamos com desgosto, na maçonaria moderna, que o Mestre não tem grande coisa a guardar e, de um grau a outro, quaisquer que sejam as preocupações dos membros da Ordem, pode-se dizer que, sob o ponto de vista iniciático, os elementos destes graus são totalmente ignorados por aqueles que o possuem.
Aflitos pela decadência da Franco-Maçonaria, alguns raros maçons, que conservavam a lembrança do antigo esplendor da Ordem, tentaram dar-lhe novamente o seu valor iniciático; seus esforços tenderam a renovar os elos da iniciação antiga.
Oswald Wirth diz: - “O ritual francês de três primeiros graus foi progressivamente transformado em um verdadeiro primor de esoterismo. Para quem sabe compreender, ensina a conquistar realmente a Luz. Nenhum dos detalhes do cerimonial que ele prevê é arbitrário; tudo alcança, sendo o conjunto logicamente coordenado e cada parte dando lugar a interpretações do mais alto interesse. Não se saberia dizer tanto do ritualismo dos graus ditos superiores, que traíssem freqüentemente, da parte de seus autores, uma ignorância deplorável em matéria de simbolismo. Por piores que eles fossem, estes graus não representavam nada menos do que uma utilidade prática...” (Livro do Aprendiz).
Segundo Ragon, de quem Oswald Wirth tirou esta idéia, os três primeiros graus encerram três enigmas que se relacionam aos da Esfinge grega.
A primeira questão apresentada ao Aprendiz é: de onde viemos?
A segunda é apresentada ao Companheiro: Que somos?
A terceira é apresentada ao Mestre: Para onde vamos?
O futuro iniciado, semelhante a Édipo, deve responder a estas três questões, à medida que elas lhe são apresentadas e ele sai a seu modo desta experiência, sendo verdadeiramente digno se decifrar convenientemente os enigmas que seguem a sua iniciação.
Porém, depois de muito tempo, como constata Oswald Wirth, os graus superiores não pesquisam mais ensinamentos que foram a sua razão de ser.
O ensinamento supremo perdeu-se.
Tudo se limita a pesquisas curiosas ou simplesmente oratórias, mas a alta iniciação, o grande pensamento dos renascimentos conduzindo à evolução suprema cessou, faz muito tempo, de fazer parte da iniciação maçônica.
Ela caiu do espiritualismo mais elevado ao mais deplorável materialismo.
Entretanto, alguns grandes espíritos esforçaram-se para reviver a tradição perdida, para entregar à Franco-Maçonaria todo o seu valor iniciático.
Eliphas Levi, Ragon, Estanislau de Guaita e Oswald Wirth conheceram esta tradição lentamente obliterada e se esforçaram por torná-la presente e sensível aos seus continuadores.
Depois de muitos anos, Oswald Wirth esforçou-se por levar uma luz pura sobre os mistérios complicados e inúteis da Franco-Maçonaria moderna; assim como ele mesmo diz, esforçava-se para “tornar a Franco-Maçonaria inteligível a seus adeptos”.
É ele que, demonstrando a beleza iniciática dos primeiros graus, elucida a maneira pela qual devem resolver os três enigmas que lhes são respectivamente apresentados.
Sendo o espaço limitado em um estudo coletivo da tradição iniciática no tempo e nas religiões, percorreremos rapidamente a senda que é traçada.
Como dissemos, os três estados correspondem, sobretudo às experiências iniciáticas que, no Egito, precediam a verdadeira iniciação.
O primeiro grau é um estado e purificação. O aprendiz é submetido às experiências antigas que separavam o profano de suas antigas relações; conhecia por sua vez os subterrâneos obscuros, as experiências da água, do ar e do fogo.
No ensino iniciático é preciso assegurar-se em primeiro lugar se as forças físicas do neófito são capazes de suportar certo esforço; se as qualidades morais são a experiência do medo e da tentação; se as suas faculdades intelectuais, depois de exercício necessário, podem suportar as idéias novas que precisará registrar.
É o estado da pedra informe, contendo todas as qualidades que lhe serão necessárias, contendo-as, porém, em potência.
É preciso desbastá-la de todo com o cinzel, que é o julgamento, o discernimento das qualidades boas ou más, a conservar ou a eliminar, e é o malho, símbolo da vontade bem dirigida, que levará o cinzel sobre os pontos em que a sua ação é necessária, de tal maneira que a pedra adquira sumariamente a forma que ele precisará aperfeiçoar para vir a ser digno do edifício a construir.

Sites maçônicos:
www.pedroneves.recantodasletras.com.br
www.trabalhosmaconicos.blogspot.com
SAIBA COMO ADQUIRIR O LIVRO: ANÁLISE DO RITUAL DE APRENDIZ MAÇOM – REAA VISITE O SITE: www.pedroneves.recantodasletras.com.br
CLICAR EM LIVROS À VENDA.

Nenhum comentário: